O que um recém-formado em Medicina pode compartilhar sobre sua vocação
Mais do que a vontade de ser Médico, o sentimento colaborativo é fundamental para exercer bem essa profissão
Aos 28 anos, o Dr. Lucas do Vale Barreto sente-se realizado com sua formação como Médico. Ele concluiu a Graduação em Medicina pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) no meio deste ano e já está atuando na área como plantonista.
Colecionador de memórias nos ambientes do Einstein desde 1991, época em que sua mãe começou a trabalhar na área administrativa da Instituição, o único Médico da família nutre grande admiração pelo local. “Frequento esse espaço desde a creche, pois eu ficava lá enquanto ela trabalhava”, lembra-se.
Após concluir os estudos, no entanto, a primeira opção de carreira foi pela Engenharia Química. Mas apenas dois meses no curso foram suficientes para que o aluno decidisse por um programa preparatório para o vestibular em Medicina. “Uma vez, quando era adolescente, fiquei muito doente e passei por algumas internações. Lembro-me que colegas da minha mãe da área assistencial do Einstein costumavam me visitar e conversar com os profissionais que estavam me tratando para entender mais sobre os procedimentos e nos apoiar nesses momentos difíceis”.
Ele conta que, já nessa época, sentia muita admiração pelo setor. “A presença desses profissionais nos enchia de confiança e alegria”. Essas ocasiões colaboraram para que o atual Médico se apaixonasse pela profissão. “É que eu gostava muito da disciplina de Química, por isso decidi, ao concluir o Ensino Médio em uma escola pública, passar pelo processo de aprovação na Engenharia dessa área”.
A experiência foi ótima, segundo ele, para fortalecer o ânimo de estudar com afinco, entusiasmo e esperança, além da certeza de que queria seguir os passos da Medicina, ajudando pessoas e procurando “fazer a diferença” no cuidado de pacientes.
A trajetória até a Medicina
Foram quase quatro anos de cursinho e inscrições para processos seletivos de diversas universidades públicas. A tentativa de participar do processo seletivo do Einstein veio com a decisão de seguir a vida acadêmica em São Paulo, para ficar perto de seus pais. “Além disso, a FICSAE rapidamente já estava entre as melhores instituições de ensino do país”.
O dedicado vestibulando já conhecia a excelência do Hospital, principalmente por conta das experiências passadas envolvendo a sua mãe, as quais propiciaram contato com determinados profissionais, que o marcaram muito positivamente. “Eu pesquisei também sobre os cursos e logo percebi que teria uma formação substancial, que considero muito importante”. Na metade de 2017, foi aprovado e iniciou a Graduação em Medicina.
E foi com o Crédito Estudantil que conseguiu manter sua formação até os primeiros três anos e meio, quando sua mãe teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela ficou afastada do trabalho, o que reduziu a renda familiar. “Então eu apliquei para a bolsa de estudo, que tem análise baseada na situação financeira do aluno, e consegui ser aprovado”. Dessa forma, o estudante concluiu a sua Graduação, realizando essa migração, antigamente possível.
Para ele, os seis anos de Medicina foram inesquecíveis. “Eu conheci pessoas maravilhosas, entre professores, colegas e profissionais da saúde tanto do Einstein quanto das unidades públicas administradas pela Instituição. Com elas, tive bons exemplos, além do ensino teórico e prático de altíssima qualidade”.
O Médico deixou importantes legados para os alunos da FICSAE, uma vez que como estudante fez parte de diferentes iniciativas. Com outros colegas, contribuiu para a criação do Projeto Compaixão, baseado na apresentação artística de palhaços dentro de hospitais. Além disso, colaborou para a manutenção do cursinho popular gratuito pré-vestibular formados por alunos da FICSAE, dando aulas e atuando em sua gestão.
Foram oportunidades que deram a ele conhecimento financeiro e inteligência emocional para mediar conversas e entendimentos entre os envolvidos dessas empreitadas, além de outras situações que exigiram negociações. “Os Coordenadores e docentes também ouviam muito as nossas sugestões e nos apoiavam sobre diversos assuntos ligados à nossa formação e ao ambiente acadêmico”.
Rumo à Residência
Participativo, o Médico recém-formado atuou ainda como representante de classe durante três anos e como Diretor Financeiro do Centro Acadêmico. Agora, há cerca de dois meses, está exercendo as funções de Médico Generalista em plantões de Pronto-Socorro em dois estabelecimentos hospitalares. O primeiro em um hospital privado e o outro na área de Estratégia de Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde Campo Limpo, administrada pelo Einstein.
Mas como na área da saúde o estudo e as especializações não se findam, o Dr. Lucas continua estudando muito. A sua primeira opção é passar na Residência do Ensino Einstein para Médico Anestesista. “Eu quero continuar me aperfeiçoando e propagando tanto o aprendizado e conhecimento quanto os valores que absorvi e fortaleci nessa Instituição”.
As fases do processo seletivo e entrevistas acontecerão no final deste ano. Enquanto isso, ele vai continuar colaborando com o sistema de saúde, trabalhando para aperfeiçoar o máximo de procedimentos e de suas habilidades. “Eu estou me empenhando também para expandir minhas competências socioemocionais para lidar de maneira diferenciada e mais humanizada com todos os meus pacientes”, conclui.