Irmãos deixam Nordeste para estudar em São Paulo
Rafael, que cursa a Graduação em Medicina, e Lucas, em Fisioterapia, contam sobre o diferencial do aprendizado de habilidades de empatia e comunicação no cuidado aos pacientes
Novas experiências estimulam o entusiasmo. Algumas pessoas têm uma forte inclinação para desbravar lugares devido a uma combinação de fatores psicológicos, sociais e de desenvolvimento pessoal e profissional. A juventude é um exemplo de período de grandes descobertas e busca por diferentes ambientes e vivências. Nesta fase, alguns jovens sentem vontade de experimentar a independência e a autonomia.
Esse é o caso de Rafael Santana de Oliveira, que sempre teve inclinação pelas novidades. Seu estilo de vida incentivou o irmão caçula, Lucas, a fazer o mesmo. Naturais da Bahia (BA) e moradores da cidade de Aracaju (SE) – onde viveram com seus pais a maior parte da vida –, deixaram a região para investir em seus estudos em saúde, na capital de São Paulo. A escolha pelo setor profissional surgiu em casa, fruto de circunstâncias familiares.
O primeiro a tomar a decisão foi Rafael. Aos 20 anos, ele conta que o desejo de fazer a Graduação em Medicina o fez sair do Nordeste, no começo de 2021, e ir para São José dos Campos, estado de São Paulo. A intenção foi realizar um curso preparatório em um cursinho especializado, a fim de participar de processos seletivos da área.
Anteriormente, durante o segundo e o terceiro anos do Ensino Médio, o rapaz já havia sido selecionado em universidades de sua região. “Eu queria estudar em São Paulo e, quando tive uma oportunidade, aproveitei”. Seu interesse pelos ares paulistas nasceu devido a informações sobre a qualidade de ensino no estado e o anseio de experimentar a vida e a cultura de outra região.
Em 2022, Rafael foi aprovado em duas grandes universidades públicas, sendo uma em Campinas e a outra na capital paulista, além da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), onde cursa atualmente o segundo ano da Graduação em Medicina. “Os meus colegas do cursinho me apresentaram essa Instituição. Eu pesquisei bastante e optei por ela, devido aos recursos de infraestrutura, às metodologias utilizadas e ao plano pedagógico”.
Fisioterapia como herança genética
Já Lucas diz que sua personalidade é oposta à do irmão destemido e curioso, que desde os 12 anos dizia que queria morar sozinho. “Eu não tinha vontade de sair de casa, preferia a segurança e o aconchego da família e dos amigos. Já tinha sido aprovado para a Graduação em Fisioterapia em uma faculdade de Aracaju e sou bem apegado aos meus pais”.
Mas, Rafael inscreveu Lucas no vestibular da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, acompanhou todo o processo e ao final checou os resultados. “Eu queria que ele tivesse as mesmas oportunidades que eu estava tendo: de alcançar um ensino-aprendizagem de excelência”, conta.
E o aluno de Medicina estava certo. Pouco tempo depois, seu pai recebeu uma promoção e precisou morar em Curitiba. “Então, eu preferi seguir os conselhos do meu irmão e agora já estou no segundo semestre da Graduação em Fisioterapia na FICSAE”, diz Lucas.
Na verdade, por conta do trabalho do pai, eles chegaram a morar em sete cidades diferentes do país. “No começo, fiquei assustado com o fato de São Paulo ser tão grande e ainda ficar longe da família, principalmente da minha mãe, com quem tenho uma grande conexão”, ressalta.
Inclusive o seu interesse pela área foi fortalecido devido à admiração por ela, que é Fisioterapeuta. Na ocasião da escolha de carreira, sua mãe o ajudou a esclarecer todas as dúvidas sobre a profissão e a entender melhor quais seriam as possibilidades de atuação no mercado. “Então percebi que essa era a minha vocação. Agora entendo que, ao me formar na FICSAE, terei mais oportunidades para trabalhar em qualquer lugar do Brasil, pois tenho a intenção de voltar para o Nordeste”.
A escolha pela Medicina
Rafael relata que o seu desejo de ser Médico começou com o nascimento prematuro de Lucas, aos seis meses de vida, que como consequência teve certos problemas de saúde. “Era um bebê que precisava de ajuda e atenção, pois podia passar mal a qualquer momento”, conta ele.
Antes de ser Fisioterapeuta, a mãe deles trabalhava em um posto de saúde como Técnica em Enfermagem, em uma cidade do interior do Nordeste. “Ela nos levava com ela. Assim, desde a infância experimentamos o ambiente da saúde. Eu ainda criança desenvolvi habilidades para detectar os sintomas e as ações de que Lucas necessitava, quando meus pais não estavam por perto”.
Durante o período escolar, as professoras eram orientadas pelos Médicos a chamar o irmão mais velho, sempre que Lucas apresentava algum mal-estar. “Já sabia se era motivo para chamar a ambulância ou não. Eu cuidava tanto dele, que até chegou uma época em que era chamado de pai”, sorri orgulhoso, Rafael.
Com o passar dos anos, Lucas foi melhorando e seu irmão expandindo a aptidão pelo cuidado dirigido a outras pessoas. “Eu passei a ser o amigo confidente e aquele que acompanhava nas consultas e internações de colegas e familiares, sempre gostando muito do ambiente hospitalar e da saúde em geral”, diz Rafael.
Desenvolvimento acadêmico
Agora ele está muito feliz por seguir sua inclinação e aprender de uma forma que sempre gostou. “Eu adoro ter contato com os materiais de estudo antes das aulas para poder discutir, ensinar e aprender com meus colegas de classe. Esses aspectos contribuíram bastante para eu optar pela Graduação na FICSAE”, enfatiza Rafael.
Já Lucas, por volta de seus 12 anos, pensava em ser jogador de futebol, porém eram necessárias muitas horas de treino e dedicação. “Isso afetou minhas notas na escola. Eu e meus pais achamos melhor focar nos estudos”. Mais maduro, pensou em Psicologia, porém ao pesquisar sobre a profissão e a parte acadêmica, percebeu que não seria uma escolha favorável à sua personalidade”.
Foi quando ele voltou ao passado, lembrou da importância que o esporte teve em sua vida e resolveu conversar com sua mãe. “Ela enalteceu as minhas habilidades de comunicação, empatia e gosto pelos exercícios. Então, tomei consciência de que a Fisioterapia seria a melhor opção. Até agora estou me sentindo realizado e com a certeza de que escolhi o curso certo e a melhor Instituição de ensino para me formar”, finaliza Lucas.