Carreiras

Enfermagem abre leque de oportunidades

​Depois de atuar na assistência e com qualidade e criação de protocolos assistenciais no Einstein, hoje Samira é gerente assistencial do Hospital Orion, coordenando o trabalho de 200 profissionais.

Aos 18 anos, Samira Scalso de Almeida Machado vivia um período conflitante. Ela havia terminado o Ensino Médio e sentia a necessidade de dar continuidade a seus estudos, cursando uma graduação, mas não sabia qual curso escolheria.

Apenas uma condição era certa: seguiria alguma profissão na área da saúde, pois sempre gostou e teve afinidades com as disciplinas relacionadas a Ciências Biológicas. “Eu prestei para biologia, zootecnia e veterinária, mas não tinha certeza se cursaria uma delas. Foi um momento muito difícil, mas eu tinha de decidir para não ficar sem estudar”.

Ela foi aprovada no processo de seleção do vestibular para medicina veterinária, na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu. Seu avô a aconselhou a seguir em frente com a mudança de cidade e fazer o curso. Mas, pouco antes de decidir se faria a matrícula, teve um sonho que mudou a sua vida. “Eu sonhei que era enfermeira. Foi muito impactante e poderoso. Então, decidi pesquisar para entender melhor sobre essa área e me apaixonei pelas descrições sobre a profissão”.

Decidida que seria enfermeira, Samira candidatou-se para o processo seletivo de duas faculdades. Conseguiu aprovação em ambas e optou pela Faculdade de Enfermagem do Einstein. “Escolhi o Einstein porque eu frequentava o hospital enquanto paciente e, naquela época, já tinha admiração pelo trabalho desenvolvido pela Instituição”. Segundo ela, a faculdade também era bem-conceituada e perto de sua casa. “No fundo, eu sempre quis fazer parte dessa estrutura”.

Com um cenário mais definido e conflitos resolvidos, ela projetou em sua mente que após formada trabalharia no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). “Os alunos da graduação podem circular livremente pelo hospital. Nessas andanças, eu observava os enfermeiros com admiração e pensava: logo, logo serei eu”. Imaginava agir como eles. “Eu já me sentia parte daquilo, uma sensação de pertencimento desde o começo”.

Samira lembra dos estágios que fez em diversas áreas e até de atuação profissional, absorvendo experiências antes da conclusão do curso. “No terceiro ano, aproveitando janelas entre as aulas, eu ainda consegui trabalhar algumas horas como secretária em um consultório de oftalmologia. Também ajudava em pequenas cirurgias”. Depois disso, os donos da clínica optaram em empregar somente estudantes de enfermagem.

Samira afirma que sente muito orgulho de ter estudado na Faculdade de Enfermagem do Einstein. “Os professores sempre foram exigentes, com o nível do ensino muito bom. Foi um período maravilhoso. Até hoje eu amo estudar e aprender mais e mais…”. Os estágios também a encantaram. Para cada disciplina há um estágio, o que conforme ela, enriquece o aprendizado.

Durante os quatro anos de faculdade em tempo integral, ela estudou muito, aprendeu e formou um grupo de trabalho com mais duas alunas, Tatiane Canero e Daniela Andrade. A primeira trabalha no Einstein da unidade Morumbi. A segunda já trabalhou no hospital e atualmente mora em Belém do Pará, região Norte do Brasil.

Segundo Samira, foi o melhor time que integrou durante a graduação. “Ficávamos até altas horas estudando para fazer ‘o trabalho’. Estudávamos muito e nos empolgámos com as disciplinas e o conteúdo”. No final do curso, Samira ficou entre as três primeiras da sala, com a nota 9,6.

Após formada em enfermagem, ela foi contratada para atuar na área de transplante do HIAE, setor que mais gostava devido à complexidade envolvida em todo o processo requerido pelo estado do paciente, além dos procedimentos e condutas clínicas. “A minha felicidade estava completa”.

Nesse setor, ela permaneceu por seis anos. No primeiro ano exerceu o cargo de enfermeira júnior e, após 12 meses, foi promovida ao nível pleno. “No sexto ano tive a oportunidade de atuar como enfermeira da área de qualidade no período da tarde. Eu respondia para a diretora Claudia Laselva, uma das enfermeiras que mais admiro nessa Instituição e com quem aprendi muito”.

Depois dessa experiência, Samira passou a atuar como enfermeira sênior do Programa de Transplante, com atividades mais ligadas ao gerenciamento de protocolos e elaboração de indicadores e assistência ao paciente ambulatorial. Foi transferida mais tarde para o ambulatório de transplantes do Einstein, localizado na Vila Mariana. Lá, teve vivências também com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), durante cerca de três anos.

Dessa expertise surgiu a oportunidade de exercer as funções de coordenadora do Hospital Municipal da Vila Santa Catarina, um hospital-escola, inserido nas ações filantrópicas do Einstein. Ela coordenava os ambulatórios de oncologia e transplante, da medicina diagnóstica e diálise. “Aprendi muitas coisas novas e somei outras experiências ao participar de um momento mágico. A nossa equipe abriu esse hospital”.

Foi um período muito importante para Samira, que estava participando de todas as fases de criação desse hospital público, desde a obra do prédio até a instalação de todos os equipamentos e processos. Essa empreitada com duração de três anos mudou totalmente a sua forma de pensar e trabalhar. “Para montar um serviço desse tipo, deve-se pensar desde o fornecimento de energia elétrica, treinamentos de profissionais, engajamento de equipes até trabalhar com diversas especialidades simultaneamente”.

Em paralelo a esse trabalho, ela concluiu a primeira pós-graduação em transplante, em 2006. A segunda especialização foi em gestão em saúde finalizada em 2008. Ainda fez mestrado em um projeto multicêntrico envolvendo 36 países, em parceria com a Universidade da Basileia, na Suíça. “Foi um projeto pioneiro para a enfermagem no Brasil, aprendi muito com os suíços, principalmente a fazer pesquisas com alto rigor, buscando resultados detalhados e ao mesmo tempo abrangentes”. Na Suíça, ficou por cerca de três meses.

Neste momento, Samira está fazendo parte de um novo modelo de negócio, fruto da parceria entre o Einstein e o Grupo Orion. Trata-se da criação do Hospital Orion, uma instituição privada gerida pelo Einstein, que teve início de suas atividades em 25 de novembro de 2019, em Goiânia, capital do estado de Goiás.

Nesse novo percurso ela, aos 37 anos, está atuando como gerente assistencial de todo o hospital, coordenando o trabalho de 200 dos aproximadamente 350 profissionais contratados incialmente para o bom funcionamento da instituição. Samira mudou-se para a capital de Goiás em abril de 2019 com seu marido e único filho, atualmente com dois anos. “Estou muito motivada com a mudança, além dos novos desafios que virão pela frente”, finaliza.

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