Gestão de Projetos na saúde envolve equipes multidisciplinares
Convergir mindsets de diferentes profissionais para um propósito alinhado à estratégia de uma instituição de saúde faz parte das atribuições da Gestão de Projetos.
As rápidas transformações envolvendo a automação de processos, mediante o desenvolvimento da tecnologia, não fazem das ferramentas técnicas as únicas preocupações de um bom gestor. Essas mudanças colaboraram para que as pessoas se tornassem elementos ainda mais valorizados dentro desse cenário atual de negócios.
A instabilidade é constante, pois há uma quantidade nunca imaginada de informações e dados, o que colabora para mais incertezas nas tomadas de decisões. A complexidade de múltiplas variáveis interconectadas torna o processo de análise do cenário extremamente desafiador. São situações sem precedentes, para serem baseadas, demandando a experimentação de tomada de riscos.
A saúde está entre as áreas necessárias a agregar valor à atuação de pessoas, a partir da percepção da relevância de se investir no engajamento de equipes multidisciplinares, no trabalho colaborativo, na validação do profissional e no amadurecimento de propósitos tanto de colaboradores quanto de organizações.
Estar aberto às novas possibilidades faz com que os líderes precisem aprender novas formas de se relacionar com as pessoas e compreender os resultados coletivos e individuais. Dentro desse contexto, é preciso estimular a criatividade e o aprendizado pessoal e de equipes profissionais. Isto é, além de investir em conhecimentos técnicos, a pessoa, independentemente da área em que atua, precisa dedicar-se ao desenvolvimento de suas competências comportamentais, sendo o primeiro passo a busca pelo autoconhecimento.
Mas todas essas ações não são tarefas fáceis de serem realizadas. Por isso, o uso de ferramentas de Gestão de Projetos atua na promoção de clima cooperativo e de comprometimento entre colaboradores em prol da implantação de projetos de sucesso com a finalidade de atender as expectativas da instituição.
Portanto, um líder em saúde deve ter habilidades para gerir conflitos e ajudar a convergir mindsets de diferentes profissionais para um propósito único como, por exemplo, a entrega de produtos ou de serviços. “A liderança tem a responsabilidade de aumentar a propriedade, a autonomia e a responsabilidade dos seus colaboradores, assim como incentivá-los a refletir e experimentar suas ideias”, afirma a Gerente do Escritório de Projetos Corporativos do Einstein, Juliana Pan.
Para isso, segundo ela, o gestor precisa entender claramente as verdadeiras aspirações da empresa em que trabalha, de forma a conseguir propor projetos altamente alinhados à visão de futuro da instituição, mesmo tendo recursos humanos e financeiros limitados.
De acordo com Juliana Pan, também docente de Pós-graduação, do MBA em Gestão da Saúde e do Mestrado em Ciências da Saúde do Einstein, o Gestor de Projetos precisa entender os direcionadores, a fim de chegar o mais próximo possível da visão de futuro da organização em que atua, priorizando os objetivos e alcançando os resultados desejados. “Seja para criar um novo centro de saúde, uma área com alta tecnologia em um hospital ou reter e atrair talentos, é necessário ter um entendimento amplo do real contexto da instituição. Os projetos na Saúde precisam de atenção especial devido ao alto grau de complexidade técnica e social.”.
Outro fator fundamental para atingir as finalidades é a realização do balanceamento econômico (equilíbrio entre demanda e oferta de recursos), o qual assegura o cumprimento da missão da instituição por meio de gestão de programas e de portfólios. Além disso, o profissional que tem interesse em atuar como gestor de projetos precisa focar no bom funcionamento, crescimento e sustentabilidade do sistema de saúde como um todo.
Para esses conceitos serem colocados em prática, é importante que esse profissional tenha clareza de todos os papeis desenvolvidos e apreço pela retroalimentação de lições aprendidas com os olhares em qualidade, segurança e inovação. “Independentemente do método a ser utilizado, é fundamental compreender toda a estruturação de execução. O que faz um projeto ter sucesso é a disciplina no acompanhamento “.
Outro ponto essencial é a agilidade da governança, resultando em equilíbrio e rapidez de tomadas de decisão. Conforme a docente, a gestão de projetos também implica em entender a interface das decisões corporativas, os riscos e incertezas do contexto, os quais exigem grande capacidade de se adaptar a novas realidades. “Tudo isso se aprende com leitura e aplicação prática. Trata-se de dominar o músculo organizacional do uso de dados para tomar melhores decisões, fazer hipóteses, experimentar, medir e adaptar”.
Conforme Juliana Pan, dependendo da instituição, o projeto pode demandar ainda a captação de dívidas para dar subsídios à rentabilidade distinta de certo produto ou serviço. “Projeto é feito por pessoas conjuntamente e para pessoas, com planejamento adequado. Isso para mim não pode ser esquecido, principalmente na área da saúde”.
Ela também lembra que a cada apresentação para os diferentes stakeholders é fundamental demonstrar os benefícios em tempo hábil que cada um deles terá após a execução do projeto em questão. “Todo projeto é transversal, ele muda o status quo da organização, por isso, é importante abarcar as áreas cross envolvidas nele, inclusive as responsáveis por planos de comunicação”.
Nesse quesito, a profissional cita o recente projeto bem-sucedido do Einstein ao gerir tão rapidamente em menos de três meses diferenciados e inúmeros serviços, setores, especialidades e estruturas inseridas no contexto pandêmico causado pelo novo coronavírus. Essas ações foram realizadas tanto na esfera suplementar quanto na gestão de hospitais públicos, os quais a Instituição gerencia. “Foi realmente um grande feito em Gestão de Projetos”.
Juliana Pan leva toda essa experiência para a sua coordenação do curso Certificate em Excelência e Performance na Gestão de Projetos em Saúde (Dupla Certificação com a Universidade de Paris). Com carga horária de 160 horas, o programa tem duração ideal para os profissionais que precisam adquirir conhecimento rápido e aplicado, sem necessariamente ter de fazer um curso de longa duração. A proposta visa suprir a lacuna de uma formação eficiente e robusta, constatada no mercado, além da preocupação com o desenvolvimento de competências e capacitação em projetos de instituições de saúde.
Segundo ela, graças à parceria com a Universidade de Paris, Positive Business Chair e International Project Management Association (IPMA Brasil), foi possível desenvolver esse programa internacional, gerando a oportunidade única de oferecer conhecimento avançado e de ponta em gestão de projetos.