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Alunos da Graduação em Medicina do Einstein criam Olimpíada focada no ciclo básico

Olimpíada de Medicina marca a importância de competição científica dirigida aos alunos do ciclo básico dessa Graduação, reunindo participantes de diferentes universidades brasileiras

Os alunos do terceiro ano da Graduação em Medicina do Einstein, Clara Sanches Bueno, 23 anos, Letícia Cavalcante Dimov, 23, Luana Perrone Camilo, 21, e Victor Quintães Cobaito, 20, criaram, em 2021, uma Olimpíada de Medicina em nível nacional, exclusivamente voltada aos alunos do ciclo básico, ou seja, do 1º ao 6º semestre dessa Graduação, e não restrita apenas aos estudantes do Einstein. O evento aconteceu na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), em setembro (primeira fase) e em outubro (a segunda etapa).

A ideia surgiu devido à saudade que esses alunos sentiam de participar de Olimpíadas Científicas Estudantis, realizadas durante o período em que cursavam o Ensino Médio. Dessa época eles colecionam vários prêmios por terem sido bem classificados em muitas delas, tanto em âmbito regional quanto nacional. Entre as áreas das competições que fizeram parte estão: Ciências, Química, Matemática, Astronomia e Astronáutica, Biologia, Robótica e Neurociências.

Nesses eventos, eles aprenderam a trabalhar em equipe, desenvolveram mais interação entre alunos e docentes e sobretudo avançaram em seus conhecimentos. Além de incorporar essas atribuições, a Olimpíada de Medicina Einstein (OMED) tem o intuito de incentivar a leitura de artigos científicos e pesquisas bibliográficas com criticidade, estimular o desenvolvimento das capacidades de raciocínio e de síntese e compartilhar pesquisas realizadas por cientistas brasileiros.

É também intenção desses quatro alunos promover mais engajamento na Iniciação Científica por estudantes dos primeiros anos da Graduação em Medicina, além de aprimorar o contato com as novas tecnologias. Conforme Clara, diferente do Einstein, em grande parte das universidades brasileiras o ciclo básico dessa Graduação costuma ser somente teórico.

Pensando nisso, a OMED veio para proporcionar o contato com abordagens práticas em associação aos diversos temas teóricos incorporados nessa etapa do ensino. “Queremos incentivar os alunos a aprofundarem todo o conteúdo do ciclo básico, pois no futuro esse estudo será ainda mais benéfico para todos que desejam ser bons profissionais”.

Anteriormente ao OMED, o Brasil apresentava apenas duas olimpíadas direcionadas aos alunos de Medicina, sendo uma para o ciclo básico, fundada no ano passado no modelo online e a outra dirigida aos estudantes do ciclo clínico. “Esse cenário aponta para uma ausência de oportunidades para que seja desenvolvido o pensamento crítico, aprimorado o conteúdo discutido em sala de aula e exercitada a sua aplicabilidade em casos reais”, ressalta Clara.

Como foi a organização?

O processo para a realização da OMED começou em 2019. O primeiro passo, que durou até 2020, foi criar um banco de 55 questões, de onde foram selecionadas as 40 perguntas das provas: 25 para compor o questionário da primeira fase e 15 no formato dissertativo, as quais corresponderam à segunda etapa. “Nós quatro fizemos isso com a supervisão de nossos professores”.

As provas foram elaboradas com base no conteúdo previsto para os dois primeiros anos da Graduação em Medicina, incluindo: Anatomia e Histologia; Bases da Atenção Primária à Saúde; Bioquímica; Biologia molecular; Biologia celular; Fisiologia; Metodologia científica; Microbiologia, Infectologia e imunologia; Patologia e Semiologia.

Antes do início da Olimpíada foi organizado um evento preparatório no modelo virtual chamado Warm up (aquecimento, em inglês). O encontro foi realizado em 29 de julho e teve o intuito de estimular os alunos a participarem da competição. Esse dia contou com apresentações de casos clínicos por docentes do Ensino Einstein. De forma interativa, o professor Dr. Thiago Avelino-Silva, a Dra. Beatriz Azevedo, o Dr. René de Araújo Gleizer e o professor Dr. Leandro Luongo de Matos discutiram variados temas que seriam debatidos na OMED.

Depois disso, com a orientação em todo o projeto da professora Dra. Juliana Magdalon e o apoio organizacional do Diretório Científico Albert Einstein foram abertas as inscrições gratuitas para os estudantes de Medicina de todo o Brasil, matriculados entre o 1º e o 6º semestre. “Firmamos uma parceria com uma empresa aérea e conseguimos descontos significativos para os alunos moradores de regiões mais distantes da cidade de São Paulo, já que a OMED seria presencial”.

Para auxiliar na divulgação e aproximar a Olimpíada de outras instituições de ensino pelo país, Clara, Letícia, Luana e Victor estabeleceram parcerias com 27 entidades acadêmicas de diferentes faculdades, localizadas nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste, além de nove patrocinadores.

Premiação

Com todo esse empenho, a primeira edição da OMED contou com 190 inscritos, compondo 62 equipes de oito estados brasileiros, representando 22 instituições de ensino públicas e particulares. Entre elas, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Universidade de São Paulo – Campus Bauru e as Universidades Federais de Minas Gerais e Paraná.

Estiveram presentes na primeira fase um total de 111 participantes, resultando em 41 equipes. Passaram para a segunda etapa 32 alunos, que formaram 32 times representantes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Paraíba, além de Brasília. Em todos os processos presenciais foram cumpridas inteiramente as normas de biossegurança contra o contágio pelo novo coronavírus.

Na ocasião foram sorteados três importantes livros da área, sendo os títulos: “Neuroanatomia funcional”, 3ª Edição, 2013, de Angelo B. M. Machado e Lucia Machado Haertel, da Editora Atheneu; “Residência médica – 400 questões comentadas de áreas básicas e especialidades de acesso direto”, da Faculdade de Medicina da USP, Editora dos Editores, e “16 Cursos nacionais de Terapia Intensiva e seus princípios – Disciplina de emergências clínicas do Hospital das Clínicas da FMUSP”, da Editora Manole.

Nesse momento as provas estão sendo corrigidas. Na categoria individual, o primeiro colocado receberá a medalha de ouro e 700 reais, a prata e mais 500 reais irão para o segundo lugar e o bronze para a terceira posição, acompanhado de um livro de Medicina. Já a melhor equipe contará com uma literatura da área para cada integrante e o certificado de time vencedor.

A OMED agora faz parte do projeto de extensão universitária e provou ser um ótimo instrumento para incentivar novas competências exigidas pelo mercado profissional. “Foi uma experiência inovadora. Acredito que conseguimos criar um ambiente de alta performance acadêmica, favorecendo abordagens práticas da rotina do futuro médico”, comemora Clara.

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