Eu sou Einstein

Morar fora do Brasil e fazer curso no Ensino Einstein? É possível!

Com 16 anos no exercício da profissão, Fisioterapeuta opta por fazer uma Pós-graduação no Einstein, mesmo morando na Alemanha

Em 2018, Juliana Messias Cardoso Ribeiro começou a viver momentos inesperados com muitos desafios e satisfações, simultaneamente. Tudo começou quando se mudou para a cidade de Wolfsburg, na Alemanha, e lá ficou por quase 18 meses.

Essa mudança foi necessária para acompanhar o esposo Allan Castro, que é engenheiro e colaborador de uma empresa multinacional na área automotiva. “Ele foi enviado para realizar uma especialização”, conta Juliana, que deixou o trabalho como Fisioterapeuta autônoma, em São Paulo, para embarcar no sonho do marido.

Já era 2019 quando a Fisioterapeuta começou a entrar em contato com instituições de ensino brasileiras a fim de escolher um curso de qualidade, em um estabelecimento reconhecido no mercado e que pudesse concluir em 12 meses, quando já estivesse de volta ao Brasil. “A minha grande preocupação era ter de estar em sala de aula antes desse período”.

Em meio à procura, ela decidiu pela Pós-graduação em Gestão em Saúde no formato de Ensino a Distância (EAD) do Einstein. “Tínhamos já estabelecida uma apresentação, além de duas aulas presenciais. Então, me programei para estar em São Paulo no momento em que tivesse de comparecer pessoalmente e deu tudo certo”.

Resolvidas todas as apreensões iniciais, ela começou os estudos. “Desde o começo foi muito estimulante, pois o conteúdo e a interação com os docentes proporcionavam os conhecimentos e embasamentos que eu realmente estava buscando”. Ela planejava voltar ao mercado de trabalho brasileiro qualificada tanto para abrir uma clínica de reabilitação quanto para contribuir como gestora e Fisioterapeuta para alguma empresa na área da saúde.

Os anseios foram atendidos, de acordo com Juliana, que por volta do terceiro módulo começou a estudar as diferenças de padrões de convênios e suas operações aplicadas no Brasil e em países estrangeiros, estando em solo internacional. “Conforme eu aprendia sobre o funcionamento de modelos de tratamento existentes, eu vivenciava na Alemanha o que lia na literatura”.

Um dos exemplos foi o aprendizado sobre os modos de remuneração funcional como o fee for value (pagamento por valor ao paciente) e fee for service (taxa por serviço), que se diferenciam de forma expressiva quanto ao reembolso. “No primeiro, os profissionais recebem pelos serviços prestados, independente do quadro clínico do paciente. Já o segundo corresponde ao valor pago pelos resultados que eles apresentam ao longo dos tratamentos”.

Segundo Juliana, na Alemanha, antes de o paciente utilizar os serviços de algum hospital, ele deve passar por uma avaliação clínica em um local especializado. Somente então é verificada a necessidade de ser encaminhado ao ambiente hospitalar e definida a forma de pagamento. “Foi muito bom porque eu pude entender na prática e absorver os conhecimentos de forma mais profunda”.

Essa experiência foi proporcionada porque ela chegou a utilizar determinados serviços de saúde naquele país. Na sua rotina internacional também estavam incluídas a atenção ao filho Thomaz, hoje com sete anos, a dedicação aos estudos, a adaptação ao solo germânico, o zelo relacionado à nova casa e as demandas geradas pela vida a dois.

Sempre muito otimista e disciplinada, Juliana organizou um cronograma, que contava com a ajuda de Allan para ficar com Thomaz, enquanto assistia às aulas online, duas vezes por semana. Dessa forma, conseguiu realizar todas as suas tarefas. “No tempo determinado pelo curso, eu lia tudo novamente, fazia os exercícios para assimilar todo o conteúdo e realizava e entregava as atividades propostas”.

As disciplinas ainda ensinaram como abordar certas dificuldades enfrentadas no atual sistema de saúde brasileiro, por ela e colegas Fisioterapeutas. “Achei sensacional. Também ampliei a minha capacidade sobre como promover mais conforto e segurança ao paciente, além de aprender a gerir uma comunicação eficiente com ele, entre outros conhecimentos de gestão”.

Com seus novos horizontes educacionais, ela e Allan ampliaram o repertório de conversas. “Passamos até a trocar ideias e informações sobre a área administrativa e fiquei muito feliz por constatar que os meus estudos estavam sendo completos”.

Nessa altura, o clima já estava mais harmonizado, mas no início de 2020 começaram os primeiros sinais da pandemia na Europa e, de novo, Juliana e sua família tiveram de lidar com mais uma mudança. “Ficaríamos na Alemanha até abril daquele ano, mas devido ao surgimento do novo coronavírus e à necessidade de participar de uma aula e realizar a prova no formato presencial antecipamos a nossa volta”.

Da Alemanha ao Brasil

A família chegou em São Paulo no dia 23 de março de 2020, embarcando no último voo autorizado a sair da Alemanha para o Brasil. Mas, por conta do avanço da contaminação no país, o Ensino Einstein reinventou-se e todos os alunos puderam concluir o curso realizando a prova e última aula também no formato online.

Para Juliana, esse acontecimento foi a constatação de que o formato em EAD da Pós-graduação não deixa em nada a desejar. A suspensão das duas atividades in loco facilitou a sua vida e a tranquilizou emocionalmente, “pois a demanda de horas presenciais no Einstein me deixou muito aflita. Eu pensava que não conseguiria voltar da Alemanha ou chegaria aqui em cima da hora”.

Mas os desafios não cessaram. Aproximadamente na metade de 2020 ela superou uma gravidez de risco, resultando no nascimento antecipado da filha Lívia em janeiro de 2021. Mesmo assim, ela continuou os estudos. “Eu amamentava assistindo às aulas virtuais. Posso dizer que concluí a formação com a minha nenê nos braços. Ela estava com 32 dias na última transmissão”.

Ter superado todos os contratempos sem parar de estudar foi uma grande vitória para Juliana, que paralelamente já estava pesquisando sobre a “Implantação do gerenciamento de riscos e cultura de segurança do paciente na Atenção Básica direcionada aos idosos”, tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

De modo geral a sua pesquisa trata de viabilizar ações para diminuir o tempo de espera no atendimento de pessoas idosas, passando por todos os processos desde a primeira consulta, exames, cirurgia até o momento pós-cirúrgico. Conforme ela, existem queixas sobre a lentidão desse fluxo de etapas nos sistemas privado e público em todo o Brasil.

Como parte de um trabalho em conjunto, ela participou da criação de um sistema informacional que processa todas essas fases. “Com ele, o médico sem sair do consultório poderá direcionar o paciente para os exames, acessar os resultados disponibilizados pelos laboratórios, marcar cirurgias e monitorar o pós-operatório, com apenas alguns cliques”, sorri.

Dessa maneira, a Fisioterapeuta finalizou o curso e entregou o TCC nas datas estipuladas pela Instituição e atualmente tem aplicado todos os conhecimentos que adquiriu para gerir o seu próprio negócio atuando como autônoma. “Quando olho para trás reconheço uma grande vitória, pois já posso unir a Fisioterapia com a Gestão em Saúde, com total segurança e credibilidade. Esse era o meu grande objetivo”.

Notícias relacionadas