Você sabe o que é metodologia ativa?
O Team Based Learning (TBL) é uma metodologia ativa e colaborativa planejada pelo docente para otimizar o envolvimento e o aprendizado dos alunos
A educação ao longo dos anos tem se deparado com vários desafios em seus diferentes níveis de formação. Entre os caminhos mais indicados para enfrentar as dificuldades está o investimento na gestão do ensino, de forma que os docentes estejam alinhados com o objetivo de promover o melhor ambiente de aprendizagem para os alunos.
Diversas têm sido as estratégias adotadas pelos profissionais ligados à educação com o propósito de atingir os resultados esperados. A educação baseada em competência, por exemplo, é uma proposta de trabalho que pode ser aplicada tanto para Graduações quanto Ensino Médio. Por meio dela, cada estabelecimento educacional deve estruturar um currículo que inclua o desenvolvimento de competências.
Além disso, o uso de metodologias ativas e colaborativas oferece ao aluno o papel de protagonista de sua formação. “Quando o aluno usa o que sabe para discutir questões ou resolver problemas reais que enfrentará na vida profissional, ele transforma esse conhecimento e edifica sua base cognitiva para aplicar a aprendizagem de maneira substancial”, explica a Médica e Coordenadora Acadêmica da Graduação em Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, Dra. Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires.
Para ela, a prática da educação consiste em compartilhar experiência, de modo a contribuir com mais qualidade no desenvolvimento do aluno em todas as esferas de seu aprendizado. E as metodologias ativas incentivam os estudantes a aprenderem de forma participativa, por meio de situações reais, o que naturalmente gera maior estímulo no processo de absorção de conhecimento.
O que é o Team Based Learning?
O Team Based Learning (TBL) é uma metodologia ativa e colaborativa constituída por etapas planejadas pelo docente para serem desenvolvidas em pequenos grupos, em sala de aula.
Inicialmente ela foi proposta para cursos de administração, nos anos 1970, pelo professor emérito americano Larry Michaelsen. Em 2001, o governo dos Estados Unidos decidiu financiar educadores das ciências da saúde para que incorporassem novas estratégias na área da educação. Foi quando o TBL foi escolhido para ser implantado, especialmente nas escolas médicas.
O professor, como facilitador do processo de aprendizagem, elabora casos e promove a discussão em pequenos grupos e posteriormente ele facilita o debate entre esses grupos. “Com essa metodologia, os alunos devem explicar seu raciocínio, suas escolhas e com isso aprendem mais!”
Como é aplicado o TBL?
Conforme a Dra. Elda, desde o primeiro semestre das Graduações da FICSAE, os alunos são divididos em grupos de 6 a 7 alunos, com os quais devem trabalhar em todas as disciplinas. A cada semestre os alunos são redivididos em novos grupos. Veja como as Graduações no Einstein organizam uma atividade utilizando o TBL:
- Primeiramente o aluno recebe um material para estudar antes da aula. Pode ser um capítulo de livro, texto ou vídeo elaborado pelo professor. Com isso, aprende os conceitos que serão discutidos em sala.
Na classe, nos primeiros 30 minutos, o professor checará se todos entenderam os conceitos básicos. Isso é feito por meio de um teste individual com mais ou menos 10 questões de múltipla escolha. Então, os alunos fazem o mesmo teste em grupo, para que um solucione a dúvida do outro. O professor consegue saber o que os alunos acertaram e erraram no teste individual e em conjunto. E assim ele explica certos conceitos que podem não ter ficado claros.
- Na fase seguinte, de acordo com a Coordenadora, acontece a discussão de casos e problemas. É a aplicação dos conceitos, atividade que tem a duração de uma hora e meia. É aí que o docente demonstra situações clínicas reais. Os alunos discutem em pequenos grupos qual opção acham melhor e todos mostram suas escolhas ao mesmo tempo. O professor promove um debate entre os grupos, que justificam suas escolhas.
Na FICSAE, periodicamente os alunos realizam uma autoavaliação de como estão se preparando para a aula, contribuindo para a discussão em grupo e sobre sua comunicação e profissionalismo. Eles também avaliam os colegas do grupo e dão feedback anônimo para eles.
Um docente específico daquele semestre do curso recebe essas informações e dá um feedback escrito para cada aluno. Além disso, ao menos uma vez por semestre o docente dá feedback verbal individual para cada aluno sobre seu desenvolvimento acadêmico.
No TBL, o aluno aprende ainda mais porque se torna participativo, expõe seus argumentos assim como ouve os de seus colegas. Além de estudar a teoria e a prática, desenvolve habilidades de comunicação, trabalho em equipe, tolerância, flexibilidade e desenvolve as habilidades de dar e receber feedback. “Quando escutamos, só retemos 20% do conteúdo e, quando produzimos informações, absorvemos até 70%”, finaliza a Coordenadora
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