Ciência e Vida

O que você precisa saber sobre Shantala e primeiros socorros para bebês?

Não é fácil cuidar de um recém-nascido. A fragilidade do bebê e a necessidade de protegê-lo podem levar à insegurança para os pais e seus cuidadores

Os cuidados com um bebê podem gerar ansiedade em pais, especialmente quando se trata do primeiro filho. Para apoiá-los, algumas técnicas oferecem mais segurança aos cuidadores e asseguram o bem-estar à criança. Entre as mais conhecidas, estão: a Shantala e os procedimentos de primeiros-socorros.

A Shantala é uma massagem descrita e difundida pelo obstetra francês Frédérick Leboyer, originalmente criada na Índia, que chegou ao Brasil em 1978. Já os primeiros-socorros reúnem conhecimentos voltados à proteção do bebê e tranquilidade dos adultos.

Esa técnica está baseada no contato com um corpo, uma mente e uma alma e não apenas com uma pessoa. “Cada vez mais é evidenciada a importância desse toque terapêutico como promoção da saúde”, diz a Enfermeira Especialista de Amamentação do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e Coordenadora do Curso Preparatório para Gestantes e Acompanhantes do Ensino Einstein, Natalia Turano Monteiro.

O procedimento pode ser aplicado por pais, cuidadores, familiares e profissionais da saúde, a fim de proporcionar bem-estar ao bebê a partir do primeiro mês de vida. A criança deve ficar em um local tranquilo, aquecido e aconchegante.

“É fundamental ter sensibilidade para perceber a aceitação da criança. O toque terapêutico não deve ser forçado. É justamente para aproximar o contato com o bebê de forma amorosa e acolhedora”.

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Quais são as indicações da Shantala?

Considerada um toque de amor e carinho, a Shantala é muito utilizada para aliviar cólica e constipação intestinal de bebês. Também é indicada para crianças que apresentam distúrbio de comportamento, apatia, hiperatividade, irritação, tiques nervosos, agitação, problemas envolvendo apetite, fala e falta de concentração.

Entre os benefícios para os bebês que recebem a técnica estão: o ganho de peso, melhora da digestão e da respiração, da resposta neurocomportamental, diminuição de aversão a toque e estímulo do vínculo com os adultos.

Outro aspecto positivo está relacionado ao fato de que, quando aplicada na criança por sua mãe, diminui o índice depressão nas mulheres e ajuda na produção leite, entre outros benefícios.

As crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Síndrome de Down, surdas, cegas e com câncer também podem se beneficiar da Shantala. A técnica, no entanto, não é indicada nos casos em que apresentem:

  • Febre, infecção, inflamação, ferimentos na pele, problemas cardíacos e respiratórios
  • Trombose, flebite e enfermidades do sistema nervoso central

Para os bebês, é recomendada até o primeiro ano de idade de uma a duas vezes por semana, dependendo da receptividade da criança. “A massagem sempre começa pelo tronco, seguindo para os membros superiores, abdômen, membros inferiores, costas e face”, explica Natalia.

A Enfermeira Natalia Turano Monteiro destaca que o profissional da saúde conhecedor da Shantala pode aplicar a técnica em bebês, uma vez que reconhecem o toque relacionado à punção e a posicionamentos desconfortáveis para exames físicos. “É uma alternativa que transforma e agrega ao cuidado assistencial”.

Primeiros socorros no cuidado ao bebê

Os primeiros socorros, como treinamento focado na gestão de segurança, são fundamentais para evitar acidentes como queda, queimadura e intoxicação, entre outros. As técnicas podem ser aplicadas tanto no hospital, quanto após a alta do recém-nascido e durante o seu desenvolvimento.

A Enfermeira Sênior da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do HIAE, Zélia Fernanda da Freria, explica que são três os principais temas desse cuidado:

  • Sono seguro
  • Prevenção da Síndrome da Morte Súbita do Lactante (SMSL)
  • Bebê conforto

No primeiro, deve haver o monitoramento correspondente ao conforto e qualidade do sono sem que haja ameaça ao bebê com objetos deixados no berço como brinquedos, bichinhos de pelúcia, cobertores e excesso de travesseiros ou almofadas. É recomendado inclusive que a criança durma na posição supinada (de barriga para cima).

Em relação à morte súbita, profissionais da saúde podem desempenhar o papel de educar os pais e familiares para realizarem manobras adequadas para solucionar os sintomas do engasgo com a saliva, leite, alimentos e objetos. “Devemos também estar sempre preparados para antecipar o cuidado contra o acidente, agir rapidamente caso necessário e reabilitar o paciente”, diz Zélia.

O tema bebê conforto tem atenção ao transporte seguro para bebês que previna contra asfixia, mau posicionamento e acidentes automobilísticos. “É fundamental proporcionar um ambiente seguro para a criança dentro e fora do hospital, além de ficar atento a todos esses itens”, conclui ela.

Maternidade em destaque

Pais, familiares, cuidadores e profissionais da saúde procuram conhecer ou aprimorar essas técnicas. Por isso, em formato híbrido, o Einstein preparou um curso com aulas teóricas e práticas que serão ministradas por Enfermeiros, Médicos, Nutricionistas, Psicólogos e Fisioterapeutas que, sob diferentes perspectivas, esclarecem as principais dúvidas que podem surgir a partir da gestação e da chegada dos recém-nascidos, mantendo o foco em humanização e segurança.

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