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Economia da Saúde promove incorporação de novas tecnologias

Voltado a oferecer maior e melhor acesso à saúde, o conceito de Economia da Saúde envolve a aplicação de métodos da disciplina de “economia” aos temas mais complexos do setor de saúde. Seu objetivo é proporcionar efetividade na destinação de recursos, inclusive no que se refere à avaliação de investimentos em novas tecnologias.

“Temos um limite nas finanças tanto no sistema público quanto no privado. Portanto, entender sobre a Economia da Saúde é fundamental para a organização da assistência em todos seus níveis de operação”, analisa a Diretora de Economia da Saúde do Einstein, Vanessa Teich.

Áreas de atuação

Os conhecimentos teóricos e práticos desta disciplina evolvem todos os níveis de atenção à saúde, compreendendo:

  • Atenção Primária à Saúde (APS), geralmente o primeiro ponto de contato;
  • Atenção Secundária, que provê cuidados especializados e diagnósticos mais complexos;
  • Atenção Terciária, reservada aos casos mais complexos, que requerem intervenções altamente especializadas.

Analisar essas instâncias em profundidade é uma das grandes preocupações da Economia da Saúde, com a finalidade de oferecer o melhor resultado clínico possível dentro do orçamento disponível e da maneira mais abrangente ao longo de toda a jornada de cuidado.

Economia da saúde e novas tecnologias

Isso significa também englobar as tomadas de decisão específicas, sendo uma delas o uso de novas tecnologias com vistas a melhorar os resultados clínicos alcançados pelos pacientes. “Para isso, existem as metodologias de estudos de custo-efetividade e custo-utilidade, que permitem avaliações econômicas destas novas tecnologias”, explica Vanessa.

Dessa forma, uma determinada nova tecnologia para certa enfermidade passa por um estudo, a fim de apontar os custos e benefícios adicionais da sua incorporação ao sistema de saúde, em comparação ao padrão de tratamento oferecido até então para estes pacientes. “É preciso entender como mudará o custo médio por paciente associado ao seu melhor resultado clínico”.

De acordo com a Diretora, os sistemas de saúde público e privado no Brasil recebem pedidos de incorporação de tecnologias para todas as doenças continuamente. Dessa forma, é essencial que os gestores saibam priorizar sua incorporação, a partir de respostas para certas perguntas:

  • Como os pacientes com esta condição clínica são atualmente cuidados?
  • Qual benefício a nova tecnologia oferece aos pacientes?
  • Qual o nível de incerteza deste benefício esperado?
  • Qual investimento adicional deve ser feito para disponibilizar a nova tecnologia aos pacientes?
  • Como incorporar a tecnologia na prática assistencial para melhorar o cuidado aos pacientes?
  • Quantos pacientes seriam elegíveis a utilizar a nova tecnologia?

Normalmente, o setor hospitalar desempenha um importante papel na análise de implantação de certas tecnologias. “Muitas delas começam a ser usadas nesse ambiente. Então, uma parte do processo de avaliação está intrinsecamente ligada aos hospitais”, diz Vanessa.

Capacitação na área da saúde

Diante deste cenário, é relevante ter conhecimentos profundos sobre a estrutura e o funcionamento dos sistemas de saúde público e privado. “Saber como essas esferas se relacionam garante um planejamento com mais possibilidade de sucesso”.

A seguir, deve ser realizado um estudo criterioso que demonstre criticamente os benefícios das tecnologias propostas em relação às existentes, caso outras já estejam em uso.

As políticas públicas também devem ser consideradas, além dos stakeholders de todo o ecossistema de saúde. “Sem esses estudos e envolvimento de todos os atores de cada processo, uma tecnologia dificilmente é incorporada no Brasil”, adianta a Diretora.

Não existe uma fórmula que aponte os melhores caminhos. A decisão pelas melhores tecnologias passa pela capacitação de pessoas interessadas em aprofundar seus conhecimentos, com vistas a atuar estrategicamente no setor de saúde. “O objetivo final é alcançar a melhor saúde possível para a população frente ao orçamento disponível”, finaliza Vanessa.

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