Envelhecimento e jornada para o futuro são temas do próximo Fórum do IHI
Ancorar a população com saúde de qualidade, equidade e segurança é o foco do próximo Fórum promovido pelo Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI)
Há quase uma década, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI) vêm fortalecendo as discussões sobre necessidades e expectativas em saúde na América Latina.
Para o Diretor Médico do HIAE, Dr. Miguel Cendoroglo Neto, a respeitabilidade das duas instituições tem ancorado a população no sentido de ampliar a segurança do paciente, a partir de uma série de metas, entre elas a equidade em saúde.
Com esse propósito, o Fórum Latino-Americano de Qualidade e Segurança na Saúde foi criado em 2015 como resultado dessa parceria, que nasceu em meio a uma grande crise mundial de segurança na saúde.
A partir daí – lembra o Diretor – os encontros promovidos vêm permitindo que poder público, instituições de saúde, empresas e sociedade civil busquem melhores práticas assistenciais, sociais, tecnológicas e ambientais.
“Foi emblemático quando o IHI propôs uma ação em diversos hospitais, alcançando em um ano 122 mil vidas salvas dos Estados Unidos, pela prevenção de erros. Foi um marco, uma grande virada”, destaca Dr. Miguel.
Proposta definida em cinco metas
Sem fins lucrativos e sediado nos Estados Unidos, o IHI evidencia qualidade, segurança, tecnologia, transformações e sustentabilidade no contexto das ações voltadas à experiência do paciente.
Sua proposta é nortear instituições, profissionais e políticas públicas para que a saúde, globalmente, possa beneficiar cidadãos sem distinções. Com essa premissa, tem cinco metas estabelecidas:
– A primeira é oferecer saúde com qualidade, segurança e preocupação também com a experiência do paciente. Enfatiza o direito de escolher de que forma o paciente será cuidado.
– A segunda se traduz na redução do custo per capita, combatendo desperdícios, a exemplo de procedimentos que não sejam absolutamente necessários e indicados.
– A terceira é a saúde populacional, melhorando o nível da saúde da população, o que beneficia todo o ecossistema.
– A quarta meta diz respeito à saúde e ao bem-estar dos profissionais de saúde, com ênfase nas questões de saúde mental corporativa.
– A quinta é a equidade, que contempla todas as outras no sentido de promover o amplo acesso à saúde, abrangendo prevenção e cuidados, com qualidade e total segurança.
Tecnologias em prol da redução nas iniquidades
De acordo com o Dr. Miguel, as propostas desenhadas para os debates do IHI passam pela questão da sustentabilidade e dos direitos humanos. A ideia é promover debates que levem ao desenho de tecnologias voltadas não ao lucro, mas à redução das iniquidades.
“A Inteligência Artificial é um dos temas de influência nas questões de equidade”, explica o Diretor, citando as populações vulneráveis da América Latina como foco do trabalho.
Com tal direcionamento, o Einstein se vale das parcerias público-privadas, participando ativamente da construção de programas junto ao Sistema Único de Saúde – SUS, sempre buscando entender as demandas que tragam melhorias em resultados na saúde populacional.
Envelhecimento e longevidade: reflexos na sociedade
As fronteiras do envelhecimento também estão no foco do IHI. O aumento da longevidade populacional tem reflexos na sociedade, na incidência e prevalência de doenças, especialmente as não transmissíveis, que aumentam consequentemente a demanda pelos serviços de saúde.
“Trabalho é vida. Pessoas idosas também têm skills, podem e devem inovar, inclusive mudar de profissão, além de oferecer toda a sua experiência e novos aprendizados a serviço dos negócios”, sinaliza o Diretor.
Esses e outros temas enriquecerão os debates no âmbito da qualidade e segurança, durante o 9º Fórum Latino-Americano de Qualidade e Segurança na Saúde. O evento será realizado entre 09 e 11 julho, em formato presencial no Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – Campus Cecília e Abram Szajman, e também online.
Com o tema central “Tecnologia para a Equidade”, o Fórum sediará um amplo debate sobre o potencial da tecnologia para promover qualidade e equidade nos mais diversos setores da área da saúde.
“A Inteligência Artificial e a geração de dados, entre outros aspectos, devem estar voltadas para atender com excelência o paciente, criando mais acesso para todos que precisam”, lembra o Diretor.
O foco está em buscar soluções para zerar eventos adversos e problemas gerados por processos assistenciais internos na área hospitalar. “É o que chamamos de alta confiabilidade, como o que temos feito na saúde privada e pública”, conclui Dr. Miguel.