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Biomédica é contratada pelo MIT após ter concluído Pós-graduação no Einstein

Desde 31 de janeiro desde ano, Helena Varela é integrante de uma das equipes de testes laboratoriais no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Estados Unidos

A Biomédica Helena Varela de Araújo está animada com a nova experiência profissional que tem tido desde o dia 31 de janeiro deste ano no Whitehead Institute for Biomedical Research, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), como Technical Assistant in the flow cytometry core facility (Assistente Técnica do setor principal de Citometria de Fluxo, na tradução livre).

Muito usada para diagnosticar Leucemias e Linfomas, a Citometria de Fluxo é uma tecnologia que analisa simultaneamente diversos parâmetros celulares. O seu princípio está na incidência de uma fonte de luz a laser que intercepta partículas sanguíneas, fornecendo dados relativos ao tamanho e à granularidade de cada uma delas, entre outros dados, a partir da dispersão da luz.

Essa almejada área tornou-se realidade para Helena após ter concluído a Pós-graduação em Laboratório Clínico – Modalidade Hematologia do Einstein. “É uma especialização em patologia clínica e eu sabia que estando nessa Instituição conheceria os melhores profissionais da área, recebendo os mais valiosos conhecimentos”.

De acordo com a Biomédica, no Whitehead Institute há oito equipamentos que ela tem manuseado de modo a fornecer os resultados aos pesquisadores que solicitam testes em amostras entregues por eles. “Eu acredito claramente que o nome do Einstein no meu currículo abriu as portas para essa nova fase que está me trazendo novos desafios”.

Tudo começou no mês de setembro do ano passado, quando ela estava checando o seu LinkedIn e notou uma mensagem em inglês, perguntando se teria interesse em trabalhar com Citometria de Fluxo em Boston. “Era uma funcionária de uma companhia de recrutamento britânica. Eu retornei positivamente e ela reportou a minha resposta ao seu gestor, que ligou para mim, oferecendo a participação no processo seletivo”.

Em dois meses, Helena realizou sete entrevistas no formato online, encabeçadas por responsáveis pela área de Citometria de Fluxo do MIT. As mais decisivas foram com a sua gestora, Kathleen Daniels, o Supervisor daquele Departamento, Patrick Autissier, e o Pesquisador Peter Reddien.

Além disso, ela enviou dois nomes solicitados como referências. Um deles foi o da sua orientadora na Pós-graduação e responsável pelo Departamento de Citometria de Fluxo do Hospital Israelita Albert Einstein, a Médica Hematologista e Patologista Clínica, Dra. Nydia Strachman Bacal.

A origem de seus estudos em Citometria de Fluxo

Nascida em Natal (RN), Helena realizou, entre 2012 e 2016, uma dupla Graduação em Biomedicina, unindo o ensino-aprendizagem recebido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pela University of Kent, na Inglaterra, formando-se com 22 anos de idade. A oportunidade de instrução por um ano em solo inglês deu-se devido à bolsa de estudo, que conquistou pelo extinto Programa Ciência sem Fronteiras.

No Brasil, ela havia estudado a língua inglesa por muito tempo, mas teve o certificado de proficiência pela University of Kent, onde dedicou-se a um curso do idioma por três meses antes de ingressar na Graduação local.

Helena diz que as duas Graduações motivaram a sua inclinação pela Citometria de Fluxo. Quando voltou da Inglaterra, deparou-se com a oportunidade de realizar um estágio nessa área. Com isso, a sua paixão aumentou e, ao finalizar esse aprendizado, passou a pesquisar especializações que pudessem lhe garantir mais conhecimento. “No Einstein tinha exatamente o que eu queria: quase 100% de carga horária prática e vivência nesse setor dentro do Hospital”.

Essa área do conhecimento é restrita em Natal, pois o volume de exames é muito pequeno. Diante dessa realidade, ela veio para São Paulo, realizou a prova, uma entrevista e teve o seu currículo analisado. Em um mês recebeu o resultado de sua aprovação e matriculou-se no curso.

No começo de 2017, com 23 anos, mudou-se para a cidade paulista e iniciou a especialização. Em agosto do mesmo ano, Helena passou no seu primeiro processo seletivo para ingresso no mercado de trabalho, começando no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), como Analista de Laboratório.

Em 2018, com o diploma da Pós-graduação Lato Sensu nas mãos, a Dra. Nydia a convidou para atuar no Centro de Hematologia de São Paulo, onde na época era Presidente. “E foi essa a primeira vez que ingressei como profissional da área, onde trabalhei até ser contratada pelo MIT”.

Divulgação da Citometria de Fluxo

O seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado “Síndrome Mielodisplásica: validação de ficha de score multilinhagem por citometria de fluxo” mereceu uma publicação na Revista Einstein, em 2018. Nesse mesmo ano, essa produção traduzida para Myelodisplastic Syndrome: validation of flow cytometry multilineage score system foi apresentada por Helena no Congresso da Sociedade Internacional de Hematologia Laboratorial (ISLH), na Bélgica.

Desde então, a sua atuação no setor vem crescendo tanto acadêmica quanto profissionalmente. No Congresso da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC/ML), de 2018, ela foi palestrante do curso de Citometria de Fluxo. Em 2019 e 2020, apresentou pôsteres no Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (HEMO) e, atualmente, aguarda a conclusão da etapa final da publicação, na Revista Einstein, do artigo “MicroRNAs e exossomos nas leucemias mieloides agudas: novos promissores biomarcadores?”

Mas o seu amor pelo assunto não para por aqui. Com interesse em compartilhar suas experiências, Helena criou canais em redes sociais para divulgar o tema: no Instagram, no Linkedin, no Youtube (link:) e no Blog HemoFlow.

O objetivo dos canais é explicar a Citometria de Fluxo em uma linguagem compreensível, de modo a ajudar no entendimento da área por alunos em níveis de Graduação e Pós-graduação lato e stricto sensu. “A maioria do conteúdo é em inglês e com abordagem bastante técnica, dificultando a aprendizagem. Conheci pesquisadores que tinham de usar a técnica para suas investigações em Mestrado e Doutorado, mas não sabiam por onde começar”.

Vendo esse cenário, Helena segue com a intenção de contribuir com as pessoas interessadas no tema, de modo que continuem o aprofundamento no assunto. “Receber feedbacks positivos é maravilhoso e animador, pois me sinto bem em saber que posso auxiliar diferentes pessoas. Além disso, preparar os materiais para as plataformas digitais colabora para o meu aprendizado”.

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