Carreiras

Dia do Médico: um momento para refletir sobre o tripé assistência, ensino e pesquisa

Ser Médico não significa somente cuidar de pessoas, mas dedicar-se à pesquisa e ao ensino. O Dia do Médico é uma data para celebrar essa carreira fundamental à vida

Hoje, 18 de outubro, comemora-se o Dia do Médico, uma carreira milenar que teve seu grande salto com a descoberta do microscópio, a partir do século XVI. Desde então, a evolução marcou a Medicina, até chegar às conquistas mais modernas com os estudos sobre genética, microbiologia e bioquímica, entre outras áreas, as quais possibilitaram o desenvolvimento de técnicas minuciosas para identificar e tratar uma diversidade de patologias.

Especialistas em seres humanos

A Dra. Renata Cocco é apaixonada pela prática da Medicina desde os quatro anos de idade. “Tenho relatos dos meus pais, que sempre me apoiaram a seguir por essa carreira, de que o ‘cuidar do outro’ era uma característica muito forte em mim”.

Essa habilidade natural evoluiu ao longo do tempo, até que ingressou na Graduação em Medicina, já com planos maduros de seguir pela Pediatria. “Fiz dois anos de residência nessa especialidade e mais dois anos de residência em Alergia”, conta a Médica.

Com essas duas áreas concluídas, decidiu fazer uma especialização em Alergia Alimentar pela Mount Sinai School of Medicine, em Nova York, Estados Unidos, por dois anos. Foi nesse ambiente que ela iniciou seu Mestrado, defendido na Escola Paulista de Medicina (EPM) – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Nessa época, entre 2001 e 2003, as alergias a alimentos ainda eram incipientes no Brasil. “Nos Estados Unidos, havia muitos casos de reações ao amendoim e, por aqui, nossa grande questão era o leite de vaca”. A partir daí, a incidência desta doença avançou drasticamente.

Com essa experiência, a Médica do corpo clínico do Einstein desenvolveu toda a sua trajetória profissional nos cuidados de crianças com alergia alimentar. Em 2012 terminou o Doutorado, iniciado na Suécia com defesa no Brasil pela UNIFESP, com essa mesma linha de pesquisa.

Para completar, tornou-se docente com a preocupação de transmitir seus conhecimentos a futuros Médicos. “Somos multifacetados e, há cerca de 25 anos, mantenho o tripé assistência-pesquisa-ensino”, diz a Dra. Renata, que é docente da Disciplina de Pediatria da Graduação em Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

“A conjunção dessas três práticas faz meus olhos brilharem todos os dias. Para se formar um bom Médico, não basta apenas conhecimento teórico. De ferramentas tecnológicas, qualquer um pode dispor. Precisamos de especialistas em seres humanos”, finaliza a docente, neste Dia do Médico.

Revistas de anatomia

Com o Médico Imunologista e Alergista do corpo clínico do Einstein e também docente na Graduação de Medicina do Ensino Einstein, Dr. Marcelo Vivolo Aun, não foi diferente. Filho de Médico, o Dr. Marcelo descobriu sua paixão pela Medicina também aos quatro anos de idade, quando ainda nem conseguia elaborar o significado da profissão do pai. “O meu entretenimento da época era folhear revistas de anatomia humana”.

Esse gosto perdurou até o início do Ensino Médio, quando passou a dedicar seus estudos para ser aprovado em um processo seletivo da Graduação em Medicina. “Os esforços valeram a pena, pois ingressei na formação que desejei desde criança”, ressalta ele.

Ao concluir a Graduação em Medicina, fez a residência em Clínica Médica, por dois anos, e na sequência a residência em Alergia e Imunologia, com o mesmo período de duração. Ambas no Hospital das Clínicas, Universidade de São Paulo (USP).

Ao terminar essas duas formações, foi convidado para ser preceptor junto aos residentes de Medicina na especialidade de Alergologia, na USP. “Em paralelo, eu comecei a ministrar aulas para alunos da Graduação em Medicina nessa mesma universidade”, conta o Dr. Marcelo.

Com isso, ele iniciou o Doutorado na USP e continuou dando aulas a estudantes da área ao lado de seu orientador até depois de defender a tese. “Participei de um concurso para docentes na Faculdade de Ciências da Saúde Albert Einstein, em 2017, e fui aprovado. Até hoje leciono a disciplina de Alergologia para alunos da Graduação em Medicina dessa Instituição”, sorri.

Ele, inclusive, atua na assistência e continua dedicado à pesquisa relacionada às áreas de Alergologia e Imunologia. “O ensino é o meu combustível do dia a dia, me sinto muito estimulado como professor. Quem prepara as aulas, ensina e ouve as dúvidas de outras pessoas, aprende mais ainda. Isso me revigora”, diz o docente.

Para celebrar o Dia do Médico, nada melhor que poder contribuir com uma formação de qualidade a profissionais na área da saúde. “O número de Médicos aumentou consideravelmente no Brasil. Mas isso não significa que a qualidade dessa atuação tenha melhorado. Eu acredito que formá-los bem para o exercício de suas funções é fundamental tanto para o nosso território quanto fora dele, pois muitos escolhem trabalhar em outros países e é essencial prestar sempre o melhor serviço aos pacientes”, finaliza o Dr. Marcelo.

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