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Panorama atual do ensino sugere abordagens integrativas entre as disciplinas

Com o aluno adquirindo uma posição central no sistema da educação, docentes devem tornar mais dinâmicos os ambientes presencial e virtual

Entre os muitos aspectos desafiadores do ensino atual está a formação de docentes. Muitos dos programas criados no passado para o desenvolvimento das habilidades desses profissionais carecem do posicionamento do aluno como figura central do ambiente de aprendizagem.

É possível que em determinadas instituições de ensino talvez o professor não esteja pronto para isso. No entanto, esse profissional deve estar aberto a aprender e a se desenvolver nessa área, pois passará por um processo seletivo em que tais habilidades estão cada vez mais sendo solicitadas, uma vez que impactam diretamente no aprendizado dos alunos.

Hoje em dia já não são suficientes apenas o conhecimento técnico e o aprofundamento intelectual do docente. “O bom desempenho depende também da boa comunicação e empatia”, enfatiza o Coordenador da Graduação em Medicina, da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, Dr. Julio Cesar Martins Monte.

Segundo ele, o docente também precisa:

  • Instigar o aluno a se comprometer com seu aprendizado;
  • Colaborar com o amadurecimento do estudante em seus estudos;
  • Acompanhar o desenvolvimento individual do aluno;
  • Estimular a independência intelectual dos discentes;
  • Provocar discussões entre grupos e intergrupos, enriquecendo o aprendizado.

Tais habilidades, em sua visão, devem ser colocadas em prática junto aos alunos desde o primeiro ano escolar para que eles não vivam mudanças tão abruptas entre um período e outro de toda a fase estudantil. “Desde o Ensino Fundamental, o estudante precisa ser acompanhado de maneira a receber um preparo robusto para lidar com os diferentes níveis de exigência presentes ao longo de sua formação”.

A educação da atualidade está respaldada em uma literatura vasta sobre técnicas de ensino-aprendizagem, o que se aplica a todas as disciplinas. Desse modo, a instituição define as linhas metodológicas de ensino e proporciona um ambiente em que seu docente possa se atualizar e se especializar cada vez mais.

Com isso, ele também é incentivado a realizar ações em conjunto com os outros professores. “É importante haver a integração metodológica e trabalho em equipe. Inclusive hoje em dia é aconselhável que as disciplinas sejam apresentadas de modo interligado”.

Uma forma de promover essa integração, por exemplo, é que docentes assistam aulas uns dos outros em alguns momentos estratégicos e bem planejados. “Esse formato contribui para que o aluno perceba essa conexão entre o ensino e o seu aprendizado. Entre outros aspectos, entender que química, matemática e biologia não estão separadas, assim como muitas outras disciplinas”.

Dessa forma, os docentes estreitam a comunicação e participam da criação de um ambiente colaborativo entre todos os envolvidos na busca pela construção eficiente do conhecimento. “É uma ótima maneira de juntos provocarem a inovação e o interesse genuíno do aluno”.

Conforme o Dr. Julio, no Ensino Einstein, como um todo, as metodologias são integrativas e colaborativas. Os docentes passam por treinamentos contínuos de atualização, visando aprimorar suas competências para que as aulas sejam colaborativas e não expositivas. Os feedbacks de todos os envolvidos são periódicos, proporcionando uma rede de apoio ao aperfeiçoamento desejado.

Em contrapartida, o docente precisa estar:

  • Convencido sobre a efetividade das metodologias;
  • Engajado nas mudanças necessárias para os avanços da educação;
  • Fomentando a participação de todos os alunos nas discussões;
  • Aberto a atuar predominantemente como um ouvinte e condutor do melhor aprendizado;
  • Organizado em relação aos tópicos a serem discutidos.

Na opinião do Coordenador, é importante inclusive que o docente atue sempre com a meta de construir um cronograma assertivo sobre os momentos e duração de cada atividade, para que ao final da aula os objetivos tenham sido atendidos. “É trabalhoso, mas muito gratificante, pois o aluno também se sente impulsionado a se dedicar previamente e, assim, ser um agente de sua boa formação”, defende.

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