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Dia do Médico: 6 dicas preciosas aos futuros profissionais

​Aproveite o Dia do Médico para refletir sobre aspectos dessa profissão que tem a empatia como principal fio condutor.

Hoje, 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico. Com a intenção de prestar o merecido reconhecimento a esse profissional tão destacado para as sociedades do mundo inteiro, o Blog Fique por Dentro ouviu as histórias e dicas da Dra. Renata Rodrigues Cocco e do Dr. Luís Fernando Aranha Camargo, envolvendo a profissão. Ela é pediatra, alergista/imunologista e tem 48 anos. Já ele, aos 58 anos, atua como infectologista, dedicando-se desde sua residência à infecção em pacientes transplantados.

Os dois são bastante experientes e atuam tanto na assistência do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) quanto na área de Ensino da Instituição. Juntos, compartilham situações da vida e da profissão que podem ajudar ou promover uma reflexão positiva sobre a carreira destinadas aos futuros médicos.

Ambos começaram na infância a dar os primeiros sinais de simpatia pela profissão. “O desejo de ser médica parece ter nascido comigo. Aos quatro anos e meio eu já dizia que seria ‘médica de crianças’, conforme relato da família da Dra. Renata, que até então não tinha nenhum Médico que pudesse influenciá-la.

Enquanto isso, o Dr. Luís Fernando já convivia com as funções de seu pai, Dr. Erney Camargo, Médico e Pesquisador em Parasitologia, como Professor Titular inicialmente na Escola Paulista de Medicina e depois na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), cargo que retomou nos anos 80 após ser exilado e cassado na época da Ditadura Militar.

Em casa, o Dr. Luís respirava o mundo acadêmico, já que a sua mãe, Dona Marisis Aranha Camargo, foi professora titular de Literatura Americana na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tornando-se uma inspiração para o filho seguir a atividade de ensino.

Com a alfabetização, a Dra. Renata começou a concretizar esse desejo mais íntimo. “Eu devorava por horas conteúdos sobre saúde. Não houve outros planos profissionais desde então que superassem a Medicina, tampouco a Pediatria”. E o apoio irrestrito de seus pais permitiu tornar seu sonho uma realidade. Eis a primeira dica: estude muito e desde sempre!

Cultivar sentimentos como a compaixão e a empatia é, sem dúvida, lembrado como mais uma importante dica para alguém que pretende ser Médico. O Dr. Luís Fernando acredita que a personalidade conta muito para a escolha dessa profissão. “Tem de gostar do contato com o próximo e do desejo de ajudar o ser humano, primordialmente”.

Ele concluiu a sua formação na Escola Paulista de Medicina, em 1986, onde depois fez residência em Infectologia. “Gosto de relembrar as minhas experiências nessa época, que foram muito boas”. Principalmente porque, quando estudante, foi muito participativo tanto realizando monitorias quanto sendo integrante do Centro Acadêmico. “Eu gostava demais da Escola e continuo gostando, pois, além de ser docente do Ensino Einstein, ministro aulas na Pós-graduação de lá também”.

Dra. Renata concorda: ter atitudes proativas é de grande valor. “Desde sempre estive envolvida em projetos, trabalhos voluntários, preceptoria e iniciação científica”. A sua Graduação foi concluída, em 1996, e a residência em Pediatria, em 1998, ambas pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba. “Quase 30 anos depois, guardo felizes memórias daquela época. A vida acadêmica reiterou ainda mais minha inclinação à Pediatria”.

Quando ela voltou para São Paulo, iniciou a Residência em Alergia e Imunologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). “Entre as doenças alérgicas, a Alergia Alimentar era minha ‘cereja do bolo’, ainda iminente no Brasil”. Segundo a especialista, o serviço de maior referência mundial no assunto era o Mount Sinai Medical School, em Nova Iorque, EUA, onde passou estudando de agosto de 2001 a meados de 2003.

Lá, a bagagem adquirida foi intensa, tanto pela supremacia tecnológica como pelos estreitos laços profissionais e de amizade que mantém até os dias de hoje. “Desenvolvi minha tese de Mestrado, que consistia na avaliação de epítopos do leite de vaca para posteriores fins de imunoterapia”. Também foi fellow e após alguns meses foi contratada, recebendo mais tarde o convite para permanecer na cidade.

Porém, o coração bateu mais forte pelo Brasil e, no retorno a São Paulo, iniciou suas funções na Clínica de Especialidades Pediátricas do HIAE, mantendo um consultório particular até o momento. “Em 2012 defendi meu doutorado pela UNIFESP, após um período na Suécia desenvolvendo tecnologias de microarray (técnica que permite investigar simultaneamente milhares de sequências genômicas) aplicadas às doenças alérgicas”.

Estudar e sempre se aprimorar como faz a Dr. Renata, inclusive, é outra recomendação do Dr. Luís Fernando aos jovens médicos. Ele também acumula vários cursos, além do Mestrado e Doutorado, tendo como objetos de estudos temas relacionados à infectologia. “É preciso estar sempre atualizado sobretudo em sua área de atuação”. Com isso, ele divide o seu tempo entre a assistência, atendendo pacientes pela manhã no HIAE e sendo docente no período da tarde, junto a alunos da Graduação em Medicina do Ensino Einstein.

A sala de aula sempre fez parte de suas atividades. “Eu comecei a lecionar em cursos, simpósios e congressos quando ainda fazia residência. Com o tempo formalizei essa atividade sem deixar a assistência. Hoje acredito que agrega muito aos alunos manter o atendimento ao paciente, passando para eles as experiências de diagnósticos vividos na prática”, afirma o Infectologista.

A Dra. Renata também acumula experiências anteriores como professora, iniciando suas atividades como docente no Ensino Einstein em junho de 2018, “o que definitivamente me trouxe uma realização profissional inenarrável”. Juntos eles elencaram as dicas (abaixo) para quem acha que compartilhar conhecimentos é uma importante forma de amadurecimento pessoal e profissional.

Confira 6 dicas importantes para os jovens médicos

  1. Estude muito e desde sempre, alimentando seu gosto pela medicina, mantendo-se atualizado em sua especialidade e inteirando-se sobre os detalhes da literatura médica.
  2. Cultive sentimentos como compaixão e empatia no contato com o próximo, nutrindo seu desejo de ajudar as pessoas. Olhe a alma do paciente, pois sua preocupação genuína não é aprendida nos livros. Antes de médico ou docente, você é um ser humano cuidando de seres humanos.
  3. Defina aonde quer chegar, de forma a aprender mais e mais, embora muitas vezes seja difícil e estressante. Não desista de seus planos e sonhos.
  4. Busque o prazer em trabalhar com a sua equipe e procure sempre fazer amigos.
  5. Encare o ganho financeiro sempre depois do ganho humano e profissional.
  6. Perceba a grande diferença entre formar-se em medicina e ser Médico. Entenda que somos do tamanho dos nossos sonhos. Não será fácil, mas acredite: valerá muito a pena!

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