Gerenciar emoções é um dos grandes desafios dos profissionais da saúde

​Em setores cujo relacionamento interpessoal é frequente e intenso, como o da saúde, saber gerenciar emoções é um grande diferencial. No dia a dia desses profissionais, conseguir liderar, ter empatia e responder adequadamente às situações de estresse, por exemplo, podem ser atributos tão importantes quanto ter conhecimento técnico aprofundado.

Doutora em Psicobiologia com Pós-Graduação em Administração de Empresas, Elisa Harumi Kosasa explica que o conhecimento e as competências técnicas são o mínimo esperado para os profissionais que ocupam cargos de gerência e direção. “O que fará a diferença na carreira desses profissionais será a capacidade deles em lidar com outras pessoas, saber montar boas equipes e conseguir extrair o melhor delas”, enfatiza.

Dra. Elisa recebeu um treinamento especial sobre gestão emocional, na Tailândia, com os norte-americanos Paul Ekman e Alan Wallace, considerados, respectivamente, um dos psicólogos mais notáveis do mundo no século XX e um dos principais professores de meditação do Ocidente. Ela e a farmacêutica-bioquímica Jeanne Pilli, que também recebeu esse treinamento, mas no México com a professora Eve Ekman (filha de Paul Ekman) e Alan Wallace, são as únicas brasileiras até o momento habilitadas a treinar instrutores em Cultivating Emotional Balance – um programa educacional sobre reconhecimento e manejo das emoções.

Com base nesse aprendizado, elas desenvolveram em parceria com Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein a primeira Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Emocional nas Organizações – Cultivating Emotional Balance do país.

“O Einstein, que já tinha a preocupação de trabalhar o desenvolvimento emocional dos seus alunos, decidiu expandir isso com um curso de especialização focado em profissionais interessados em aplicar esse conhecimento nas organizações de saúde”, explica Dra. Elisa.

Sobre a especialização em gestão emocional

Com a primeira turma criada em 2018, a Pós-Graduação em Gestão Emocional nas Organizações – Cultivating Emotional Balance do Einstein busca oferecer diversas habilidades contemplativas que visam uma abordagem ampla da questão do equilíbrio, como práticas meditativas atencionais, práticas de aplicação da atenção plena e treinamento da mente.

A partir do desenvolvimento dessas práticas, pretende-se que os alunos se tornem aptos a fazer seu próprio gerenciamento emocional e o de suas equipes, a instruir diferentes técnicas de meditação para o equilíbrio emocional e a identificar melhor suas instabilidades emocionais e aquelas das pessoas com quem trabalham. “A ideia é ajudá-los a perceber e controlar aquela ‘chama’ que se acende internamente antes que ela se torne um incêndio”, brinca Dra. Elisa.

O curso é aberto a qualquer profissional, mas a maioria dos participantes trabalha em instituições de saúde, pois segundo explica Jeanne, trata-se de uma área que lida diariamente com pessoas que estão sofrendo. “Médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, ficam muito expostos e, ao conseguirem gerenciar melhor seus sentimentos, terão vários retornos positivos para si mesmos e para seus pacientes”, afirma. “Nos profissionais de saúde, eu diria que a boa gestão emocional se torna ainda mais perceptível”, enfatiza.

Além de usarem o conhecimento adquirido no curso no ambiente onde convivem, os alunos aprovados estarão capacitados também para serem instrutores do programa Cultivating Emotional Balance, lembra Jeanne. “Isso significa que eles poderão orientar outras pessoas interessadas em reconhecer, regular e ampliar suas habilidades emocionais”, ressalta. ​

A Pós-Graduação em Gestão Emocional das Organizações – Cultivating Emotional Balance tem a duração de 420 horas e envolve encontros mensais, um retiro de uma semana, a ser realizado em julho, e supervisões constantes. Ao término, os alunos aprovados receberão um certificado emitido pela Santa Barbara Institute for Consciousness Studies, dos Estados Unidos, e pelo Hospital Israelita Albert Einstein.