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Simpósio debate Atenção Domiciliar e sua importância nos sistemas de saúde

A importância da Atenção Domiciliar nos sistemas de saúde é destaque no 17º Simpósio Brasileiro de Atenção Domiciliar Hospital Israelita Albert Einstein

A Atenção Domiciliar, modalidade que oferece cuidados de saúde no ambiente doméstico, tem passado por mudanças significativas nos últimos anos. “Com escopo ampliado, temos o cuidado humanizado e a incorporação das inovações tecnológicas”, diz a Médica e Consultora do Simpósio Brasileiro de Atenção Domiciliar Hospital Israelita Albert Einstein, Dra. Christina Ribeiro.

Entre os objetivos, lembra a Médica, estão: promover a autonomia dos pacientes e otimizar recursos dos sistemas de saúde. “Ao proporcionar modelos personalizados nos cuidados, a Atenção Domiciliar evita internações desnecessárias, reduzindo a sobrecarga hospitalar”.

Peça-chave para a eficiência no tratamento, essa modalidade de cuidado destaca-se no cenário atual com o envelhecimento populacional e a prevalência de doenças crônicas. Assim, a adaptação da estrutura hospitalar para o domicílio avançou nas últimas três décadas.

“O primeiro movimento nesse sentido foi a miniaturização de equipamentos, agora portáteis e adaptados ao domicílio do paciente e seus familiares”, reflete a Dra. Christina, lembrando o início, na década de 1990, das primeiras empresas de Home Care.

Desospitalização com segurança

Os hospitais, antes da evolução proporcionada pela Atenção Domiciliar, ficavam lotados de pacientes de longa permanência, que não iam para o domicílio por falta de estrutura adequada. “Havia a necessidade da desospitalização, mas com total segurança”, alerta a Médica.

A desospitalização é o processo que permite a um paciente sair do hospital de forma segura e continuar a receber cuidados em casa. Desse modo, é preciso adotar uma estratégia de cuidado que promova o atendimento humanizado, respeitando as necessidades e escolhas, tanto do próprio paciente como de sua família.

E quais os pontos relevantes da desospitalização?

– Tirar o paciente do local onde ele já não precisa de toda a tecnologia instalada e levá-lo para um ambiente que favoreça ainda mais sua recuperação.

– Proporcionar o cuidado humanizado, com responsabilidade.

– Otimizar gastos, com a racionalização no uso de recursos.

Avanços e monitoramento a distância

Atualmente, lembra a Médica, além de portáteis, os aparelhos usados no cuidado domiciliar permitem o monitoramento a distância. O profissional que trabalha na Atenção Domiciliar tem contado com as inovações tecnológicas de maneira dinâmica.

“É aí que o cuidado humano e a tecnologia se entrelaçam, representando um avanço para o paciente e sua família, ao incorporar as práticas assistenciais no atendimento”, relata, lembrando que voltar para casa é um grande fator motivacional para todos.

Equipamentos instalados em domicílios são monitorados a distância por técnicos especializados. É possível, complementa a Dra. Christina, acompanhar a realização de um procedimento com a supervisão profissional online.

“Tanto antes de assumir o paciente quanto durante o atendimento, é possível o monitoramento via dispositivos como tablets, para esclarecimentos, orientações e compartilhamento de informações”, comenta.

Capacitação da equipe e treinamento adequado

Com o foco na segurança, a capacitação profissional é voltada ao quadro específico do paciente. Ela leva à adaptação e implantação da estrutura para proporcionar o treinamento adequado.

Os sistemas de gestão na Atenção Domiciliar já contam com a prescrição informatizada e conexão de todas as informações, envolvendo a equipe multiprofissional que atua junto ao paciente.

Casos mais comuns na Atenção Domiciliar

Com atendimento que abrange todas as faixas etárias, de crianças a idosos, a Atenção Domiciliar compreende principalmente pacientes com doenças crônicas e neurológicas, além de casos oncológicos, pós-cirurgia ou pós-trauma.

“Quando o paciente ainda está no hospital e a família é comunicada que ele poderá ir para casa, há inicialmente um certo receio em relação aos cuidados fora do hospital. O maior objetivo, nesse momento, é preparar a família”, explica a Médica.

A equipe multiprofissional está presente em diversos quadros, até que o paciente fique independente e, com alta da Atenção Domiciliar, possa continuar com o tratamento em ambulatório.

Na área de geriatria, reforça a Dra. Christina, espera-se que o idoso fique o menor tempo possível dentro de uma estrutura hospitalar complexa e possa conviver com a sua família e sua história, na estrutura domiciliar.

Simpósio Brasileiro de Atenção Domiciliar Hospital Israelita Albert Einstein

Na sua 17ª edição e com o tema “O Domicílio como epicentro emergente do sistema de saúde: inovações tecnológicas, políticas de saúde e práticas assistenciais”, o Simpósio Brasileiro de Atenção Domiciliar Hospital Israelita Albert Einstein ocorre nos dias 21 e 22 de novembro, no auditório Moise Safra, na Unidade Morumbi.

Com intensos debates sobre questões atuais no panorama dos serviços de saúde, o evento está focado nos impactos da inovação tecnológica e na customização dos cuidados no ambiente domiciliar.

A ideia é avaliar como se dá a conexão e a responsabilidade dos serviços para a melhor experiência do paciente.

“Além de inovações tecnológicas e modelos personalizados de atenção, serão apresentadas atualizações sobre o mercado e perspectivas de crescimento na área, com produção científica, negócios e networking”, conclui a Dra. Christina.

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