Programa Jovem Pesquisador oferece oportunidades para recém-formados na pós-graduação
Iniciativa do Einstein permite ao integrante promover pesquisas, dar aulas, participar de eventos e orientar trabalhos na pós-graduação da Instituição.
Criado para dar continuidade ao desenvolvimento de doutores recém-formados pelo Einstein, o Programa Jovem Pesquisador funciona como uma via de mão dupla. De um lado, a Instituição mantém suas portas abertas para os talentos que se destacaram ao longo do seu doutoramento, garantindo-lhes uma posição institucional para continuar atuando em um ambiente acadêmico de primeira linha. Em contrapartida, esses pesquisadores fortalecem ou ajudam a criar novas linhas de pesquisa dentro do Einstein, contribuindo também para a renovação do corpo docente.
O Programa, cujos participantes são convidados da Instituição, conta atualmente com cinco jovens pesquisadores. “São doutores que obtiveram seu título há menos de sete anos e agora têm a possibilidade de alavancar seu número de publicações, continuar fazendo pesquisa no Einstein, dar aulas como professores convidados, participar de eventos científicos e iniciar uma importante etapa na carreira: tornarem-se orientadores de novos trabalhos de mestrado e doutorado”, afirma o Dr. Nelson Wolosker, vice-presidente de Ensino, Pesquisa e Inovação.
Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com residência em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular no Hospital das Clínicas da mesma universidade e doutorado no Einstein em Ciências da Saúde, o Dr. Marcelo Passos Teivelis é um dos jovens pesquisadores interessados em tornar-se orientador. “O programa oferece uma boa alternativa para iniciarmos essa nova etapa da vida acadêmica, o que envolve grandes exigências para quem está no início da carreira”, diz ele. Cirurgião vascular do Hospital Municipal Vila Santa Catarina (hospital público sob gestão do Einstein) e docente da Graduação em Medicina do Einstein, o Dr. Marcelo desenvolve no Programa Jovem Pesquisador um estudo de tradução/validação de questionários que avaliam a experiência do paciente quando submetido a procedimento invasivo.
Produtividade acadêmica
O Programa também permite avançar rumo a um objetivo que interessa tanto aos participantes como ao Einstein: o aumento da produção científica dentro da Instituição e de sua repercussão no meio acadêmico. “Isso impulsiona o nosso desenvolvimento na área de pesquisa”, pontua o Dr. André Wajnsztejn, graduado em Medicina e especializado em Traumatologia Ortopédica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), atualmente médico referência do Einstein. Ele defendeu doutorado no ano passado sobre “Estudo em cadáveres sobre as vias de acesso posteriores para o tratamento de fraturas do joelho e da tíbia” e agora, como jovem pesquisador, dedica-se a um novo objeto de estudo: formas de racionalizar recursos no pronto-socorro.
Para o Einstein, os novos objetos de estudo ou aprofundamento dos que já foram realizados anteriormente significam a chance de ampliar ou fortalecer suas linhas de pesquisa. “O grande desafio de um jovem pesquisador é justamente este: desenvolver uma linha de pesquisa que possa contribuir para a sociedade e, ao mesmo tempo, ajudar a Instituição a cumprir as metas estabelecidas pelos programas de pós-graduação, como número de publicações, de orientandos, etc.”, reforça o Dr. Rui Afonso, educador físico formado pela Universidade Federal de Viçosa, com mestrado em Psicobiologia na Unifesp e doutorado em Neurociências pelo Einstein. “Estudo os efeitos das práticas contemplativas no sistema nervoso central. Tanto meu mestrado como o doutorado têm relação com o tema, que continua em foco na pesquisa que estou desenvolvendo no Programa Jovens Talentos”, informa o Dr. Rui.
Reflexos na assistência
Segundo o Dr. André, além da contribuição para o desenvolvimento da ciência, a atividade em pesquisa também impacta o campo assistencial. “O contato com pesquisadores mais jovens me desafia a manter minha prática sempre em linha com o que há de mais novo do ponto de vista técnico e científico”, afirma. “A experiência em pesquisa nos traz um espírito crítico maior”, endossa o Dr. Marcelo. “Não aceitamos simplesmente o que nos é dito. Queremos ir atrás da fonte de informação, saber quais são os pontos fortes e fracos daquela pesquisa ou daquela intervenção estudada”, diz ele.
Sobre o futuro, os jovens talentos são unânimes: querem continuar pesquisando e contribuindo para a formação de novos pesquisadores. Segundo o Dr. Wolosker, o Jovem Pesquisador é um caminho para aqueles que pretendem se tornar professores efetivos do Programa de Pós-Graduação do Einstein futuramente, uma vez que, para galgar essa posição, precisam obter notas elevadíssimas no sistema nacional de avaliação de docentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Com o Programa, os jovens pesquisadores poderão fazer o que é preciso para isso: pesquisar, publicar e orientar.