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Manaus aposta em especialização de profissionais para melhorar serviços de saúde

​Com doação de uma família de Manaus, Ensino Einstein realiza na capital do Amazonas uma turma de Pós-Graduação em Gestão da Qualidade em Saúde.

A capital do estado do Amazonas acaba de ganhar o suporte de vários especialistas em gestão da qualidade em saúde, que pretendem usar o conhecimento nessa área para ajudar a melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população.

A assistente social Ângela Nascimento e a cirurgiã-dentista Nara Esquivel estão entre esses profissionais. Respectivamente, diretora do Departamento de Atenção Primária e assessora de Gestão da Saúde na Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) de Manaus, elas terminaram neste sábado, 9 de fevereiro, a Pós-Graduação em Gestão da Qualidade em Saúde do Einstein, realizada na cidade em que atuam.

“O aprimoramento da gestão no Sistema Único de Saúde deve ser contínuo, a fim de conseguirmos cada vez mais eficiência, eficácia e efetividade das ações, obtendo melhores resultados para a saúde da população, que é a nossa missão”, comenta Ângela. “E essa formação nos deu bastante recursos para agirmos nesse sentido”, acrescenta.

Para ela, a formação lhe proporcionou um maior entendimento sobre os conceitos de melhoria contínua e prática da gestão dos serviços de saúde com foco na resolução de problemas, e ainda, uma maior compreensão sobre as ferramentas básicas que suportam projetos de melhoria contínua de processos. “Algumas dessas ferramentas já começamos a utilizar no nosso ambiente de trabalho durante o curso e a tendência é consolidarmos esse tipo de prática de gestão por ainda mais processos”, afirma.

Nara, por sua vez, enaltece o embasamento científico do curso, que segundo ela, conseguiu “demostrar de forma bem prática e consistente como boas práticas de gestão e de promoção da segurança do paciente podem impactar nas ações em saúde”.

​Primeiros planos já foram traçados

Como parte do currículo da formação, os alunos foram estimulados a desenvolver projetos aplicáveis no sistema de saúde de Manaus.

Ângela conta que seu grupo propôs a implantação de prontuários eletrônicos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), na zona sul da capital do Amazonas, com o intuito de aprimorar a qualidade do registro de atendimento dos pacientes. “Embora a maioria das nossas UBS ainda usem prontuários manuais, estamos mostrando nesse trabalho que a informatização dos prontuários faz muita diferença, pois os históricos dos pacientes ficam registrados para sempre e acessíveis em vários serviços de saúde”, comenta.

Já Nara participou de uma pesquisa sobre como aplicar o método interativo de gestão PDCA (sigla em inglês para “planejar, fazer, checar e agir”) no enfrentamento do surto de sarampo. “Estamos sugerindo à SEMSA o uso desse método como forma de responder de maneira mais eficaz a novos surtos dessa doença”, diz.

Outros exemplos de projetos desenvolvidos pelos alunos foram: implantação de um núcleo de segurança do paciente em uma maternidade pública de Manaus e o uso de ferramentas de gestão como estratégia de segurança no manejo de medicamentos potencialmente perigosos no ambiente hospitalar.

Ensino Einstein em Manaus

A realização da Pós-Graduação em Gestão da Qualidade em Saúde na capital do Amazonas foi viabilizada integralmente por meio da doação de uma família de Manaus.

Com o propósito de deixar um legado para a região, a família decidiu investir em qualificação profissional na área da saúde por meio do curso oferecido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, que enviou mensalmente professores de São Paulo para ministrarem as aulas em espaço cedido na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), parceira nesse projeto.

Segundo Ângela Nascimento, se a formação não tivesse sido oferecida em Manaus, dificilmente teria havido interesse de tantos participantes. “Em Manaus estamos ilhados, pois a dificuldade de acesso a outras capitais brasileiras é enorme”, diz. “Se tivéssemos que pagar por passagem de avião e nos afastarmos do trabalho por vários dias para cursar em São Paulo, por exemplo, muitos alunos teriam desistido”, acrescenta.

Para participar do curso, que começou em março de 2018, cerca de 1.200 profissionais de saúde se inscreveram no processo seletivo e 37 concluíram a formação. Todos os participantes são profissionais da saúde e atuam em diferentes cargos do sistema público de saúde de Manaus. A qualificação foi totalmente gratuita para eles.

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