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Congresso internacional debate uso da neurociência na saúde e na educação

​Evento promovido pelo Einstein em São Paulo reuniu palestrantes, dezenas de profissionais da saúde, pesquisadores e estudantes.

Para discutir as amplas áreas de atuação da neurociência na prática clínica, na pesquisa básica e até na educação, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein realizou em outubro o IX Congresso Internacional de Atualização em Neurociências. O evento reuniu em São Paulo dezenas de profissionais da saúde, pesquisadores e estudantes, além de palestrantes internacionais.

“Muitos profissionais que atuam na área de saúde podem ter uma abordagem da neurociência na sua prática, por isso procuramos trazer para o debate tanto o aspecto do tratamento quanto da pesquisa”, comenta Liana Guerra Sanches, coordenadora do Instituto do Cérebro do Einstein.

Os assuntos em debate no evento buscaram justamente trazer a ciência para a realidade do profissional de saúde, dando destaque para questões como o tratamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). “Além de palestras, foram realizados quatro pré-cursos: Terapia Intensiva Neurológica para Médicos e Enfermeiros, Toxina Hands On – Enxaqueca Crônica, Ressonância Magnética como Ferramenta da Neurociência, Memória e Envelhecimento Cerebral”, detalha Liana.

Para ela, o mais importante da neurociência é sua abordagem holística no estudo do cérebro. “A pesquisa de bancada é fundamental, mas sem o médico, o psicólogo, o cuidador, ou seja, sem a visão de quem está na observação do dia a dia, o conhecimento se torna limitado. É necessário entender que a neurociência precisa da participação de todos, pois essa conversa conjunta gera muito mais frutos”, avalia.

Neurociência, educação e inteligência artificial

Consultor científico do Instituto do Cérebro do Einstein e responsável pela área de big data analytics na instituição, o neurorradiologista Dr. Edson Amaro acredita que os debates sobre neurociência na educação foram um dos principais diferenciais do congresso. “Há muito tempo investigamos como os problemas de saúde podem atrapalhar na educação, o que acontece no cérebro dessas pessoas, qual a melhor metodologia de ensino para elas… Mas agora estamos começamos a explorar mais o caminho inverso”, comenta. “Ou seja, estão sendo intensificadas as pesquisas sobre como funciona o cérebro das pessoas saudáveis e que tipo de informação isso nos dá para as práticas pedagógicas”, explica.

Para o também neurorradiologista Dr. Marcelo Felix, responsável pela Estratégia Digital em Saúde no Einstein, o congresso trouxe ainda novidades sobre o uso da inteligência artificial. “Esse campo de estudos ganhou velocidade e continua crescendo com o avanço da neurociência, que utiliza alguns dos mesmos algoritmos, como raciocínio, curiosidade e criatividade”, diz.

Segundo o médico, a inteligência artificial e a neurociência podem também atuar em conjunto para descobrir como o cérebro funciona e assim inspirar novas técnicas de aprendizado.

O assunto é tão importante que a próxima edição do Congresso Internacional de Atualização em Neurociência já está sendo programada, e tem previsão de realização entre os dias 23 e 25 de outubro de 2019 em São Paulo.

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