Aluno da Medicina ganha destaque ao participar de publicações científicas dos Estados Unidos

O interesse pela ciência por parte do aluno do internato da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), Nickolas Stabellini, 26 anos, iniciou com seu ingresso na Graduação em Medicina da Instituição, no 1º semestre de 2017. “Seis meses depois eu comecei a Iniciação Científica. Essa possibilidade com duração até 2020 favoreceu a minha experiência prévia com o ambiente de pesquisa”, relembra.

Na Iniciação Científica, Nickolas concluiu o projeto “Análise de Procedimentos Cirúrgicos Vasculares pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de São Paulo”, entre 2017 e 2020, com bolsa de estudo pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A bolsa foi concedida em 2018 e 2019, tendo a orientação do Médico do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Dr. Marcelo Teivelis.

Durante essa investigação, o aluno foi responsável por desenvolver, junto com a equipe de BigData & Analytics do HIAE, um robô que capta e organiza automaticamente os milhares de dados em saúde, entre outras importantes atuações.

O projeto rendeu uma série de publicações sobre a epidemiologia de doenças e cirurgias vasculares na capital paulista e no Brasil, utilizando a tecnologia. Depois disso não parou mais. No 2º semestre de 2019 foi selecionado para fazer parte do Programa MD-PhD, criado pelo Ensino Einstein em parceria com a Case Western Reserve University, situada em Cleveland, nos Estados Unidos. Aprovado para participar dessa iniciativa, Nickolas trancou a Graduação em Medicina e foi viver a nova fase como pesquisador nesta cidade norte-americana, de 2020 a 2022.

O Programa MD-PhD entrou em vigor em 2019 e conta com duas vagas anuais com bolsa de estudo integral e uma ajuda de custo para morar fora do Brasil. Esses benefícios financeiros são fornecidos por Marcos Lottenberg & Marcos Wolosker International Fellowship for Physicians Scientist, possibilitando uma dedicação total à ciência, por dois anos voltados a um projeto de pesquisa em nível de Doutorado.

Produção científica a partir do MD-PhD

Nos Estados Unidos, Nickolas trabalhou na linha de pesquisa de Saúde Populacional em Oncologia usando Big Data e Inteligência Artificial, sendo orientado pelo Médico e Coordenador de Hematologia e Transplante de Medula do HIAE, Dr. Nelson Hamerschlak, pela Diretora Associada de Informática e Ciência de Dados do National Cancer Institute, Dra. Jill Barnholtz-Sloan, e pelo Médico e Diretor Clínico do Programa de Oncologia Clínica de Câncer de Mama no University Hospitals Seidman Cancer Center e professor associado de medicina na Case Western Reserve University School of Medicine, Dr. Alberto Montero.

Dentro dessa linha de pesquisa, Nickolas formulou sua tese de doutorado: Sex differences in adults with acute myeloid leukemia and the impact of sex on overall survival. O grande empenho do aluno resultou na participação em mais de 20 publicações científicas e apresentação em congressos internacionais.

Entre as suas principais atuações está a cooperação com o projeto Independent Validation of the PREDICT Prognostication Tool in US Breast Cancer Patients Using the National Cancer Database (NCDB), apresentado no National Comprehensive Cancer Network (NCCN) de 2022, um dos maiores congressos sobre Oncologia. Nesse evento o trabalho venceu o prêmio de Top Scoring Abstract e ganhou destaque na Daily News, revista eletrônica sobre oncologia da American Society of Clinical Oncology (ASCO).

Nickolas foi convidado especial para uma discussão no Neuro-Oncology Tumor Board, do National Cancer Institute (NCI), entidade gerida pelo National Institutes of Health (NIH), sobre seu artigo Sex differences in time to treat and outcomes for gliomas, do qual é o primeiro autor.

Foi também coautor em dois pôsteres apresentados no ASCO 2022 e apresentou um pôster exibido na 15ª American Association for Cancer Research (AACR) Conference on the Science of Cancer Health Disparities in Racial Ethnic Minorities and Medically Underserved. No final de 2022 ainda apresentou com destaque três pôsteres sobre o tema cardio-oncologia nas Scientific Sessions da American Heart Association (AHA), um dos maiores congressos de cardiologia do mundo.

Fora do país, a sua dedicação também resultou em reconhecimento e incentivo financeiro. Entre outros prêmios, ele ganhou o Scholar-in-training, no valor de 1.500 dólares, oferecidos aos estudiosos com o melhor currículo e os melhores trabalhos. “Nesse congresso fui convidado para um jantar inaugural com nomes proeminentes da área. Foi uma grande felicidade. Essas experiências abriram muitas portas e me capacitaram muito mais. Com certeza eu sou um pesquisador muito melhor hoje”, celebra.

No final de 2022, Nickolas voltou ao Brasil e, neste ano, retomou o internato na FICSAE. Agora ele está dando continuidade à formação como Médico e, ao final da Graduação, também terá o título de Doutor. “Foram chances únicas que me renderam muitos aprendizados, transformando a minha vida para sempre, tanto como futuro profissional da saúde quanto como pessoa. Mas nada seria possível se eu não tivesse ganhado a bolsa de estudo pelo Programa MD-PhD”, reconhece.

Graduação em Medicina

Esse percurso seguido por Nickolas, na verdade, foi desenhado em 2013, quando terminou o Ensino Médio e ingressou no curso pré-vestibular, aos 17 anos. “Eu participei de três processos seletivos anuais antes de ser aprovado na Graduação em Medicina da FICSAE”, diz. Ele conta que diversos fatores o levaram a escolher a Instituição, como:

• As metodologias ativas de Ensino
• Os Laboratórios de Anatomia e de Morfologia
• O Centro de Simulação Realística (CSR)

E a possibilidade de conquistar uma bolsa de estudo para fazer a Graduação em Medicina esteve entre os critérios de escolha. “Eu jamais poderia cursar a Faculdade sem esse benefício de 75% de desconto na mensalidade. Então, eu realmente foquei e estudei muito, pois tinha a certeza de que em algum momento eu iria conseguir abraçar essa valiosa oportunidade”, relembra.

Foi aos 17 anos que também passou por uma cirurgia cardíaca, o que reforçou a sua motivação pelo setor de saúde. “Até então eu me sentia ainda atraído pela área de exatas, mas após essa experiência eu decidi que poderia fazer algo mais pelas pessoas”. Agora, Nickolas planeja um futuro como Médico Clínico, pesquisador e docente. “Se eu puder ser um professor dentro do Ensino Einstein, me sentirei muito realizado”.