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Dr. Lottenberg: satisfação especial por apoiar ações de ensino no Einstein

Presidente do Conselho Deliberativo da SBIBAE lembra que a educação é um dos valores originários da instituição e tem poder de transformação social.

Natural de São Paulo, o oftalmologista Claudio Luiz Lottenberg é colaborador da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) desde 1987. Na instituição, entre outras funções, ele foi (e ainda é) membro do corpo clínico, consultor de cirurgia refrativa, secretário da Diretoria e presidente por aproximadamente 15 anos. Hoje, na presidência do Conselho Deliberativo da SBIBAE, Dr. Lottenberg lembra das suas principais ações à frente da instituição e afirma sentir “uma satisfação especial” por sempre ter apoiado a área de ensino.

“Sempre busquei aumentar nossas ações educacionais”, recorda. “Em poucos anos, conseguimos dar um salto de cerca de 500 alunos para mais de 30 mil e criar a graduação em Medicina, que considero um dos motivos de maior orgulho da minha vida”, afirma.

Dr. Lottenberg lembra que a educação – chinuch em hebraico – é um dos valores que motivaram médicos da comunidade judaica a fundarem a SBIBAE em 1955. “Apesar de a construção do hospital ter sido a primeira grande ação dessa sociedade, o ensino e a pesquisa sempre foram áreas fundamentais para se conquistar a excelência em saúde, nosso principal objetivo”, enfatiza.

Necessidade de formar pessoas

Antes mesmo da educação formal no Einstein, a partir da criação da Escola Técnica e do curso de graduação de Enfermagem no final dos anos 1980, Dr. Lottenberg lembra que o Einstein já tinha um centro de estudos. Tal iniciativa, segundo ele, deu origem ao que hoje é o Programa de Educação Médica Continuada, que consiste no aprimoramento profissional a partir de atividades acadêmicas e científicas dentro e fora do Einstein.

Nessa época, os médicos passaram a ser bastante estimulados a se atualizar. “Eu entrei na instituição nesse período e isso foi marcante para mim”, diz. “Na minha formação, a metodologia científica sempre foi importante. Embora eu não seja um professor clássico, fiz mestrado e doutorado e sei da relevância de documentarmos todos os conhecimentos que produzimos, pois isso é fundamental para a pesquisa”, completa.

​Quando assumiu a presidência da SBIBAE, em 2001, Dr. Lottenberg diz ter percebido a necessidade de formar mais profissionais para atender as demandas da instituição e do sistema de saúde. Para isso, passou a incentivar a criação de cursos em diversas áreas em que o Einstein já era referência, como em programas de qualidade hospitalar, sistemas de tecnologia da informação e atendimento multiprofissional.

Outra ação apoiada por ele foi a ampliação de parcerias com o Ministério da Saúde, estabelecendo inciativas como o Programa de Transplantes, que desde 2002 atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Como consequência do desenvolvimento desse serviço, Dr. Lottenberg explica que houve um aumento da quantidade de pacientes e de casos complexos no Einstein. “O Programa de Transplantes passou a exigir mais profissionais de UTI e serviços maiores de banco de sangue, diálise e medicina intervencionistas”, exemplifica. “E para suprir toda essa demanda, precisávamos formar mais pessoas”, justifica.

Sonho em ser referência em informação

Desde que passou a dar atenção especial à área de ensino, Dr. Lottenberg diz que estabeleceu como meta apoiar a instituição a ser referência internacional em informações sobre saúde. “Quando eu via estudos e notícias que diziam: ‘segundo a Clínica Mayo, dos Estados Unidos’, percebia que aquilo dava um peso para a informação, e eu pensava na oportunidade que teríamos de também ser referência de credibilidade”, comenta.

Neste sentido, o Einstein tem obtido importantes conquistas nos últimos anos, lembra Dr. Lottenberg. Entre elas, está o recebimento, em 2012, do Prêmio SciVal Brasil na categoria citações por documento e as presenças nas prestigiadas listas Ranking Web of Hospitals (na categoria World), em 2013, e Centre for Science and Technology Studies (CWTS) Brazilian Research Ranking, da Universiteit Leiden, da Holanda, em 2014. “Esses reconhecimentos atestam a qualidade da nossa produção científica e nos permitem dizer que pesquisadores do mundo inteiro estão lendo os trabalhos produzidos pelos profissionais do Einstein e os julgam dignos de citação”, afirma.

Para o presidente do Conselho da SBIBAE, como a velocidade de produção de informações está cada vez maior, a qualidade do conhecimento gerado pela instituição deve continuar sendo o mais importante. “Sentíamos a necessidade de ter mais boas referências em saúde de outras instituições com credibilidade. Por isso, passamos a investir para assumirmos o papel de protagonistas nessa área”, comenta.

Além de gerar conhecimento, o Einstein tem como princípio utilizá-lo em prol da população, explica Dr. Lottenberg. “O conhecimento não é algo que consideramos ser de propriedade de alguém. Ele é um instrumento para aprimorar a saúde das pessoas e é isso que temos buscado fazer em várias das nossas iniciativas de assistência”, diz.

Mensagem para jovens estudantes e pesquisadores

Conhecido por manter conversas e pequenas reuniões em pé, ou até andando devido à sua agenda sempre cheia, Dr. Lottenberg afirma que o ingrediente mais importante para os profissionais da saúde é gostar do que fazem. “Eu amo o que faço e trabalho com prazer”, comenta.

Segundo ele, uma boa recomendação para quem deseja iniciar ou seguir na carreira da saúde é traçar objetivos. “É preciso ter noção de futuro e uma referência de onde se quer chegar, não se esquecendo de que para isso o estudo será sempre uma estratégia fundamental”, comenta.

​Dr. Lottenberg acredita que a escolha profissional na área da saúde vai além dos desejos financeiros. “Aqueles que estão começando agora na profissão não deveriam fazer escolhas apenas de natureza mercantil, mas sim de entrega social”, afirma.

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