Carreiras

Conheça os benefícios de uma empresa júnior para universitários

A vivência numa empresa júnior diminui gradativamente a distância entre o mundo acadêmico e a realidade das organizações, preparando o aluno para sua carreira

Você já deve ter ouvido falar em empresa júnior. Mas, sabe dizer exatamente o que ela faz? Esse tipo de organização é formado e gerenciado por alunos universitários. A instituição de ensino apoia e incentiva, criando um ambiente fértil para o desenvolvimento do empreendedorismo e da liderança entre os alunos.

O objetivo dessas organizações sem fins lucrativos é oferecer experiências práticas muito próximas da esfera profissional, permitindo a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula em projetos reais, que muitas vezes são contratados por certas companhias.

Em busca de atividades ligadas à gestão

Diogo Lopes Cintra tem 21 anos e está no sexto semestre da Graduação em Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). Ele conta que sempre teve uma tendência ao empreendedorismo, além de grande interesse pelo mundo corporativo.

No início de 2023, durante uma conversa com sua colega do curso, Luana Camilo, decidiram pesquisar oportunidades para a criação de projetos que colaborassem com sua inserção em atividades ligadas à gestão.

Com a ideia na cabeça e o computador na mão, compartilharam tal anseio com o Coordenador da Coordenador da Graduação em Administração da FICSAE, João Paulo Bittencourt. “Coincidentemente ele tinha o mesmo desejo, porém voltado à Graduação em Administração. E a Luana mencionou a ideia de fundar uma empresa júnior”, diz Diogo.

Consultoria Júnior Einstein é dirigida a todas as Graduações

Desse encontro surgiu em 23 de abril de 2023 a Consultoria Júnior Einstein (CJE), empresa júnior da FICSAE, iniciando com 58 alunos participantes. Em março de 2024, ou seja, em menos de um ano de existência, a CJE conquistou três prêmios da Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (FEJESP). São eles:

  • Empresa furacão — tracking de inovação: reconhecimento por soluções que impactam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em diversidade, devido ao número de integrantes ativos em projetos e ações colaborativas com outras empresas;
  • Empresa supersônica — empresas juniores que bateram meta de faturamento anual no primeiro trimestre;
  • Empresa tornado — maior faturamento dentro da categoria (cluster) regional.

“Ganhamos o prêmio de Empresa tornado devido ao maior faturamento dentro da Federação do Estado de São Paulo. No entanto, pensando em todo o movimento, somos a que mais faturou nacionalmente dentro da nossa categoria (com menos de um ano de operação: cluster 1) se comparados com outras 470 empresas do mesmo grupo”, explica Diogo.

“Ao receber as premiações, contei com a presença da Giulia Girardi, do 5º semestre de Medicina, que atuava como nossa Diretora de Marketing”, comenta Diogo, reforçando a importância do estímulo ao reconhecimento.

Ele explica ainda que o custo da Consultoria é normalmente 40% abaixo do mercado, tornando a sua contratação mais acessível para diversas companhias. Os ganhos financeiros são administrados pelos alunos, que investem na cultura organizacional e em melhorias relacionadas à CJE.

O outro reconhecimento relacionado às iniciativas com foco em colaboração diz respeito ao fato de que todos os alunos das oito Graduações da FICSAE podem participar ativamente das atividades da CJE. São elas:

  • Graduação em Administração
  • Graduação em Enfermagem
  • Graduação em Engenharia Biomédica
  • Graduação em Fisioterapia
  • Graduação em Medicina
  • Graduação em Nutrição
  • Graduação em Odontologia
  • Graduação em Psicologia, a mais nova formação da Instituição.

“Essa participação conjunta das Graduações é muito importante para a nossa interação e integração. Além disso, traz muitas expertises diferentes que contribuem para o crescimento profissional e pessoal de cada um de nós”, enfatiza Diogo, que também desempenha o papel de Diretor-Presidente da CJE.

Paralelamente, eles captaram clientes do setor de saúde e de diferentes outros ramos e passaram a fazer parte da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores).

De acordo com o Coordenador da Graduação em Administração da FICSAE, João Bittencourt, a Consultoria Júnior Einstein tem a finalidade de colocar os alunos em situações negociais. Entre as atividades estão:

  • Providenciar todas as documentações e pesquisas para se abrir uma empresa
  • Criar o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
  • Fazer levantamento de custos de fundação e manutenção de uma companhia no Brasil
  • Estruturar uma empresa
  • Abrir contas bancárias
  • Desenvolver proposta de valor e entregar serviços de qualidade

Além disso, é fundamental entender como vender produtos e serviços e precificá-los. O aluno vive a experiência real do empreendedorismo e desenvolve na prática a relevância da competência de gestão, indo das finanças ao marketing de relacionamento. Segundo João, existe um ganho múltiplo nesse processo.

Para o estudante, trata-se de somar vivências em um ambiente com determinado controle, onde conta com as orientações de docentes especialistas em variadas disciplinas.

“Para a universidade, é investir, acreditar, incentivar e criar senso de responsabilidade para que no futuro eles possam agir de forma confiante e fazer significativa diferença no mercado de trabalho”, completa o Coordenador.

Ele conta que a CJE fechou recentemente um contrato com uma marca de sapatos de luxo em São Paulo, com interesse em expandir sua atuação no Brasil.

Nesses projetos, os alunos usufruem de experiências reais, colocando em prática projetos, cumprindo cronogramas de execução e entrega com toda a seriedade necessária às negociações em uma empresa já conceituada.

“Eu sou docente desde 2006 e percebo a diferença entre o aluno que participa de CJE e o que não participa desses tipos de iniciativa. Há também grande ganho para o processo de ensino-aprendizagem”, pontua João.

“Sou apaixonado pelo propósito de cuidar de pessoas. Quando me formar, pretendo fazer uma Residência Médica e atuar com qualidade na área assistencial. Também não quero perder as minhas aptidões para o empreendedorismo. Acredito que, depois disso, farei um MBA em Gestão em Saúde no Ensino Einstein e seguirei na Gestão”, conclui Diogo.

Notícias relacionadas