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Dia do Farmacêutico: muito além da produção de medicamentos

O Dia do Farmacêutico relembra a importância desse profissional na cadeia de assistência ao paciente

Hoje, 20 de janeiro, comemora-se o Dia do Farmacêutico. A profissão é antiga e nasceu a partir da manipulação de plantas medicinais. Surgiu no século XII, quando foi separada da Medicina e passou a ser responsável por toda a cadeia produtiva do medicamento.

Na época, esse conjunto de etapas englobava pesquisa, produção, orientação a pacientes, venda e monitoramento durante e após o uso do fármaco. Era nas “boticas” que o Farmacêutico preparava e comercializava os medicamentos manipulados.

Quais foram os caminhos que a profissão percorreu?

Essas etapas de manipulação de plantas medicinais permitiram ao Farmacêutico absorver conhecimento técnico-científico sobre os medicamentos e seus efeitos clínicos aos pacientes.

Ao longo dos anos, a profissão foi se desenvolvendo em vários campos, contando hoje com mais de 70 áreas de atuação. Entre elas:

  • Farmácia hospitalar
  • Atenção farmacêutica
  • Veterinária
  • Varejo
  • Homeopática
  • Estética
  • Laboratório
  • Ensino

De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), atualmente são 329.586 profissionais habilitados no Brasil.

“É uma área encantadora, repleta de oportunidades e campos de estudo que responde pelo principal e maior arsenal terapêutico dentro de um hospital, por exemplo. Além disso, é um profissional capaz de fazer interface entre as especialidades e seus profissionais”, diz a Farmacêutica e Gerente de Farmácia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Silvana Maria de Almeida.

O Farmacêutico em constante evolução

Desde o século XVIII o Farmacêutico vem contribuindo com a ampliação de produtos para uso em saúde. Isso inclui a descoberta dos ácidos orgânicos, o isolamento e extração de opioides e o desenvolvimento da penicilina.

Atualmente, é responsável por toda a produção de vacinas e de outros medicamentos, dando continuidade à sua contribuição com a evolução das terapias, além da busca constante pela segurança do paciente.

“O Farmacêutico é encarregado de supervisionar, inspecionar e acompanhar todas as etapas de fabricação, incluindo o cumprimento das boas práticas nesse processo”, ressalta Silvana.

No ambiente hospitalar, o Farmacêutico tem hoje a responsabilidade técnica junto aos órgãos sanitários competentes pela padronização dos medicamentos por meio das Comissões Hospitalares, avaliação de fornecedores e por todo o processo da assistência farmacêutica.

Ele é incumbido de gerir a logística, o fracionamento de medicamentos, a distribuição e a dispensação. Além disso, está ligado diretamente com o monitoramento, a farmacovigilância e tecnovigilância, farmácia clínica com a avaliação das prescrições, acompanhamento farmacoterapêutico, qualidade em saúde e segurança do paciente.

Outros campos de atuação do farmacêutico

O Farmacêutico também atua junto à pesquisa e processo dos mais diversos ramos como:

  • Desenvolvimento e inovação de fármacos, farmacologia, farmacotécnica, fitoterapia;
  • Química farmacêutica e análises clínicas;
  • Análises de qualidade físico-química e microbiológica, logística;
  • Farmacoeconomia e gases medicinais, entre outros.

O conhecimento sobre os componentes químicos, assim como as possíveis reações adversas, forma de metabolização, interações medicamentosas, compatibilidades e contraindicações permite ao profissional realizar uma consistente avaliação técnica crítica.

“Essa capacitação oferece suporte a outros profissionais da equipe para o melhor desfecho clínico e segurança do paciente, colaborando para o controle de eventos adversos”, afirma Silvana.

Entre as principais motivações para cursar uma Graduação em Farmácia e atuar como um Farmacêutico está a inclinação pelo conhecimento envolvendo química e biologia, juntamente com suas subáreas. “É fundamental gostar de pessoas e se interessar pelo cuidado em saúde tanto física quanto mental”, completa.

Crescimento contínuo em Farmácia

Quando adolescente, Silvana fez um curso Técnico na área de exatas, mas decidiu mudar para o setor de saúde. “A grade curricular da Graduação em Farmácia foi a que mais me interessou”, relembra.

Depois dessa formação, ela fez a Pós-graduação em Farmácia Clínica do Ensino Einstein e concluiu o Mestrado e Doutorado na Instituição. O seu objeto de estudo foi infecção do Sítio Cirúrgico como parte de um projeto do Einstein relacionado ao uso seguro de antimicrobianos, a partir de um protocolo de acompanhamento farmacêutico.

Em uma carreira de 30 anos, 24 deles marcam sua trajetória no Hospital Israelita Albert Einstein, onde antes de chegar à Gerência exerceu as funções de Farmacêutica Clínica, Especialista e Coordenadora.

Com o tempo, Silvana foi se especializando em gestão e liderança, conquistando uma carreira dedicada à administração de processos e pessoas ligadas à sua área. Com o intuito de somar mais conhecimento no setor, recentemente Silvana finalizou o Master in Business Administration (MBA) em Gestão em Saúde no Ensino Einstein.

O Técnico em Farmácia e suas atividades

Para realizar suas funções, o Farmacêutico conta com o Técnico em Farmácia, que executa sob a sua supervisão atividades operacionais nas farmácias, manipulando e realizando testes de controle de qualidade em medicamentos e cosméticos. Além disso, o Técnico atua:

  • Na indústria farmacêutica: auxilia nos processos de produção, controle de qualidade e logística.
  • Nas farmácias hospitalares: inserido nos processos de dispensação, distribuição, individualização de doses de medicamentos e controle de estoque;
  • Nos processos administrativos: organiza estoque e cuida da documentação.

Especificamente no hospital, esse profissional contribui para que todas as barreiras de segurança sejam aplicadas. Isso envolve o fracionamento e distribuição dos medicamentos e de outros insumos, garantindo ao paciente receber medicações adequadas, seguindo os padrões de qualidade e segurança.

“Além do setor hospitalar, o Técnico em Farmácia pode atuar em outras áreas do campo farmacêutico, incluindo o varejo, indústrias e laboratórios”, finaliza Silvana.

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