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Intercâmbios levam alunos de Medicina do Einstein para estudar nos Estados Unidos

​Estudantes participaram de estágio voluntário em Harvard e fizeram doutorado na Case Western University.

​Aperfeiçoar-se em outro idioma, conhecer culturas e experiências distintas e ampliar a rede de contatos são apenas alguns exemplos sobre os benefícios de se realizar um intercâmbio educacional no exterior. Quem já passou por esse tipo de aprendizado afirma que se trata de um período especial na vida, além de ser muito enriquecedor para o currículo. ​

Com a proposta de oferecer experiências internacionais para os alunos, a Graduação em Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein mantém contato constante com universidades fora do país em busca de novas oportunidades.

Em janeiro de 2018, um grupo de estudantes fez um estágio voluntário de um mês na área de neuromodulação na Universidade de Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos.

Outra iniciativa do Einstein que visa à internalização da Graduação em Medicina é a participação de alguns alunos no programa de Doutorado (ph.D.) na Case Western Reserve University, em Cleveland, também nos Estados Unidos.

Conversamos com cinco estudantes que já participaram ou estão se preparando para participar dessas iniciativas. Todos eles estão no 7o semestre do curso e contaram detalhes sobre por que se interessaram em conhecer um pouco da medicina praticada no exterior.

Estágios em Harvard

O grupo de estágio do Einstein em Harvard foi formado por quatro alunas. “Durante esse período, ficamos hospedadas em um apartamento próximo do laboratório onde estagiamos e nossa rotina envolvia as atividades do laboratório: acompanhar a realização de pesquisas, os procedimentos clínicos e as aulas ministradas pelos fellows dos laboratórios”, conta Maria Eduarda Slhessarenko Fraife Barreto.

Segundo a jovem, a oportunidade de entrar em contato com profissionais de outros países foi uma das melhores experiências da viagem. “Conheci estudantes e profissionais já formados de vários lugares do mundo, como Turquia, Suíça e Itália. Não apenas médicos, mas também psicólogos e biólogos”, lembra.

Para Emanuela Carolina Zippo Silva, o principal diferencial do estágio em Harvard foi participar do dia a dia de um laboratório de neurociências, uma das áreas pela qual ela mais se interessa. “Além de conhecer como são conduzidas as pesquisas em um centro de excelência, tive a oportunidade de aprender muito sobre neurologia”, diz.

Embora a vivência profissional nos Estados Unidos tenha sido rápida, Emanuela acredita que foi bastante importante para ampliar sua visão sobre a medicina. “Percebi que algumas matérias, tidas muitas vezes como ‘secundárias’, como bioestatística e epidemiologia, são fundamentais para a formação de um bom médico. Também foi interessante vivenciar a rotina de um pesquisador e entender melhor o processo de realização de um ensaio clínico randomizado”, comenta.

Já Gabriela Morelli Gadotti enfatiza o grande enriquecimento acadêmico que teve durante o estágio, pois além de ampliar seu conhecimento sobre pesquisa, viu de perto o funcionamento de um grande laboratório e o cotidiano dos cientistas. “Foi uma ótima experiência de vida”, diz. “Tivemos que aprender termos em outra língua e nos adaptar a cenários com os quais não estamos acostumadas”, acrescenta.

Para Stella Marinelli Pedrini, o maior atrativo foi o fato de que o projeto proposto envolvia uma tecnologia muito atual e ainda pouco aplicada no Brasil: a neuromodulação. “Com certeza foi uma oportunidade única de conhecer mais sobre esse assunto”, comenta.

Ao conhecer a Universidade de Harvard, Stella conta que foi possível ver as semelhanças com as metodologias de aprendizado baseadas em equipes e adotadas pela Faculdade de Medicina do Einstein, como a team-based learning. “Fiquei muito satisfeita ao perceber que eles seguem um modelo de educação parecido com o que utilizamos aqui no Einstein”, comenta. “Mas o que mais chamou minha atenção em Harvard foi a estrutura. Todos os lugares pareciam convidativos para o estudo, o que estimula a produtividade de um jeito que nunca vi antes. Acredito que o projeto da Faculdade de Medicina do Einstein carrega esse mesmo princípio”, acrescenta.

Stella diz que o estágio nos Estados Unidos foi a melhor experiência da sua vida acadêmica até o momento. “Em apenas um mês em Harvard, aprendi muito sobre pesquisa, escrita científica, neuromodulação, neurologia clínica e potencialidades dessas novas tecnologias e suas prováveis aplicações na medicina”, avalia.

O processo de seleção para o estágio internacional incluiu entrevistas em inglês, nas quais os candidatos contaram sobre suas motivações e o que esperavam da experiência. O Einstein foi o responsável pela organização do intercâmbio junto à universidade norte-americana e ofereceu bolsa de estudo para os alunos nesse período, enquanto eles ficaram responsáveis pelos encargos referentes à logística da viagem, como passagem aérea e hospedagem.

Doutorado na Case Western

Diferentemente dos estágios em Harvard, que fizeram parte de um projeto mais curto e focado no acompanhamento de atividades profissionais nos Estados Unidos, o programa de doutorado é uma parceria já estabelecida pelo Einstein com a Case Western Reserve University. Esse programa dura dois anos e tem como objetivo principal a pesquisa acadêmica.

Para participar dessa parceria, os alunos interessados concorrem a bolsas de ensino integral, com todas as despesas pagas pelo Einstein. Além de entrevistas, o processo de seleção do doutorado envolve três reuniões: uma para conhecer o programa, outra para discutir as dúvidas e receios dos candidatos e a última para que cada um desenvolva sua carta de apresentação. Em 2018, 20 estudantes se inscreveram e dois foram selecionados.

Juliana Zampieri conta que decidiu concorrer a uma das bolsas do programa porque seu interesse em pesquisa se manifestou já no início da faculdade. “Participo do Programa de Iniciação Científica do Einstein desde o segundo semestre e com isso percebi que, além de atuar na área clínica, tinha interesse também em ser pesquisadora”, comenta.

Interessada em pesquisar o uso da imunoterapia no tratamento oncológico pediátrico, Juliana afirma que o conhecimento científico é parte essencial da medicina, pois é capaz de trazer novos tratamentos e diagnósticos que podem transformar a vida das pessoas. “É esse o meu maior objetivo”, diz.

A previsão é de que Juliana viaje para Cleveland em julho deste ano e comece as atividades em agosto. Antes disso, ela precisa terminar o projeto da pesquisa que irá se aprofundar lá na Case Western University. Quando voltar ao Brasil em 2021, ela retomará a Graduação em Medicina no Einstein no semestre em que parou e, ao terminar o curso, sairá também com o título de doutorado (ph.D.), reconhecido internacionalmente.

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