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Farmacêuticos contam com amplo campo de atuação profissional

Hospitais, laboratórios, indústrias, farmácias e drogarias: o Farmacêutico é referência técnica para a saúde e segurança dos pacientes

Da produção artesanal até o uso de tecnologias avançadas no processo de fabricação, os medicamentos tornaram-se um valioso recurso para a manutenção da saúde humana. Mas tão importante quanto a técnica de produção adotada na fabricação do medicamento, o farmacêutico sempre ocupou uma posição central na manipulação dos fármacos.

Foi a partir da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, que Dom João VI estimulou o ensino dessa área e da Medicina. Pouco a pouco, as chamadas “boticas” que na época vendiam remédios manipulados transformaram-se em Pharmacias.

“Ao longo dos anos, a industrialização trouxe a melhoria na qualidade microbiológica e química e a padronização de processos, conta a Gerente de Farmácia, Silvana Maria de Almeida, ressaltando ainda que “o parque tecnológico teve de se adequar a essa evolução”.

Ao lado de Silvana, um grupo de Farmacêuticas que atuam no Einstein apresentam um panorama atual da profissão. São elas: a Coordenadora de Farmácia na área de automação, Andrea Vasconcelos Pereira; a Especialista de Farmácia, Mariza Tobias da Silva; a Coordenadora de Farmácia de Produção de Medicamentos Injetáveis e Unitarização de Sólidos Orais, Pollyanna Miranda; a Coordenadora de Farmácia do Serviço de Informações e Segurança de Medicamentos, Roberta Gonsalez; a Coordenadora de Projetos de Farmácia, Vanessa de Cassia Brumatti; a Coordenadora de Farmácia Clínica, Gabrielli Pare Guglielmi, e a Coordenadora de Farmácia das Clínicas Einstein, Rozel de Campos Lopes.

Hospitais, laboratórios, indústrias, farmácias e drogarias. O campo de atuação do Farmacêutico ampliou-se com o acelerado desenvolvimento da área e a crescente capacitação profissional, além do avanço nas fórmulas de medicamentos cada vez mais arrojados.

Mariza observa que foi nos hospitais onde a profissão abriu novas frentes de atuação, figurando como parceira imprescindível de Médicos e da equipe multiprofissional. O Farmacêutico tem colaborado com o desenvolvimento e manutenção de protocolos de uso de medicamentos por conhecer profundamente as complexidades da terapia medicamentosa. “Assim, colabora para que os medicamentos cheguem ao paciente com qualidade, segurança e especificação adequada, para produzirem a resposta desejada”. Ou seja, está inserido em todo o processo que envolve o cuidado ao paciente. Desde logística de suprimentos até acompanhamento do paciente pós uso do medicamento.

Diferença entre o Técnico em Farmácia e o Farmacêutico

O Técnico em Farmácia tem grande importância para auxiliar o Farmacêutico nos serviços operacionais e de automação, mantendo e desenvolvendo processos eficazes, de qualidade e segurança, além da redução de desperdício dentro do amplo fluxo das atividades da farmácia. Seja no âmbito hospitalar, industrial ou drogaria. “Ter esse profissional bem capacitado nos nossos times é de suma relevância em todo o universo dessa área”, reconhece Silvana Maria de Almeida.

Ele garante que o medicamento chegará ao destino na dose e hora certas. O produto vem do fabricante em apresentações padronizadas, no entanto o paciente deverá recebê-lo de acordo com a prescrição. “Desse modo, o Técnico de Farmácia atua na personalização desse medicamento realizando o fracionamento e manipulação dos produtos, conforme necessário. O profissional segue todas as barreiras de segurança implantadas nesse processo para garantir que a Enfermagem oferte o medicamento correto para o paciente”, explica a coordenadora de Farmácia de Produção de Medicamentos Injetáveis e Unitarização de Sólidos Orais, Pollyanna Miranda.

Na formação, o Técnico em Farmácia é capacitado também para trabalhar com material médico-hospitalar – um diferencial competitivo para esse profissional. “Ele auxilia o Farmacêutico na tarefa de suprir o centro cirúrgico, as Unidades de Terapias Intensivas Infantil e Adulta e outras especialidades”, exemplifica Vanessa de Cassia Brumatti, Coordenadora de Projetos de Farmácia.

Já em relação ao curso superior, o Farmacêutico tem a possibilidade de ingressar na área científica, como pesquisador e docente. Além disso, existem diferentes Pós-graduações que capacitam esse profissional em áreas específicas, como, por exemplo, na Farmácia Clínica.

Conheça mais sobre as possibilidades de atuação dos Farmacêuticos em hospitais

O Serviço de Informações e Segurança de Medicamentos realiza pesquisas e informações técnicas sobre medicamentos em um universo de mais de 30 mil drogas disponíveis no mercado Brasileiro. “Definimos e avaliamos entre todos eles quais realmente precisamos ter”, diz a Coordenadora de Farmácia do Serviço de Informações e Segurança de Medicamentos, Roberta Gonsalez.

No Einstein, os profissionais são responsáveis pelo Manual Farmacêutico do Hospital. No dia a dia, eles atualizam o material na internet e intranet. O conteúdo é bastante utilizado pela equipe multiprofissional. “Inclusive trabalhamos na padronização, na exclusão de medicamentos e na Farmacovigilância verificando, acompanhando e notificando eventuais reações adversas a remédios para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)”.

