Radiologia é a especialidade voltada aos diagnósticos por imagem, feitos através de Radiografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética e Ultrassonografia (também conhecida pelo seu princípio físico, o Ultrassom). Com a chegada das novas tecnologias, houve um tempo em que se acreditava que a Ultrassonografia perderia espaço para outras técnicas, o que não ocorreu.
O Médico Radiologista e Gerente Médico de Ensino do Departamento de Imagem do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Ronaldo Hueb Baroni, lembra que, há cerca de cinco anos, quando se intensificou o uso da Inteligência Artificial, houve uma grande preocupação por parte dos profissionais da Radiologia.
“Havia um receio infundado de que o computador poderia substituir o Médico e isso fez com que as pessoas, por um tempo, parassem de buscar essa formação. O mercado, ao contrário, cresceu e hoje existe até uma escassez de profissionais de Radiologia”, recorda.
Segundo ele, durante toda a pandemia e ao final dela, as pessoas tiveram um cuidado maior com a saúde e com a prevenção, aumentando solicitações de exames de rastreamento ou controle.
A Inteligência Artificial como aliada
O Dr. Baroni destaca que a IA acabou contribuindo em processos puramente técnicos ou que não são atribuições que requeiram expertise dos Radiologistas, como aceleração de exames de ressonância, priorização para laudar exames que tenham achados emergenciais, etapas de preenchimento de relatório radiológico, medidas e cálculo de volume automáticos, entre outros.
“Essas atividades são mais técnicas e braçais. Sendo feitas pela IA, há mais tempo para o Radiologista fazer o que importa, que é o ato Médico de entender as expectativas diagnósticas e as demandas do paciente, conversar com ele, com o Médico solicitante e participar de discussões multidisciplinares”, reforça.
Na Ultrassonografia, isso sempre foi assim. Hoje, a essência do trabalho radiológico está muito ligada ao que o Ultrassonografista faz. “A tendência é de que, cada vez mais, todo Radiologista exerça seu papel dessa mesma forma, humanizada e individualizada, um motivo para os Ultrassonografistas se sentirem ainda mais valorizados”.
Ultrassom como projeto de vida e como missão
O Coordenador do Setor de Ultrassonografia do Einstein, Dr. Marcelo Rocha, tem 34 anos de carreira e também se recorda do tempo em que se pensava que a técnica iria acabar.
“No tempo em que a Ultrassonografia era mais básica, a ressonância estava começando a entrar na Radiologia e dizia-se que o Ultrassom iria acabar. Mas, para se ter uma ideia, no Einstein, há 28 anos, éramos seis especialistas fazendo 1,2 mil exames por mês. Hoje, somos 170 só no estado de São Paulo, fazendo 1,3 mil exames por dia”, compara.
A grande paixão do Dr. Marcelo é poder interagir com os pacientes, com acompanhamento 360 graus, desde a entrada, até o laudo final. “Vemos o paciente em todos os segmentos de seu atendimento”, observa.
Em comparação com outros exames, o Ultrassom é mais acessível. Para check-ups gerais, é o ideal. Em caso de necessidades mais específicas, o Clínico é quem define qual exame é o adequado dentro da Radiologia.
Carótida, tireóide, nódulos no fígado, cálculos na vesícula, gordura no fígado, problemas articulares ou cálculo renal. Essas são algumas patologias possíveis, num imenso universo a ser estudado, com espectro ampliado nos últimos 30 anos.
Dr. Marcelo também é um dos representantes da Radiologia no Comitê de Catástrofes do Einstein, que atua em situações de emergências e missões. Recentemente, o Médico de sua equipe, Dr. André Renato Cruz Santos, esteve em missão na Amazônia, para atender comunidade indígena na região denominada ‘Cabeça do Cachorro’, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela.
“O equipamento levado tem menor porte, justamente para ser transportado. O impacto é muito positivo. Foi possível realizar diagnósticos diferenciados, que jamais seriam possíveis sem a Ultrassonografia”, conta o Dr. Marcelo.
Em uma semana, foram realizados 198 atendimentos em escolas e postos de saúde, detectando-se, por exemplo, tumores de próstata, tumores mamários e hérnias inguinais, diagnósticos que passariam despercebidos sem o Ultrassom.
Além da Medicina, dedicação à gestão
O Diretor Médico do Departamento de Diagnóstico por Imagem do Einstein, Dr. Marcos Queiroz, formou-se em Radiologia pela USP e construiu sua carreira com foco em Ultrassonografia. Posteriormente, migrou para a área de Radiologia Intervencionista, que se configura em mais uma possibilidade de atuação.
“A Medicina Intervencionista é exercida por Radiologistas e também por outras especialidades. Consiste em fazer procedimentos minimamente invasivos guiados por imagem, inclusive com a Ultrassonografia”, explica o Dr. Queiroz.
Em paralelo, fez uma carreira de gestão, com dois MBAs, entre outros cursos. Cresceu na Instituição, tornando-se Coordenador de Ultrassonografia, Diretor da Radiologia e, mais recentemente, Diretor da Medicina Diagnóstica.
“É possível conciliar a carreira de Radiologista com uma carreira de gestor, sem perder a essência, unindo os conhecimentos médico e técnico específicos da área aos conhecimentos de gestão”, comenta o Dr. Queiroz.
Formando profissionais completos
O Ensino da Ultrassonografia no Einstein é feito sempre com a participação de Radiologistas, mesmo para as outras especialidades como Emergencistas, Intensivistas, Anestesistas, Pneumologistas e outras – que têm atuação com essa técnica e não são Radiologistas.
Esse aprendizado começa na Graduação, passa pela Residência Médica e chega à Pós-graduação. “E estamos, com muito orgulho, desenvolvendo um projeto de educação continuada para nossos próprios Radiologistas aqui do Einstein que trabalham com Ultrassom, em várias vertentes”, reforça o Dr. Baroni.
O Ensino Einstein oferece, dentre outros cursos, a Pós-graduação Estado da Arte em Ultrassonografia Doppler Vascular – Especialização Presencial , voltado a todos os Médicos que quiserem aprofundar o conhecimento teórico e prático de Ultrassonografia Vascular, em especial Radiologistas, Ultrassonografistas e Cirurgiões Vasculares.
Um dos Coordenadores do curso, Dr. Carlos Ventura, também Médico do setor de Ultrassonografia Geral e Vascular do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que a bagagem adquirida é extensa, incluindo todo o conhecimento da Ultrassonografia:
· Doppler vascular periférica – venoso de membros inferiores e superiores
· Arterial de membros superiores e inferiores
· Carótidas e vertebrais, aorta e ilíacas, veias cavas inferior e ilíacas
· Doppler abdominal – rins primitivos e rim transplantado
· Fígado e fígado transplantado
· Hipertensão portal
· Doppler uroginecológico – congestão venosa pélvica
· Bolsa testicular
Ainda são oferecidos os Cursos de Curta Duração, para quem deseja aprender um tema específico de Doppler. “O Einstein tem profissionais de primeira linha e um moderno centro de ensino para a aprendizagem prática de Ultrassonografia Doppler, na Vila Mariana, com aparelhos de última geração, inúmeros monitores e poucos alunos por sala, proporcionando um aprendizado individualizado”, destaca o Dr. Carlos.
O Coordenador reforça que a área, de uma forma geral, está sempre crescendo, com novas tecnologias ligadas à evolução dos aparelhos de Ultrassom. “O Médico que possui conhecimento teórico e prático de Ultrassom Doppler Vascular é sempre muito procurado, pois a demanda de exames de Doppler nas inúmeras clínicas e hospitais é cada vez maior”.
