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Mudanças nas práticas de ensino transformam a educação

A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe desafios, mas também reflexões para a transformação do ensino no país

Diante da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, o ensino no formato digital, evidentemente, trouxe uma grande discussão e ao mesmo tempo a melhor alternativa para que professores e alunos pudessem – dentro de cada realidade – manejar a continuação dos estudos, os quais foram interrompidos na sua forma tradicional, em sala de aula.

A imprensa apresentou algumas histórias, principalmente no ensino público, de professores heroicos que – vencendo as barreiras decorrentes da falta de conectividade em lugares remotos e a ausência de condições financeiras de famílias para manter uma banda larga – fizeram chegar atividades e conteúdos impressos a seus alunos.

Cada instituição de ensino trabalhou em 2020 com os recursos que possuía. Algumas delas asseguraram que as aulas fossem síncronas, ou seja, professor e alunos ocuparam salas virtuais. Outros estabelecimentos disponibilizaram aulas gravadas, caracterizando a forma assíncrona. Independente da estratégia utilizada, avaliar o estudante no ambiente online foi um dos maiores desafios para os docentes.

Esses cenários que ilustraram o ano de 2020 continuam presentes em 2021, embora atualmente as instituições privadas e governamentais de ensino já tenham adquirido mais experiências no formato digital. Dificuldades iniciais com o uso da tecnologia foram superadas pelos professores e o retorno às aulas presenciais traz o debate sobre o papel das ferramentas digitais como apoio ao processo de ensino-aprendizagem.

Nesse momento, especialistas consideram necessária a realização de debates que permitam o compartilhamento de experiências entre as diversas instituições de ensino público e privado. Entre as questões a serem refletidas estão: O que foi aprendido com todo esse processo de ensino a distância? Como implementar certas iniciativas de sucesso de modo a transformar a educação no país?

O aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem

Nesse contexto, destaca-se o crescente protagonismo do estudante em seu desenvolvimento. “Temos de engajar nossos alunos de forma que eles percebam o quanto são responsáveis por seu aprendizado em todos os níveis de escolaridade”, opina a Coordenadora Acadêmica da Graduação em Medicina do Ensino Einstein, Dra. Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires.

Segundo ela, para que isso aconteça em larga escala, o corpo docente precisa ser inspirado pela gestão pública e pelas instituições de ensino a participar de forma ativa dessa transformação. O primeiro passo é a sua atualização profissional e contínua capacitação para usar estratégias que priorizam o aluno, ressaltando a sua grande importância no processo de ensino-aprendizagem.

Conforme a Dra. Elda, as instituições atuantes na educação são responsáveis não somente pela formação técnico-científica do estudante como também pelo desenvolvimento de suas habilidades socioemocionais. “Quando a escola olha para o aluno de forma sistêmica, oferece apoio para que ele seja mais capaz, autônomo e responsável pela construção de seu conhecimento de modo progressivo, uma vez que essa evolução faz parte da jornada de sua vida acadêmica”.

O uso de estratégias colaborativas de ensino, em que os estudantes atuam em grupos durante as aulas para resolverem problemas e diferentes situações, os leva a pensar e comentar o que foi compreendido sobre determinados temas, promovendo mais retenção do conhecimento. “Além disso, desenvolvem suas habilidades de comunicação efetiva, flexibilidade, respeito por opiniões diversas e trabalho em equipe”.

Trata-se de um modelo em que o professor não é o detentor do conhecimento, de maneira a apresentá-lo de forma expositiva. Nessa transformação educacional, o docente atua como facilitador que estimula e engaja seus alunos nas discussões propostas. Ele provoca os estudantes com perguntas, demonstrando problemas e situações que contextualizam a importância de determinado conhecimento para suas vidas presente e futura.

Nesse contexto existem também diferentes dificuldades. Para lidar com elas, é fundamental a valorização do quadro docente, sempre disponível a abraçar desafios em prol da educação e da boa formação de seus alunos. “A começar com trilhas consistentes de treinamento, incentivo para a qualificação e reconhecimento da importância do professor para a transformação do ensino no país, colocando o aluno tanto do sistema público quanto privado no centro do processo de ensino-aprendizagem”, afirma.

A especialista também enfatiza a relevância de se discutir o papel que o ensino digital desempenha hoje e poderá ocupar no futuro, além de refletir mais sobre as expectativas futuras trazidas pela aceleração do ensino digital, nesse momento de pandemia.

Para participar desses e de outros debates, clique aqui e inscreva-se gratuitamente até o próximo dia 19 no Simpósio Internacional de Educação – Transformando a Educação do Brasil. Esse evento será realizado de forma virtual nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2021.

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