Carreiras

Pós-graduação Semipresencial possibilita mudança de carreira para profissional do Pará

​Com muita força de vontade e sonhos a serem realizados, Felipe do Carmo, ex-aluno da Pós-graduação Semipresencial em Fisioterapia em Terapia Intensiva, demonstra que não há limites para o conhecimento.

“Ter feito a Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva no Ensino Einstein foi um divisor de águas na minha vida pessoal e profissional”, afirma Felipe do Carmo Silva. “Essa formação abriu muitas portas para mim. Hoje trabalho em duas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e em uma delas sou o responsável técnico pelo setor de Fisioterapia”, comemora.

Ele fez parte da primeira turma da Graduação em Fisioterapia da região Sudeste do Pará, no município de Marabá. “A minha família não tinha como pagar uma faculdade, então estudei muito e consegui uma bolsa de 100% pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni)”. Filho de uma Técnica de Enfermagem, a Marcilene, ele sempre foi estimulado por ela, pela avó, dona Maria Matos, que trabalhou na roça, e por suas tias Meiriene, Meiriam, Miraci e Marizete a estudar para garantir um futuro melhor e realizar sonhos.

Conforme ele, esse clã de mulheres sempre esteve em busca do conhecimento e representa a grande influência e motivação de seus estudos e aperfeiçoamento humano e profissional. Principalmente a sua mãe e sua tia Meiriene, que é Enfermeira, as quais foram seus espelhos para que enveredasse à área da saúde. “Elas sempre chegavam em casa felizes quando seus pacientes graves se recuperavam. Eu percebi o quanto era importante para elas e como fazia bem a todos nós colaborar com o bem do outro”.

Ouvindo praticamente todos os dias histórias como essas contadas com muita empolgação, Felipe, aos 18 anos, decidiu seguir os passos de Marcilene e Meiriene. Além da Fisioterapia, ele também pontuou para Direito, Zootecnia, Geografia e Ciências Biológicas.

A decisão não foi difícil, pois colaborar com a saúde de pessoas de sua região estava mais presente em seu DNA. “Antes das aulas que eram à noite, eu ia para a biblioteca e passava o dia estudando. No ambiente universitário eu percebi que realmente eu queria ser um bom Fisioterapeuta. Vestir a camisa mesmo”.

A sua vivência na Graduação mostrou que a vida profissional é um reflexo da academia. “Se você quer ser um bom profissional, terá de ser um bom aluno”. Mas, após algum tempo recebendo auxílio financeiro de seus pais, ele necessitou trabalhar para manter suas despesas básicas em Marabá. “Eu passei no concurso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no início de 2012, para atuar como Agente de Pesquisa e Mapeamento”. Lá trabalhou até 2014, quando precisou iniciar o estágio obrigatório.

Depois disso formou-se Fisioterapeuta, em 2016, e passou em um concurso, no ano seguinte, para realizar seus serviços no município de Cumaru do Norte, divisa com Pará, Mato Grosso e próximo a Tocantins. “Trabalhei durante todo o período da Pós-graduação, justamente para eu conseguir pagar esse estudo”.

Lá ele atendeu ribeirinhas e indígenas, além dos caboclos da localidade. Foi uma experiência incrível, mas o seu objetivo era trabalhar com casos graves. “E quando a minha avó que já estava adoentada descobriu que eu estava indo para São Paulo fazer o curso de Pós no Einstein, ela ficou muito radiante e orgulhosa. Fico muito emocionado só de lembrar, pois infelizmente ela não chegou a me ver atuando como Fisioterapeuta na UTI”.

De Marabá para São Paulo

Quem plantou a semente que o fez passar a sonhar com a especialização no Ensino Einstein foi sua Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a Professora Mestre em Fisioterapia, Carla Nogueira. “Na época ela tinha feito Pós-graduação na Instituição e comentava sobre as teorias e práticas realizadas no curso com tanta empolgação, que eu pensava: – Nossa, é lá que eu quero chegar”.

