Dia do Pediatra: profissionais relatam experiências inspiradoras
No Dia do Pediatra, conheça as histórias de vida de duas profissionais motivadas e apaixonadas pelas suas carreiras
Comemorar o Dia do Pediatra, em 27 de julho, não é apenas um marco de calendário, mas uma forma de resgatar trajetórias encantadoras de alguns profissionais. É uma dedicação sublime à saúde e cuidado com as crianças, em prol de um desenvolvimento saudável ao longo de vidas que estão só começando.
Entre esses profissionais, ganham destaque as trajetórias de duas médicas, cuja paixão pela Pediatria inspira colegas e conforta famílias. Suas experiências exemplares são testemunhos do compromisso, da empatia e do impacto transformador que pediatras têm na vida de tanta gente.
Formada em 2002, a Médica Pediatra Dra. Elda M. Stafuzza Gonçalves Pires conta uma curiosidade: sempre gostou muito de ciências biológicas, mas também de exatas. “Com mãe e pai professores de matemática, sempre admirei e valorizei a docência, queria ser professora. Acabei escolhendo a Medicina, pois achei que me proporcionaria maiores desafios”, relata.
Coordenadora acadêmica da Graduação em Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), casada e mãe de dois filhos, de 9 e 10 anos de idade, Dra. Elda lembra o que a motivou a escolher a Pediatria.
No final da Graduação, em atendimento no Pronto-Socorro da pediatria, a Médica recorda-se de chegar em casa muito cansada, mas também muito feliz. Uma cena a tocou: “Estava atendendo um bebê, com sete meses de vida, e o coloquei sentado para auscultar. Abaixei para ficar mais próxima e ele encostou em mim, como se estivesse retribuindo o acolhimento, ali doente, me agradecendo”.
Com mais de 20 anos de carreira, ela continua se divertindo nos atendimentos, brincando enquanto avalia o desenvolvimento neuropsicomotor. “O vínculo que criamos com as famílias no acompanhamento das crianças é muito gratificante”, conta, com um brilho no olhar.
A pediatria, segundo ela, é uma especialidade que se sobressai devido ao acompanhamento junto à família da criança. A interação facilita diagnósticos precoces e preventivos, construindo uma relação de confiança e vínculos muito fortes, que vão além dos cuidados médicos.
Da Assistência ao Ensino: experiência e aprendizado
Dra. Elda ingressou no Einstein em 2007, ficando por aproximadamente dez anos no Pronto-Socorro. Em 2014 veio um convite que lhe trouxe ainda mais realização: colaborar no núcleo de construção do currículo para a Graduação em Medicina do Einstein. A partir de janeiro de 2018, passou a atuar exclusivamente na FICSAE.
“Incentivada pelo Einstein, cursei Mestrado em Educação na Holanda entre 2017 e 2019, alternando entre períodos presenciais e híbridos. Hoje sou educadora também. Dou aula na Graduação, treino docentes em metodologias e avaliação. Tenho na minha carreira os quatro pilares: assistência, educação, gestão do curso e pesquisa”.
Carreira dedicada à neonatologia
“Quando escolhi a pediatria, já estava decidida pela neonatologia”, diz a Médica Pediatra e Neonatologista, Dra. Romy Schmidt Brock Zacharias, Coordenadora Médica da Neonatologia na Unidade Morumbi do Einstein, também docente na Graduação em Medicina da FICSAE.
A subespecialidade da pediatria dedica-se ao cuidado dos recém-nascidos, especialmente aqueles que nascem prematuros ou com alguma condição de saúde que necessite de atenção especial.
Filha de pai neonatologista e mãe obstetra, Dra. Romy pontua que no início da carreira vivenciou outras áreas. “Constatei, ao acompanhar os partos, que eu queria mesmo era ficar junto ao bebê. Escolhi a pediatria já pensando em ser neonatologista”.
Ela define a neonatologia de uma forma sublime. “É uma área muito bonita e delicada, o começo da vida com uma nova mãe, um novo pai, uma nova avó. Há muita alegria contida em todo esse momento, em poder dar assistência”. Para a Médica, é extremamente gratificante cuidar dos bebês até que as famílias possam levá-los saudáveis para casa.
Além do alojamento conjunto, em que os recém-nascidos ficam perto das mães, há um andar específico no hospital – a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal -, onde ficam aqueles que precisam de assistência intensiva.
“Temos uma equipe multidisciplinar composta por Médicos, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Psicólogos, em que um apoia o outro”, celebra a neonatologista.
Participação em projetos relevantes
Dra. Romy está há 22 anos no Einstein. “Logo que terminei a residência, fui chamada para compor o time de neonatologia. Entrei na organização como plantonista e, ao longo do tempo, tive a oportunidade de participar de projetos relevantes, como a implantação de prontuários eletrônicos”.
Casou-se no início da carreira, época em que residiu por dois anos com o marido na Califórnia (EUA), para a realização de um Fellowship, programa de treinamento especializado em sua área. “Minha primeira filha nasceu quando retornamos e, seis meses depois, eu estava de volta ao trabalho no Einstein”, recorda-se a Médica, hoje com três filhos adolescentes.
Ver o encanto dos estudantes, o mesmo que sempre a motivou em sua carreira, é para a Dra. Romy o principal motivo da paixão que alimenta sua docência.
O contato com as novas gerações e a boa interação, de acordo com a Médica, favorecem muito o processo ensino-aprendizagem.
Ela ressalta ainda a transformação positiva ao longo dos últimos anos, que trouxe mais leveza ao cenário, com times mais experientes e preparados.
“Hoje temos mais recursos, investimentos e equipamentos, como a moderna ventilação mecânica, por exemplo, para garantir a sobrevivência de bebês prematuros. É a certeza de que tudo pode dar certo”, celebra.