Ciência e Vida

Iniciação científica estimula jovens a se interessarem por pesquisa

​Primeira Jornada de Iniciação Científica do Einstein recebe dezenas de trabalhos produzidos por alunos de medicina e enfermagem.

​Quais os benefícios do uso da realidade virtual para o ensino da anatomia? Como células do sistema imunológico podem ajudar o organismo de pacientes coinfectados pelo M. leprae (causador da hanseníase) e HIV? Quais fatores predispõem à ruptura de placas de gordura em casos de infarto ou angina?

Essas perguntas científicas deram origem a alguns dos trabalhos vencedores (ver boxe no fim da página) da Primeira Jornada de Iniciação Científica, realizada pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein em 15 de setembro.

O evento contou com a presença de aproximadamente 120 participantes, incluindo docentes e pesquisadores experientes e também muitos jovens das graduações de Medicina e Enfermagem do Einstein, que já estão produzindo pesquisa de grande valor acadêmico, embora ainda não estejam formados.

“A qualidade do que eles apresentaram tem nível de congresso internacional de especialidade”, avalia o diretor superintendente de Pesquisa do Einstein, Dr. Luiz Vicente Rizzo. “Não é à toa que os alunos que estão fazendo iniciação científica publicaram sete trabalhos em revistas científicas no ano passado, e cinco até junho deste ano”, justifica.

Durante o evento, foram apresentados ao todo 76 pôsteres e dez comunicações orais produzidas pelos estudantes da graduação envolvendo diversos temas relevantes na área da saúde, como transplante de células-tronco, angioplastia e septicemia.

Aprender a fazer ciência na prática

Bióloga, doutora em Fisiologia e docente da graduação em Medicina no Einstein, Juliana Magdalon explica que a iniciação científica é uma ótima oportunidade para que os alunos aprendam a coletar e interpretar dados, a formular hipóteses e a utilizar na prática testes estatísticos.

Segundo Juliana, que integrou a comissão organizadora da Primeira Jornada de Iniciação Científica do Einstein, o estímulo à pesquisa entre os estudantes é importante para identificar quem tem vocação e se interessa por esse tipo de atividade, mas também para qualificar os profissionais que desejam seguir carreira com foco na assistência.

“A iniciação científica ajuda a desenvolver qualidades fundamentais para futuros médicos e enfermeiros, como saber trabalhar em equipe, mas também de forma independente, ter pensamento crítico e ético, estabelecer relações com pesquisadores e lidar com frustrações, já que muitas vezes as pesquisas não saem da maneira esperada”, diz. “Quem faz iniciação científica passa também a valorizar mais o conhecimento científico, pois percebe como é trabalhoso fazer ciência”, acrescenta.

A Primeira Jornada de Iniciação Científica reforça o compromisso do Einstein com o estímulo à produção de conhecimento por meio de estudos e pesquisas desde a graduação. A Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein oferece aos seus alunos um Programa de Iniciação Científica de fluxo contínuo. Estudantes interessados podem entrar em contato com os orientadores, quando quiserem, sinalizando o interesse em pesquisa e agendando um horário para entrevista.

Todos os orientadores são encorajados a submeter propostas para as agências de fomento à pesquisa e, duas vezes ao ano, o programa abre chamadas para concessões de bolsas institucionais de iniciação científica, que devem obedecer aos critérios estabelecidos em seus editais.

Os vencedores da Primeira Jornada de Iniciação Científica

A Primeira Jornada de Iniciação Científica do Einstein premiou os quatro melhores pôsteres e as duas melhores comunicações orais apresentadas no evento. Foram eles:

Pôsteres

  • Corpo humano em realidade virtual como instrumento complementar de ensino e aprendizagem de anatomia / Área – Ensino

Alunos: Felipe Prediger Mazzotti, Gabriela Guimarães dos Santos Rodrigues, Gianluca Belchior, Julia Miranda Menezes, Julia Souza Bittar, Mariana da Cruz Torquato e Thiago Muñoz Ruiz

  • Atuação das células T Natural Killer e células linfoides inatas na resposta imune de pacientes coinfectados por M. Leprae/HIV / Área – Imunologia, microbiologia e infectologia

Aluna: Juliana Rodrigues Zampieri

  • Avaliação do desempenho diagnóstico de um teste comercial de imunofluorescência indireta para o diagnóstico sorológico da Infecção por dengue Vírus / Área – Medicina diagnóstica laboratorial e por imagem

Alunas: Karina Emy Arai e Carolina Rodrigues Dal Bo

  • Avaliação do desempenho de três diferentes equipamentos automatizados de análise de imagem para identificação de autoanticorpos por imunofluorescência indireta / Área – Imunologia, microbiologia e infectologia

Aluna: Gabriella Paes Del Papa

Comunicação oral

  • Fatores preditores de ruptura de placa e de fibroateroma de capa fina em placas ateroscleróticas na SCA / Área – Medicina diagnóstica laboratorial e por imagem

Alunas: Paula Mendonça Penido Sampaio Gomes e Stella Marinelli Pedrini

Avaliação da marcação de células de glioblastoma com nanopartículas trifuncionais – 560/750/Fe3O4 mediante as técnicas de MRI, NIR e bioluminescência / Área – Biologia celular e molecular

Aluna: Yolanda Oliveira Pinto

Notícias relacionadas