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O papel da Fisioterapia Esportiva na prevenção e tratamento de lesões

Tanto a prevenção como o tratamento de lesões, especialmente em contextos de alta performance como dos atletas participantes dos Jogos Olímpicos de Paris, estão no foco da Fisioterapia Esportiva

A Fisioterapia Esportiva tem importante papel em contextos de alta performance, a exemplo dos Jogos Olímpicos de Paris. Além da prevenção, é necessária a recuperação funcional das lesões, de forma rápida e eficiente, permitindo que os atletas retornem à prática esportiva no menor tempo possível e em condições ideais.

O que faz o Fisioterapeuta Esportivo?

O Fisioterapeuta Esportivo atua para minimizar as alterações funcionais do movimento humano decorrentes de uma lesão, com autonomia profissional para a avaliação fisioterapêutica e prescrição do tratamento.

Em alguns momentos, atua em conjunto com toda a equipe multidisciplinar.

“A prevenção de lesões no esporte, que deve ser entendida como um conjunto de ações capazes de reduzir risco, incidência ou severidade, é multiprofissional, com atuação do fisioterapeuta em conjunto com toda a equipe de saúde.

Além disso, condições adequadas de sono, repouso, recovery (recuperação), além de monitoramento e controle de carga de treinos e jogos, são fundamentais”, explica o Fisioterapeuta Fabricio Rapello, docente na Graduação em Fisioterapia e Coordenador da Pós-graduação em Fisioterapia Esportiva do Ensino Einstein.

“O atleta precisa de recuperação adequada para conseguir ter alta performance e executar exercícios preventivos para minimizar o risco de lesões”, pontua Fabrício.

Lesões são inerentes às modalidades

A lesão do esporte, ressalta Fabrício, é comum e varia conforme a modalidade esportiva e o nível competitivo. A estrutura lesionada pode gerar disfunções do movimento, capazes de incapacitar o bom desempenho do atleta.

O trabalho preventivo consiste em reduzir risco, gravidade ou incidência destas lesões e, quando ocorrerem, o tratamento fisioterapêutico eficaz é executado para que o tempo de afastamento seja o menor possível.

Fisioterapeutas esportivos atuam na prevenção e tratamento de diversas lesões comuns em atletas. As principais incluem:

– Lesões ligamentares, especialmente entorses de tornozelo e do ligamento cruzado anterior (LCA) no joelho;

– Lesões musculares;

– Tendinopatias;

– Lesões de menisco no joelho, entre outras.

Saúde mental aliada à Fisioterapia

A saúde mental também é indispensável aos atletas, sinaliza o Fisioterapeuta, reforçando a importância da atuação do psicólogo do esporte antes e durante as competições.

Isso porque durante as competições, como nos Jogos Olímpicos, os atletas sofrem cobranças externas por resultados e intensa exposição pública, além das próprias cobranças internas, o que pode prejudicar sua performance.

Tecnologia e ciência na Fisioterapia Esportiva

Em virtude de todo esse cenário, a Fisioterapia Esportiva evoluiu muito nos últimos anos, em termos de tecnologia e evidências científicas. Porém, algumas barreiras ainda existem.

“Os atletas são sempre orientados sobre as melhores práticas com o maior nível de evidência científica, para que consigam manter o seu melhor desempenho, e que possam mantê-lo por muitos anos. Mas, muitas vezes, características específicas e a cultura da modalidade podem representar barreiras para sua aplicação na prática diária”, pontua.

Mais do que a idade, a longevidade do atleta de alto rendimento, segundo Fabrício, tem relação com seu nível de comprometimento e profissionalismo. Além disso, a forma de conduzir todo o processo contribui para que ele tenha um bom desempenho contínuo.

Preparação e Suporte Olímpico

“A preparação global do atleta deve começar quatro anos antes dos Jogos, no início do Ciclo Olímpico” completa.

Durante o evento, destaca Fabrício, o suporte fisioterapêutico é intensificado, com utilização de métodos e técnicas de tratamento avançadas e personalizadas, para garantir a manutenção do desempenho.

Atletas de elite estão constantemente desafiando seus limites físicos e a Fisioterapia Esportiva oferece estratégias específicas para tentar reduzir o risco de lesões, que podem comprometer a atuação nas competições.

“Em termos de prevenção de lesões, é preciso sempre considerar o perfil do indivíduo e da sua modalidade. Sendo um atleta profissional, também devem ser considerados outros fatores, como sua rotina de treinos, as competições, alimentação, estratégias de recovery e sono”, esclarece o Fisioterapeuta.

Experiência na Vila Olímpica

Um dos grandes momentos da carreira de Fabrício foi sua participação nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. “Atuei junto à equipe de fisioterapeutas voluntários na Policlínica instalada na Vila Olímpica, assim como no atendimento emergencial (FOP – Field of Play) na Arena do Futuro, nas competições de Handebol”, relembra.

O Fisioterapeuta relata, com base na sua experiência, a intensidade do trabalho realizado durante as competições. A recuperação de um entorse de tornozelo, por exemplo, fora dos Jogos Olímpicos, é executada em algumas semanas.

“Porém, dentro da competição, é preciso que o tratamento desta mesma lesão seja capaz de recuperar o atleta da melhor forma e o mais rapidamente possível, para que ele possa voltar a performar nos próximos jogos, avançar para as próximas fases e chegar às finais”, compara.

Fabrício cita, ainda, o caso do tenista sérvio Novak Djokovic, que conquistou o ouro em sua quinta participação em Jogos Olímpicos, depois de um processo acelerado de recuperação funcional.

Embora tenha chegado à final de Wimbledon, o atleta passou, pouco antes, por uma cirurgia no menisco do joelho direito e por um tratamento fisioterapêutico, que permitiu que ele participasse tanto deste torneio, como dos Jogos Olímpicos.

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