Carreiras

Da colação online ao cargo de Enfermeira contratada pelo Einstein

​Priscila Amaral, ex-aluna da Graduação do Einstein, conta a sua experiência na Instituição: como estudante, estagiária do Hospital e, mais recentemente, Enfermeira da UTI.

Sonhar com uma profissão faz parte da infância e há quem fortaleça esse sonho até a fase adulta. Outras pessoas partem para testes vocacionais, começam cursos superiores e desistem antes de concluir a formação. Priscila Amaral Mariano tem 22 anos e desde criança já sabia que a área da saúde seria o ambiente que lhe traria felicidade.

Seus pais, familiares e amigos sempre perceberam a sua inclinação natural para a área da saúde. E foi a partir de uma situação inesperada que exigiu dela um cuidado dirigido a dona Vicentina, sua tia-avó já falecida, que ela recebeu diversos feedbacks e teve acesso a variadas informações que a impulsionaram a enveredar para a Graduação em Enfermagem.

Dona Vicentina era muito próxima da querida sobrinha-neta. Morava no mesmo quintal da família de Priscila, que cresceu em sua companhia. Aos 72 anos, a idosa caiu e fraturou o fêmur. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado e levou sua tia-avó ao hospital. “Eu fui com ela na ambulância e desde então, aos 15 anos, assumi os seus cuidados, pois foram diversas internações com tempo prolongado, envolvendo diferentes diagnósticos”.

A fratura demandou uma grande cirurgia e muita atenção. Depois disso, ela não conseguia andar sozinha. Com o tempo, veio mais uma queda e insuficiência hepática, entre outras ocorrências. Priscila sempre estava ao seu lado enquanto observava Médicos, Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem com o objetivo de oferecer a dona Vicentina o melhor que podia.

Como parte da rotina, a menina passou a ser observada por esses profissionais. “Eles costumavam dizer que eu tinha um dom nato para o cuidado. Uma Enfermeira me perguntou se eu já havia pensando em cursar Enfermagem. Fiquei refletindo muito a respeito”.

Inclusive muitas pessoas haviam sugerido para Priscila a área da Enfermagem como caminho profissional. “Elas diziam que eu tinha habilidade e conseguia lidar com situações as quais alguns adultos não eram capazes. Eu fazia o manejo da minha tia e acabei aprendendo os procedimentos sozinha, até mesmo fazer curativos”. A essa altura, quando a dona Vicentina recebia alta, Priscila dava continuidade a todo o tratamento em casa.

Com tantas indicações para cursar Enfermagem, a então estudante do Ensino Médio passou a pesquisar assuntos da área, conversar com profissionais e ler sobre cursos e universidades. Aos poucos foi se identificando e com 18 anos optou pelo Ensino Einstein. “Estava nas melhores colocações entre os particulares, com cinco estrelas pelo Ministério da Educação (MEC) e o hospital de excelência ligado à Graduação em Enfermagem, chamou muito a minha atenção. Acabei prestando vestibular e fui aprovada em 2017″.

No Ensino Einstein

“Desde o primeiro semestre eu senti despertar no meu coração essa certeza pela Enfermagem. Foi quando fizemos um curto estágio muito interessante, tendo contato com a rotina de um hospital. Eu percebi que estava no curso e no local certos”.

Para realizar esse sonho, Priscila contou com o apoio financeiro dos pais Katia e Gerson, com quem vive até hoje, e com o programa de monitoria da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). “Já no primeiro semestre comecei a monitorar na área de casos graves, obtendo 60% de desconto na mensalidade. Eu auxiliava uma Enfermeira especialista em infecção urinária. Ajudava a montar e organizar suas aulas, dava apoio nas auditorias e elaborava planilhas e trabalhos científicos”. Priscila teve oportunidade também de realizar iniciação científica, em um projeto sobre o uso do ultrassom pelo enfermeiro em pediatria, que o agraciada com bolsa de iniciação científica.

