Ciência e Vida

Diagnósticos por imagem e por punção facilitam o tratamento da glândula da tireoide

Avaliação Ultrassonográfica da Tireoide e Punção Aspirativa por Agulha Fina em Tireoide (PAAF) são dois procedimentos essenciais para o tratamento dessa glândula

É considerada expressiva a porcentagem da população brasileira que sofre com algum problema na tireoide – glândula reguladora da função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Conforme dados de 2020 coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número chega a 15%. Entre as patologias mais conhecidas estão: o hipertireoidismo e hipotireoidismo. Isso torna as disfunções na tireoide parte da rotina do profissional da saúde.

Dentro desse cenário, em algumas pessoas pode ocorrer ainda um risco maior de:

  • Doença nodular da tireoide – caracterizada pela presença de nódulos benignos, uma condição prevalente em todo o mundo. Estima-se que até 60% dos brasileiros poderão desenvolvê-la em algum momento da vida
  • Neoplasia endócrina
  • Patologias autoimunes: tireoidite de Hashimoto (TH) e a doença de Graves (DG)

Segundo o Médico Assistente dos Departamentos de Imagem e de Intervenção, Dr. Antonio Rahal, em geral, as chances de surgimento de patologias ligadas à tireoide aumentam com a idade, sendo mais frequentes em pacientes do sexo feminino.

“Estima-se que uma a cada três mulheres na casa dos 50 anos possui algum tipo de alteração na glândula, sobretudo nódulos, sólidos ou císticos”, afirma ele, que também é Coordenador Científico da Intervenção Percutânea do Hospital Israelita Albert Einstein e Integrante e Coordenador do Módulo de Intervenção da Sociedade Paulista de Radiologia.

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Tireoidologia: estudo da tireoide

A prevalência de nódulos tireoidianos na população brasileira segue a média encontrada em países ocidentais, de acordo com o especialista. Daí a importância da tireoidologia no mundo todo, face ao grande número de pessoas acometidas. “Felizmente, a grande maioria é de natureza benigna, cerca de 90% a 95%. Apenas a minoria dos nódulos encontrados apresenta atipias ou malignidade”.

Os exames de screening radiológicos possuem o papel principal de identificar, precocemente, lesões malignas ou com potencial de causar sintomas, como é o caso de nódulos benignos autônomos (também chamados de nódulos “quentes”), que causam hipertireoidismo, e os nódulos benignos não autônomos volumosos. Eles podem causar efeito estético desagradável, aumento do volume cervical, compressão traqueal, percepção de corpo estranho e disfagia, entre outros sintomas.

A ultrassonografia de tireoide, especialmente nos últimos anos, tornou-se o exame de escolha no screening. Outro fator que fez despontar esse recurso de diagnóstico foi a classificação TI-RADS (Ultrassonografia da Tireoide com Estratificação de Risco), cada vez mais difundida e aplicada.

O equipamento permite a estratificação de risco de um dado nódulo, com base exclusivamente em aspectos ultrassonográficos de escala de cinzas (modo B), selecionando os nódulos que devem ser puncionados, separando-os daqueles que merecem ser submetidos à Punção Aspirativa com Agulha Fina (PAAF).

Tanto a ultrassonografia de tireoide quanto o procedimento de PAAF são métodos Operador-Dependentes. “Ou seja, a qualidade e a acurácia do exame dependem da experiência, de conhecimento dedicado e do treinamento do especialista. Um exame realizado por um profissional experiente pode ser bastante diferente daquele realizado por um com menos experiência.”

Profissionais qualificados para diagnósticos precisos

“Parece óbvio, mas é relevante que os times da saúde compreendam o papel da glândula tireoide no ser humano e saibam identificar seus sinais de anormalidade”, pontua o Dr. Antonio, ressaltando ainda a importância de o setor da saúde contar com mais profissionais qualificados para entender as patologias e aplicar os exames mais adequados para tratar os sintomas e a doença.

Ter domínio sobre o manuseio e a interpretação dos resultados da ultrassonografia é fundamental, já que figura como o melhor exame para diagnóstico, uma vez que é comumente disponível, replicável, rápido, e não envolve radiação – aspecto de grande sensibilidade à glândula.

Levando-se tudo isso em conta, quando realizada uma boa investigação de imagem e constatados os nódulos, o Médico especializado deve:

  • Interpretar e classificar corretamente os achados
  • Separar os nódulos que devem ser puncionados dos que não precisam passar pelo procedimento
  • Dominar a técnica para a realização correta da punção, sabendo fazer uma amostragem de qualidade, oferecendo eficácia no procedimento e conforto ao paciente

No Brasil, não apenas o Médico Radiologista e o Médico Intervencionista têm autorização para realizar o procedimento. Profissionais da Medicina de outras especialidades também podem fazer a punção, desde que estejam adequadamente qualificados e treinados.

Capacitação em Ultrassonografia e de Punções Aspirativas

O Dr. Antonio Rahal é um dos pioneiros do uso da terapia ablativa de tireoide trazida da Coreia do Sul ao Brasil em 2018 para o tratamento de alguns tipos de câncer. Segundo ele, o mercado de trabalho brasileiro apresenta significativa carência de profissionais para a realização de diversos procedimentos relacionados a patologias dessa glândula. “Há também uma grande defasagem de bons especialistas”, afirma.

Para atender a essa demanda e considerando o cenário populacional, somado às características da imaginologia clínica e da Intervenção guiada por imagem na avaliação das doenças da tireoide, o Ensino Einstein incluiu em seu portfólio os cursos de Ultrassonografia e de Punções Aspirativas.

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Confira todos os cursos de imagem do Ensino Einstein:

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