Saúde mental é prioridade para ambientes mais colaborativos

Os últimos anos têm revelado uma notável transformação no ambiente de trabalho, onde a saúde e o bem-estar dos colaboradores ganham cada vez mais força. Empresas que investem em políticas e programas voltados à saúde mental conquistam uma equipe saudável, motivada e engajada com os resultados.

Sobre essa tendência, a Gerente Médica de Bem-Estar e Saúde Mental do Hospital Israelita Albert Einstein, Dra. Dulce Pereira de Brito, lembra que a pandemia trouxe aos gestores a importância de olhar de forma estruturada para a sua própria saúde mental e a de seus colaboradores.

“O que fazer com a quantidade de pessoas que adoecem por questões relacionadas à saúde mental? Isso acontece em todos os andares da pirâmide hierárquica dentro das organizações”, argumenta. Segundo ela, o tema entrou de vez na pauta das lideranças, que estimulam ambientes organizacionais com essa nova cultura.

“Um colaborador que se sente valorizado e possui equilíbrio entre vida profissional e pessoal é mais produtivo”, destaca a Gerente. Ela reforça a importância de uma estratégia de engajamento com profundo conhecimento sobre perfil e necessidades dos colaboradores, para que os programas tragam resultados efetivos.

Buscar uma equipe mais engajada

“Vejo as organizações como habitats ou ecossistemas em perigo, como uma biodiversidade enorme totalmente ameaçada por uma série de interferências humanas”, analisa a Gerente, fazendo uma analogia.

Observa-se um avanço do ponto de vista tecnológico que não acompanha o das relações humanas. “Por isso é um ambiente em risco, caso não seja cuidado no mesmo ritmo. Assim como o solo, nas empresas também ocorre erosão: da empatia e das relações.  Trabalhamos muito essa abordagem das questões relacionais em nossos cursos”.

O intuito é promover a criação de ambientes amigáveis, para que as pessoas tragam experiências criativas e produtivas. “É fundamental estimularmos uma cultura que capacite sobretudo gestores, enquanto maiores aliados para a saúde mental e o bem-estar de suas equipes”, explica.

A pluralidade crescente, reforça a Dra. Dulce, é a base para viver em plenitude com a diversidade. Enquanto a inovação se expande, a educação emocional não pode ficar em segundo plano, lembra a Gerente, citando o impacto e efeitos negativos que as mudanças climáticas exercem na saúde mental da população mundial.

Aliás, a previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que, entre 2030 e 2050, as alterações no clima causem aproximadamente 250 mil mortes adicionais por ano. Nesse contexto, as mudanças climáticas podem representar a causa de sofrimento emocional, ansiedade, depressão e até comportamentos suicidas.

Estruturação da assistência

O Médico Psiquiatra que atua como Coordenador de Saúde Mental do Einstein, Dr. Luiz Zoldan, foi contratado em 2019 para dar continuidade à estruturação de um programa mais robusto de saúde mental para os colaboradores da organização.

Segundo ele, cuidar da saúde mental deve estar na pauta estratégica das empresas, como objetivo central e essencial para a manutenção de sua sustentabilidade emocional.

Esse trabalho consiste em entender a estrutura da assistência à saúde mental. “Quando falamos desse tema nas empresas, pensamos em negociação e ganhos. Ganha a empresa em termos de produtividade, em longo prazo, e ganha o colaborador com satisfação e melhor qualidade de vida”.

Esse é o princípio básico, segundo o Psiquiatra. Promover a saúde mental na empresa, tratar os transtornos e prevenir o adoecimento geram transformações que levam à melhora do relacionamento entre as equipes.

Também se observam – explica o Médico – melhorias em termos de absenteísmo, presenteísmo e produtividade, com um perfil de saúde populacional melhor para a equipe e menos pessoas adoecidas. “Obviamente, isso se reflete em valor e retorno dos investimentos”, ressalta.

Em busca de um ambiente colaborativo e inclusivo

Dr. Zoldan menciona o recente Fórum Econômico Mundial, que apresentou uma estimativa de que cerca de 1 trilhão de dólares em produtividade sejam perdidos anualmente devido ao adoecimento mental.

Assim, investir no bem-estar promove um ambiente de trabalho colaborativo, positivo e inclusivo, com melhorias substanciais no clima organizacional. Bem-estar envolve os aspectos emocional, mental, físico, financeiro, digital e ocupacional. “Quem se sente bem geralmente faz o bem. Isso vai se irradiando”.

“Nossos programas, para profissionais de dentro e fora do Einstein, buscam a equidade. A quem não tem nenhum transtorno mental oferecemos promoção de saúde mental e prevenção, por meio de lives, informações e trilhas, por exemplo, enquanto aos já adoecidos há desde o cuidado imediato até o mais aprofundado e multiprofissional”.

Soluções como base na educação corporativa

Dada a importância do tema, o Ensino Einstein, por meio da área de Soluções Corporativas, oferece um amplo portfólio com produtos, ações organizadas e personalizadas para colaborar com empresas de todas as áreas, na saúde mental de seus colaboradores.

“Como é um tema de gestão, transversal e que permeia todos os tipos de organizações, nossos projetos são desenhados a partir da prevenção e construção de um relacionamento com o mercado, com cuidado especializado e apoio contínuo ao bem-estar das equipes”, salienta a Diretora de Marketing e Soluções de Ensino do Einstein, Alessandra Marouço, citando como exemplos palestras com ênfase na gestão emocional e treinamentos para as lideranças.

Todo o processo de aprendizagem – comenta a Diretora – influencia muito na conscientização. Hoje o Ensino Einstein tem grande abrangência em seu portfólio de produtos, incluindo cursos de Pós-graduação e atualização, oficinas e treinamentos com simulação realística.

Empresas que estrategicamente se preocupam com o bem-estar de seus colaboradores destacam-se como excelentes lugares para se trabalhar. “Criar e estimular ambientes organizacionais saudáveis não apenas beneficia os colaboradores, mas fortalece a empresa como um todo”, conclui Alessandra.