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Dia do Médico: professor e aprendiz reforçam a importância do cuidado humanizado

​Embora sejam de gerações diferentes, o aluno Leonardo Silveira e o professor Luis Fernando Camargo têm opiniões parecidas em relação ao futuro da Medicina.

Trinta e quatro anos é a diferença de idade entre Leonardo Bonilla da Silveira, 22 anos, e Luis Fernando Aranha Camargo, 56. Para a Medicina, área que os une, isso significa muito tempo. Apenas nas duas últimas décadas, por exemplo, as ciências médicas conseguiram realizar o primeiro sequenciamento completo de um genoma humano e passaram a usar robôs para fazer cirurgias minimamente invasivas.

Embora tenham acompanhado esses avanços de forma bem distintas, Leonardo, aluno da Graduação em Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, e Dr. Camargo, infectologista e professor na mesma instituição, têm opiniões bem parecidas em relação ao que consideram primordial na prática médica: o cuidado humanizado.

Leonardo conta que se identificou com o professor Camargo desde o primeiro dia de aula. “A postura dele dentro da sala, a atenção com os alunos, a didática. Tudo isso despertou em mim uma grande admiração por ele como pessoa e profissional”, diz.

O jovem, que antes mesmo de conhecer o Dr. Camargo já cogitava se especializar em infectologia, procurou pelo professor e pediu para acompanhá-lo durante algumas visitas a pacientes internados no Einstein. “O pedido foi extraoficial, pois ele nem estava na lista de professores tutores, mas ele foi muito solícito e recebeu superbem a minha vontade”, lembra Leonardo. “Estou agora há quase dois anos acompanhando-o nas consultas e tenho aprendido muito. Desde assuntos técnicos, que ele me incentiva a relembrar das aulas, até habilidades que envolvem a criação de vínculos com o paciente”, diz.

Filho de pai e mãe docentes, Dr. Camargo conta que sempre teve interesse pelo ensino. “Desde a minha formação até hoje realizo atividades educacionais, sejam elas como professor mesmo ou em orientações de alunos”, recorda. “Gosto bastante de ensinar e procuro passar um pouco das várias situações que já vivenciei na Medicina para meus alunos”, acrescenta.

Mesmo para aqueles que não o acompanham nas visitas clínicas, Dr. Camargo diz que busca reforçar a importância da boa relação médico-paciente. “Empatia, respeito, resiliência, raciocínio crítico e saber ouvir são alguns valores que trabalho com eles”, exemplifica. “Aos alunos que faço tutoria, mostro isso na prática, e para os demais mostro na sala de aula, cobrando isso deles nas relações com seus colegas de grupo, nas atividades acadêmicas e nos exercícios clínicos”, explica.

 

Medicina e humanização

Neste 18 de outubro, Dia do Médico, Leonardo e Dr. Camargo reforçam o valor das habilidades socioemocionais na Medicina.

“Vejo a tecnologia ganhando cada vez mais espaço na Medicina e isso merece muita atenção. Se, por um lado, nós, os futuros médicos, teremos melhores condições estruturais para fazermos diagnósticos e tratamentos, por outro não podemos esquecer que a Medicina dependerá sempre do lado humano. Nosso carinho e atenção para com os pacientes será sempre fundamental no cuidado”, diz Leonardo.

Para o Dr. Camargo, a Medicina tem como desafio lidar também com o aumento progressivo de informações. “A quantidade de conhecimento disponível torna nossa atualização mais complexa e constante. Isto em nada isto deve ser contraditório à experiência humana, que cada vez é mais essencial e necessária para o exercício da profissão. O conhecimento nos ajuda a deixar os tratamentos mais práticos, mas não podemos despersonalizar a nossa relação com os pacientes. A Medicina é e continuará sendo uma prática humana”, afirma.

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