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Técnicos em saúde ganham espaço com expansão do setor e mudança do perfil da população

Envelhecimento da população e crescimento da medicina diagnóstica são alguns dos fatores que levam à abertura de novas vagas na saúde para profissionais técnicos.

Apesar de as taxas de desemprego estarem num patamar alto no Brasil, afetando 11,6% da população economicamente ativa no final de 2018, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área da saúde parece demonstrar números mais animadores. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho indicam que, de janeiro a setembro do ano passado, houve no país a abertura de 73.731 vagas nas atividades do setor de hospitais, clínicas e laboratórios.

Em São Paulo, onde estão empregados o equivalente a 33% do total de trabalhadores desse setor, surgiram ao longo desse mesmo período a abertura de 22.295 vagas no estado, destacando-se a geração de 7.693 postos na atividade “atendimento hospitalar”.

Além da necessidade de um número maior de profissionais com Graduação na área da saúde, tem crescido também a demanda por técnicos em saúde. Para a área de Enfermagem, por exemplo, dados atuais do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) indicam que, para cada enfermeiro com Graduação empregado no Brasil, existem aproximadamente três profissionais de nível técnico ou auxiliar trabalhando.

Ampliação das ofertas de emprego para técnicos em saúde

Os técnicos da área da saúde, homenageados em 14 de abril (Dia do Técnico em Serviço de Saúde), são profissionais com formação de nível médio treinados para desenvolver atividades bastante práticas no setor.

A Diretoria da Escola Técnica do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), tem observado algumas tendências na área da saúde que devem ampliar as oportunidades de emprego para esses profissionais. São elas:

  • Aumento de leitos nos principais hospitais e centros de saúde do país.
  • Crescimento das redes de laboratórios e medicina diagnóstica.
  • Necessidade cada vez maior de cuidado especializado à terceira idade.
  • Investimento público e privado nas ações com foco na atenção primária.

“Para acompanhar esse cenário dinâmico da área da saúde, temos feito constantemente mudanças no conteúdo a ser transmitido para os alunos do Ensino Técnico”, comenta.

A Diretoria da Escola Técnica do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), revela que recentemente se reuniu, por exemplo, com representantes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que estão estudando como os profissionais técnicos em Análises Clínicas poderiam participar mais dos processos de coleta de materiais para exames. “Esse trabalho hoje é quase sempre feito por profissionais de Enfermagem, mas provavelmente teremos que preparar os técnicos em Análises Clínicas também para isso”, comenta. “As formações técnicas são assim, bem objetivas e focadas nas necessidades atuais do mercado de trabalho”, completa.

Os cursos técnicos na área da saúde podem envolver diversas funções no setor, desde atividades farmacêuticas ou execução de exames de radiologia até administrativas e organizacionais. Eles têm durações média de um a dois anos e também podem ser úteis para quem deseja conhecer melhor a profissão, antes mesmo de iniciar a Graduação na área, pois preveem estágios de forma antecipada.

Outro diferencial da profissionalização técnica é o rápido aumento da renda após a formação. Segundo estudo feito pela Fundação Getulio Vargas e pelo Insper com jovens que tiveram desempenho semelhante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 2004 e 2006, a remuneração daqueles que fizeram escola técnica era 12,7% maior do que a remuneração daqueles que não tiveram esse tipo de preparação.

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