Sabendo dessa vontade, sua família passou a incentivá-lo e ele se inscreveu no curso de seus sonhos, participando da primeira turma EAD em Fisioterapia em Terapia Intensiva do Ensino Einstein. “A cada três meses eu ia para São Paulo. Chegava no sábado, assistia aulas presenciais no domingo e voltava para a minha cidade na segunda”.

O fato de duas de suas tias morarem em São Paulo facilitou a sua tomada de decisão, na medida em que já poderia contar com locais para ser hospedado. Além disso, tinha como outro exemplo a experiência de Meiriene, que fez uma Pós-graduação em Oncologia na Instituição e pôde apoiar o sobrinho com conhecimento de causa.

Vida Profissional

Felipe narra que somente passou a ser um profissional realizado quando começou a atuar dentro de UTIs, um setor muito restrito pois necessita de profissionais capacitados. “Em São Paulo, eu conheci a Elaine Cristina, que também é Fisioterapeuta, natural do Pará. Quando abriu uma vaga no hospital em que ela trabalhava, na cidade de Capanema, ela me indicou para os testes e entrevistas”.

Nesse momento, 2020, ele rapidamente participou do processo seletivo, foi aprovado e voltou para Cumaru do Norte. Dias depois com as malas nas mãos, cruzou o Pará e fixou residência na cidade, onde vive até hoje, trabalhando em duas Unidades de Terapia Intensiva, sendo que em 2021 tornou-se Coordenador do setor de Fisioterapia da UTI do Hospital Regional dos Caetés, em Capanema. “O que mais surpreendia nas entrevistas era eu responder adequadamente às perguntas técnicas sem nunca ter trabalhado na área. O curso me deu todo o conhecimento que é requerido”.

Ele recorda que o Centro de Simulação Realística do Einstein também permitiu o exercício prático de manobras delicadas em Fisioterapia em bonecos e atores. “Eu me sentia fascinado. Além da parte prática, pelo sistema Canvas, que é a plataforma do EAD, nós tínhamos acesso a diversos Fisioterapeutas de diferentes partes do Brasil. Então, foi possível trocar muitas experiências e esclarecer diferentes dúvidas”.

Inclusive, observar pacientes críticos terem evolução clínica resultando em alta também mudou a sua forma de ver a vida. “Eu fiquei impressionado sobre como havia tanta estrutura e possibilidades de evoluir quadros de saúde tão graves, lançando mão de recursos como circulação extracorpórea e balão intra-aórtico”. Ele não tinha ideia do quão intensivo poderia ser um tratamento. “Aqui no Pará nós temos no máximo dois hospitais com esses tipos de equipamentos e somente na capital”.

Com tudo isso, a vida profissional de Felipe deu um giro de 180 graus, como ele costuma enfatizar, já que depois do seu ingresso na UTI começou a ser reconhecido como um profissional especializado em pacientes politraumatizados e neurológicos. “Eu era um Fisioterapeuta e uma pessoa antes da Pós-graduação, passando a ser outro profissional e ser humano depois dessa formação, duas realidades completamente diferentes”.

Um fato marcante para ele aconteceu em seu estado no primeiro pico da pandemia causada pelo novo coronavírus, de maio a junho do ano passado, quando no hospital em que trabalha estava internado um idoso de 80 anos na fase 3 da doença, com intubação.

Nesse momento chegou um rapaz de cerca de 30 anos em estado absolutamente crítico. “Não havia ventilador mecânico disponível para o moço e eu consegui com os ensinamentos que recebi no Einstein dividir o equipamento para os dois, que respiraram em conjunto por 12 horas até que a área de engenharia do hospital pudesse consertar o outro aparelho”.

Atualmente, aos 28 anos e já casado, afirma que vai continuar estudando e assim que puder mudar para São Paulo – se o destino assim permitir -, voltará ao Einstein para a realização de um mestrado com foco na docência profissional em Fisioterapia. “Dessa vez a minha motivação nasceu da convivência com as Professoras Karina Tavares e Raquel Afonso, que acrescentaram muito para a minha absorção de tanto conteúdo durante a Pós-graduação”, alegra-se.

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