Isso foi até o penúltimo ano, quando abriram as vagas para a realização do estágio extracurricular, no início de 2020. Priscila participou do processo seletivo que não tem área definida, mas já sabia que queria prestar seus serviços na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Fui selecionada para entrar na UTI. Fiquei muito feliz”.

Ela começou como estagiária em janeiro e, em fevereiro, o Einstein foi protagonista do primeiro caso de COVID-19 no Brasil, em fevereiro de 2020. “Foi na UTI onde eu trabalhava. Em março já nos víamos em um cenário completamente diferente com número de casos imensamente maior a cada dia. Essa Unidade foi a primeira a se transformar em “covidário” e eu já atuava na linha de frente contra a pandemia que o mundo inteiro estava vivendo”.

Priscila conta que no começo foi bastante assustador. Mas a cada dia que passava as medidas protetivas eram mais aprimoradas. “E o mais importante: um protegia o outro. Sabíamos que não adiantava somente um ou outro se cuidar, o trabalho tinha de ser coletivo. Foi um momento em que não imaginávamos como seria o próximo dia”.

Esse cenário de incerteza não esmoreceu a jovem. “Por várias vezes eu senti receio de não dar conta, de não estar capacitada. Mas quando presenciava a alta ou qualquer melhora dos nossos pacientes… era uma felicidade. Não me via em outra profissão”.

Mas o conflito aumentava à beira-leito, onde os pacientes sentiam muita falta de seus familiares. “Eu percebi que nós éramos a família deles. Muitas vezes, eu estava exausta, chateada com toda a situação da pandemia, mas os pacientes alegravam o meu dia com sorrisos anunciando melhoras e o sentimento de gratidão por todo o nosso esforço e cuidado. “Percebia como eu fazia diferença na vida deles e tudo voltava a valer a pena e a ser bom”.

Entrando 2021 com o pé direito

O ano de 2020 foi da Enfermagem, um momento em que a área teve globalmente a valorização merecida de seus profissionais atuando na linha de frente, e a Priscila concluiu a jornada acadêmica com a sua formatura em dezembro do mesmo ano. “Em 2021, depois de formada, eu tive a honra de continuar trabalhando na UTI e sendo efetivada como Enfermeira Pleno. O meu estágio foi considerado como experiência para Enfermeira Junior naquele momento”.

Em um ano que pareceu ter acontecido em mais tempo, a agora Enfermeira Priscila pode contabilizar a sua evolução como profissional e ser humano. “Temos de nos valorizar, pois é uma área de extrema importância. A Enfermagem continua sendo colocada 100% à prova e estamos vencendo. Eu desejo que isso possa prevalecer como verdade todos os dias”.

Para ela, a Enfermagem é uma das profissões mais lindas. “Não porque foi a minha escolha e será a de muitos outros, mas porque solicita uma dedicação e consciência enormes”. Para lidar com a saúde de pessoas, é preciso estarmos aptos. “As nossas decisões devem ser as mais corretas pois vão afetar a vida do paciente e de toda a família que o aguarda em casa”.

Todo o sucesso que ela experimenta hoje é atribuído ao seu esforço e aos quatro anos de Graduação pelo Ensino Einstein. “Tivemos Professores de excelência, uma rede muito boa que nos ajudava e explicava tudo muito bem. Sempre associávamos a teoria à prática. Isso é muito bom para o aprendizado”.

Além da formação acadêmica, a Enfermeira traz na memória momentos inesquecíveis. “Confirmei a Enfermagem como a minha verdadeira vocação, aprendi muito e fiz muitas amizades com alunos e Professores. Foram os quatro melhores anos da minha vida”.

Segundo ela, a Graduação possibilitou conhecer pessoas valiosas, as quais continua encontrando pelos corredores do Hospital. “Assim como eu fui inspirada por profissionais incríveis, quero um dia poder inspirar quem estará começando a nunca desistir”.

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