Projeto “Cientista do Amanhã” proporciona imersão em ciências para 37 jovens de Paraisópolis
Adolescentes atestam que o conhecimento científico é fundamental para a compreensão de mundo desde o ensino básico
A relevância do ensino de ciências está em desenvolver o pensamento científico em crianças, jovens e adultos. Sua associação com outros saberes oferece oportunidade para as melhores escolhas do dia a dia, além do enfrentamento de desafios de maneira realista e com base em evidências.
Esse é o principal objetivo do “Cientista do Amanhã”, um projeto idealizado e promovido pelo Programa de Pós-graduação stricto sensu em Ciências da Saúde da Pesquisa Einstein, em conjunto com o Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis (PECP), e liderado pela Diretoria de Pesquisa da Instituição.
O “Cientista do Amanhã” foi planejado em 2019, mas não pôde ser iniciado por conta da pandemia. Com o controle da crise sanitária, a sua primeira edição teve início em maio deste ano, englobando 37 meninas e meninos, de cerca de 14 e 15 anos, matriculados no 9º ano do Ensino Fundamental II, da Escola Municipal de Educação Fundamental Prof. Paulo Freire, localizada na Comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.
Todas as atividades da primeira etapa já foram concluídas. Entre elas, a apresentação da ciência em seus diferentes aspectos, a realização de debates promovendo o senso crítico e a imersão científica. “A segunda fase será composta pela Iniciação Científica Júnior, que ordinariamente acontece quando cursamos o ensino superior”, orgulha-se o Diretor-Superintendente de Pesquisa do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), o Médico Imunologista, Dr. Luiz Vicente Rizzo.
Pensamento crítico
Ele chama a atenção para a relevância dessa iniciativa que chegou para ficar. “Esse Projeto tem uma importância incalculável. O seu aspecto multifacetado incluiu por completo esses adolescentes no mundo científico, de maneira a incentivar que se formem cidadãos habituados à ciência. É fundamental despertar nos jovens brasileiros mais curiosidade e estímulo para desenvolverem o pensamento crítico tão necessário para a humanidade”.
Com isso, o “Cientista do Amanhã” contribui para popularizar a ciência, compartilhar conhecimento de forma a incentivar a construção de conhecimento baseado em evidências, além de aguçar nos jovens o interesse em saber mais sobre a carreira acadêmica-científica. “Não temos a pretensão de que eles se tornem pesquisadores no futuro, mas que percebam o quanto o saber científico transforma vidas positivamente”, afirma o Dr. Rizzo.
Com todo o aparato espera-se que esses alunos continuem desenvolvendo competências essenciais para que se tornem atores importantes no exercício do pensamento científico e na difusão da ciência em seus núcleos de convivência, inspirando também outros jovens. Com a participação no Projeto, a expectativa é a de que tenham adquirido:
- Opinião geral sobre ciência, pesquisa, inovação e o papel dos pesquisadores, professores e alunos na construção da sociedade
- Habilidade de discernimento entre fake news e notícias verdadeiras e entre informação baseada em evidências e conteúdo falso
- Flexibilidade de comunicação e disseminação sobre a importância da ciência para o planeta
- Capacidade de compreender e aplicar na prática a metodologia científica
Para isso, os estudantes assistiram palestras e discussões abordando os temas:
- Ciência e Pesquisa
- Combate a fake news e comunicação não violenta
- Inovação e ciência na transformação do setor de saúde, que aconteceu dentro do ambiente da incubadora Eretz.bio do Einstein
- Construção de um projeto de pesquisa
Como é ser um cientista?
Eles também visitaram o laboratório de pesquisa experimental, onde puderam ver células pelo microscópio confocal (que permite imagens de alta resolução) e em outros modelos do equipamento. Também tiveram explicações sobre os trabalhos realizados nesse ambiente e algumas ferramentas de pesquisa. “Eu creio que estamos criando um impacto nunca visto se considerarmos a multiplicação de conhecimento que esses estudantes poderão fazer ao longo de suas vidas”, ressalta o Dr. Rizzo.
No laboratório os alunos puderam entender como funcionam:
- A preparação de células e tecidos para serem visualizados por meio do microscópio;
- A identificação da membrana celular, citoplasma e núcleo utilizando esse equipamento e
- A visualização de estruturas microscópicas do corpo humano.
Para aumentar a percepção de como é desempenhar trabalhos científicos, os alunos usaram e levaram para casa uma paramentação composta por jaleco, camiseta e botton personalizados, além de um certificado de participação.
Eles também foram envolvidos em uma maratona de tecnologia chamada Techthon. Durante uma dinâmica, desenvolveram projetos de inovação. Dessa atividade surgiu a idealização do aplicativo de transporte particular: “LOCALIZA URGENTE”, em que o motorista pode ser treinado para aplicar os primeiros-socorros em quem necessitar. “Todo o conceito partiu de um grupo composto por seis alunos. Eu fiquei muito feliz com o resultado”, revela o Dr. Rizzo.
Em setembro o grupo composto por seis alunos do Projeto “Cientista do Amanhã” pôde vivenciar por duas tardes no Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa – uma imersão que possibilitou a experiência de acompanhar o processo de criação e prototipação de um aplicativo.
Bolsa de Iniciação Científica
Com a finalidade de oferecer a manutenção e evolução de todo o aprendizado oferecido na primeira etapa do Projeto, o Einstein disponibilizou 15 bolsas de Iniciação Científica Júnior para a sua segunda fase, que começou em setembro e terminará em dezembro. “A terceira e última parte será marcada com a realização da Feira de Ciências, em 2023”, revela o Diretor-Superintendente.
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