Há ainda a Tecnovigilância, que cuida de eventos adversos relacionados a materiais e equipamentos, visando recomendar a adoção de medidas que garantam a proteção do paciente e a promoção da saúde. “Mantemos contato com o fabricante para realizar as notificações e contribuir com as fichas técnicas”, conclui Roberta.

Na Farmácia Hospitalar, o Farmacêutico é referência técnica para os colaboradores, estabelecendo boas práticas sobre medicamentos e aplicações de determinados materiais, bem como estipulando os procedimentos e condutas da área. “Com a evolução da gestão da qualidade e da busca por certificações relacionadas à saúde, a Farmácia representa a garantia da qualidade e segurança dos materiais e medicamentos adquiridos dos fornecedores”, conta a Especialista de Farmácia, Mariza Tobias da Silva.

Além da Farmácia, o profissional é inserido em atividades de auditoria de fornecedores. “Nas indústrias eles visitam os fornecedores de matérias-primas para garantir a qualidade dos fármacos. Com isso, integramos uma rede fundamental de geração e troca de conhecimento para oferecer os melhores produtos aos pacientes”, diz.

Por sua vez, o setor de Farmácia de Produção de Medicamentos Injetáveis e Unitarização de Sólidos Oras busca garantir que as legislações e as boas práticas de manipulação de medicamento sejam seguidas. O Farmacêutico é o responsável pela preservação da qualidade dos produtos dispensados. “Ele treina a equipe desde a admissão e deve manter os profissionais atualizados e capacitados”, conta a Coordenadora de Farmácia de Produção de Medicamentos Injetáveis e Unitarização de Sólidos Orais, Pollyanna Miranda, ressaltando que também auxilia “na gestão do estoque de materiais e medicamentos, na manipulação de medicamentos e na gestão de nossas equipes”.

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A Coordenadora de Projetos de Farmácia, Vanessa de Cassia Brumatti, explica que o seu setor atua junto a times assistenciais de melhorias contínuas. “É um mundo novo, uma área que está despontando. Não vemos muitos Farmacêuticos envolvidos nela ainda. Acredito que será uma atividade promissora”.

Outra possibilidade de frente de trabalho são os sistemas de prescrição eletrônica integrado à dispensação automatizada, em que um robô unitariza e dispensa medicamentos, com interação humana. “Quando o Farmacêutico desenvolve trabalhos nesses âmbitos percebemos muitas melhorias e alta performance”, detalha Andrea Vasconcelos Pereira, Coordenadora de Farmácia na área de automação.

No seu time, os Farmacêuticos investem em logística, competências técnicas da profissão e integração com a equipe multiprofissional. “Aqui tanto o Farmacêutico quanto o Técnico em Farmácia são treinados para lidar com sistemas, ferramentas de planejamento e conhecimento para montagem e interpretação de indicadores. Eles inclusive junto a profissionais de tecnologia e de ciências de dados contribuem para criar soluções tecnológicas para o melhor fluxo da Farmácia”.

Gabrielli Guglielmi, Coordenadora de Farmácia Clínica, destaca as funções do Farmacêutico Clínico. “Ele atua avaliando prescrições, monitorando ativamente reações adversas de medicamentos, realizando seguimento farmacoterapêutico, como análise de doses, exames de dosagens séricas, interações medicamentosas, alergias etc.”. De acordo com ela, esse profissional também participa de reuniões multiprofissionais e construção de protocolos envolvendo medicamentos.

Nas Farmácias das Clínicas Einstein que são unidades de serviços de atenção primária, walk-in e medicina diagnóstica, os Farmacêuticos têm atuação tanto na área de gestão de estoques (responsáveis pelo ciclo de assistência farmacêutica) como também serviços clínicos como atenção farmacêutica ao uso de medicamentos para o tratamento da obesidade, ao uso de contraceptivos e revisão farmacoterapêutica, entre outros. “Essa ampla atuação faz com que o Farmacêutico seja visto como um profissional indispensável no cuidado ao paciente, sendo cada vez mais requisitado e reconhecido pela equipe multiprofissional e pelos pacientes”, complementa a Coordenadora de Farmácia das Clínicas Einstein, Rozel de Campos Lopes.

Empregabilidade

Em abril de 2021, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) contabilizou 234.301 Farmacêuticos inscritos nos Conselhos Regionais. Desses, 6.771 trabalham em farmácias hospitalares. A maioria, 89.879, possui registro em farmácias ou drogarias comerciais.

Conforme a entidade, naquele período as indústrias brasileiras contavam com 454 Farmacêuticos registrados, ou seja, responsáveis por uma determinada unidade. “Temos muito mais pessoas atuando, uma vez que nem todo Farmacêutico necessita do registro”, ressalta Vanessa.

Segundo a Diretora da Escola Técnica do Einstein e Coordenadora do curso de Pós-graduação em Docência na área da saúde, em nível médio as oportunidades de trabalho também são bastante significativas. “Na nossa Escola Técnica 71% dos alunos conseguiram emprego no ano subsequente ao término do curso”. E quem tem experiência também procura essa capacitação. “Temos 60 profissionais que atuam na área da farmácia fazendo o nosso curso técnico para aprimoramento da prática”.

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