Da assistência ao ensino: conheça a trajetória da Enfermeira e Professora Fernanda dos Santos
No Dia do Professor, conheça a história da profissional que transformou a experiência na assistência em bagagem para o ensino, unindo cuidado e impacto social

O Dia do Professor é sempre uma data marcante na história da Docente do Ensino Einstein, Fernanda dos Santos. Vinda de uma infância simples no interior de Venâncio Aires (RS), onde chegou a trabalhar na lavoura, Fernanda trilhou um caminho marcado pela força do estudo.
Incentivada pela mãe a buscar uma área com oportunidades e pela vontade de transformar vidas por meio da Enfermagem, ela investiu na profissão e, posteriormente, passou a se dedicar também à educação. “Desde pequena, eu brincava de ser Professora. Sempre tive essa vontade”, afirma.
“Uma prima que foi a primeira da família a se formar e a minha mãe foram minhas inspirações. Na infância, minha mãe dizia que eu precisava brincar e estudar. Em casa, não havia adegas, como em outras residências do Rio Grande do Sul, mas sim uma estante cheia de livros! Cresci cercada por esse universo”, relembra.
A escolha pela Enfermagem e o impacto social
Desde o primeiro semestre em sua faculdade, Fernanda buscou vivências que unissem conhecimento técnico e impacto social. Inscreveu-se em projetos de extensão para mergulhar em diferentes realidades.
“Eu já entendia que a Enfermagem era maior que o cuidado no hospital. Era também sobre ajudar comunidades, conhecer outras histórias, estar disponível para o outro”, conta.
O gosto pelo estudo a levou adiante. Enquanto trabalhava à noite, após a conquista do diploma, dedicava os dias à sequência da formação acadêmica, primeiramente no Mestrado e, depois, no Doutorado.
Nesse período, precisou enfrentar um dos maiores desafios de sua vida: a doença da mãe, diagnosticada com câncer. Fernanda deixou sua rotina estruturada em Pelotas para retornar ao interior e ficar ao lado dela.
“Eu sabia que não teríamos muito tempo. Então, abandonei tudo para morar com meus pais e acompanhar de perto cada momento”, relembra. Mesmo a 400 quilômetros da instituição de ensino, ela persistiu no Doutorado, viajando semanalmente para Pelotas.
“Às vezes as pessoas diziam que era impossível, que era difícil demais. Mas eu nunca pensei em desistir. Quando você quer muito alguma coisa, encontra meios de tornar isso possível”, ensina.
A mãe faleceu antes da conclusão do curso, e, mesmo com muitos desafios, Fernanda tornou-se a primeira da turma a finalizar os estudos.
Experiência ampla na assistência
Ao longo de sua trajetória, Fernanda fez questão de transitar por diferentes áreas da Enfermagem, do pré-hospitalar às Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), passando, por exemplo, por atuações em saúde mental, banco de sangue e clínica psiquiátrica.
“Eu quis vivenciar todos os contextos possíveis, porque sabia que, um dia, estaria na sala de aula para transmitir o conhecimento. E, quando isso acontecesse, queria ter propriedade para falar com os alunos”, explica.
A chegada ao ensino
O ingresso na Docência ocorreu em 2018, no Rio Grande do Sul. Foram anos de intensa dedicação, conciliando assistência e ensino, até que, em 2021, o ciclo se encerrou e Fernanda repensou os rumos da carreira.
“Naquele momento, decidi cuidar um pouco de mim. Eu já vinha de anos muito dedicados a momentos difíceis na família. Foi quando recebi, pelo LinkedIn, o convite para uma seleção no Einstein”, recorda.
O processo seletivo aconteceu em três etapas e Fernanda foi aprovada. Em setembro de 2021, deixou o Rio Grande do Sul e partiu para São Paulo.
“Eu sempre vi os desafios como oportunidades de crescimento. Como dizemos nós, gaúchos, vim de ‘mala e cuia’, acreditando que era aqui que eu poderia construir uma nova fase da minha vida”, ressalta.
A Docência como extensão do cuidado
No Ensino Einstein, Fernanda encontrou o espaço para consolidar a transição da assistência para atuar integralmente na Docência.
Atualmente, é professora na Graduação em Enfermagem, em vários cursos de Pós-graduação e Mestrado, além de orientar estudantes, liderar turmas e participar de projetos de Pesquisa.
Seu trabalho vai além dos limites da sala de aula: ela leva os alunos a atividades em comunidades como a de Paraisópolis, integrando teoria, prática e impacto social.
“Eu enxergo o ensino como uma extensão da assistência. No momento em que você transmite conhecimento, também está cuidando. Levo uma gota de Einstein aonde vou, deixando um pouco de mim e trazendo um pouco do outro e a satisfação de poder ajudá-lo”, afirma.
Realizada profissionalmente, Fernanda define seu momento profissional atual: “ser professora de Enfermagem em saúde pública me permite viver, a cada dia, a certeza de que transformar vidas é o maior legado que podemos deixar”.