Dia do Administrador traz reflexões sobre a carreira e suas transformações

Em 09 de setembro de 1965, a profissão de Administrador foi reconhecida no Brasil por meio da lei 4.769. Hoje, portanto, é o dia de comemorar toda essa trajetória, marcada por transformações que acompanham as mudanças globais. Dia de homenagear esse profissional que tem seus primeiros registros em civilizações antigas, como a dos sumérios, egípcios, babilônios e chineses, pioneiros no desenvolvimento de sistemas de organização para gerenciar seus recursos e tarefas.

Na Grécia Antiga, ideias relacionadas a temas como ética, liderança e organização social foram exploradas por filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. Este – por sinal – discutiu sobre a importância da organização eficaz em sua obra intitulada “Política”. “Toda e qualquer empreitada no mundo precisa de alguém para fazer a sua gestão, desde sempre”, afirma o Coordenador da Graduação em Administração da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, João Paulo Bittencourt.

Ser um Administrador

As diferentes perspectivas da profissão hoje no Brasil têm grande relevância por se tratar de uma área plural. “A administração abarca desde a micro e macroeconomia até a psicologia organizacional. É um setor que pode oferecer uma carreira promissora, principalmente para pessoas que gostam de transitar por diversas áreas do conhecimento”, completa.

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Administração têm sua resolução em 14 de outubro de 2021 e determinam fatores necessários para formar um profissional dessa área. “Temos cursos mais rápidos que instrumentalizam a pessoa para ‘Saber fazer’ e a Graduação, com o mínimo de 3 mil horas de atividades, que forma o Administrador”, explica o Coordenador.

Esse profissional é responsável por planejar, organizar, dirigir, liderar, controlar, avaliar e tomar as melhores decisões para as inúmeras demandas de um negócio ou setor. Segundo o especialista, tais tarefas já abrem possibilidades de muitas carreiras dentro da formação do Administrador, que deve participar de grupos de profissionais para conduzir a melhor implementação e alinhamento estratégico das ações desejadas.

Versatilidade na evolução da carreira

O Administrador precisa compreender os cenários político, econômico, tecnológico e social do seu e de outros ambientes, além da legislação sobre determinados assuntos que fazem parte de sua rotina. Entender o mundo de forma dinâmica propicia valiosas competências para lidar com as transformações atuais.

Com variados conhecimentos, um bom profissional em Administração é considerado uma figura-chave para organizações de todos os tamanhos e segmentos, nas esferas pública e privada. Logo, o mercado de trabalho é bastante promissor e um diferencial dessa carreira. Estão entre suas diversas áreas de atuação:

• Recursos humanos
• Sistemas e projetos computacionais
• Gestão financeira
• Marketing
• Logística
• Controladoria
• Consultoria
• Comércio exterior
• Setor de saúde
• Vendas
• Empreendedorismo

Quem decide por uma formação de alta performance e grande especialização, escolhendo uma empresa de boa qualidade, certamente alcançará posições de destaque. “Mesmo o estudante que decide pela Graduação em Administração aos 17 ou 18 anos terá um grande leque de opções para atuar no futuro, devido à versatilidade que o mercado de trabalho oferecerá para ele”, diz João.

Em sua opinião, o Administrador precisa ser um generalista, pois tende a possuir uma ampla gama de conhecimento, desenvolvendo a capacidade de ‘olhar o todo’, propagar ideias e criar soluções para diferentes cenários. “Eles são hábeis ao absorver certas práticas em determinados setores e aplicá-las em outros, conectando-se mais facilmente com profissionais de diversas áreas e construindo em conjunto grandes projetos. Uma Graduação de excelência transforma vidas”, ressalta.

Algoritmo e a gestão

A exemplo de intersecções de experiência, João cita a tendência de plataformas digitais ao redor do mundo utilizando algoritmos para gerir seus serviços. “Acredito que isso possa transformar atividades de Administração nos próximos anos. No Brasil também teremos um desdobramento dessa aplicação”.

Com base no que tem estudado, o Coordenador diz que não será o aspecto operacional a sofrer mais mudanças com a inserção dos algoritmos e sim os âmbitos da liderança e da gestão. “É importante que o Administrador esteja disposto a absorver mais esse formato de trabalho, pensando criticamente. O Administrador do futuro deverá dedicar-se mais a desenhar o trabalho, potencializar e automatizar modelos de gestão”.

Conforme ele, as instituições de ensino devem formar Administradores preparados para desenvolver o pensamento computacional de modo profundo, desenhando times e projetos voltados a alcançar os objetivos propostos. É fundamental traçar planos de implantar com sucesso as soluções para melhor gerir os princípios da organização. “A maior ameaça não é o robô e sim a nossa relutância em nos reinventar”, conclui João, apoiado nas provocações de Mike Walsh, autor do livro The Algorithmic leader: how to be smart when machines are smarter than you, ainda não traduzido em português”.