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Telessimulação vence a barreira da distância com a metodologia ativa

​Centro de Simulação Realística Albert Einstein ressignifica a maneira de aprendizagem prática em fase de isolamento social.

A reinvenção de serviços, os novos comportamentos, as mudanças no estilo de vida e nas relações interpessoais estão sendo algumas das marcas que a atual pandemia anuncia deixar como legado à humanidade. No Brasil, esses fatores têm se transformado desde março, quando o novo coronavírus ganhou força no país.

Com ele, diversas restrições foram impostas tendo a finalidade de proteger as pessoas contra a contaminação. Duas delas dizem respeito ao deslocamento e à aglomeração de pessoas, atingindo todos os espaços de convívio social, inclusive o da Educação.

Por conta disso, em março, todos os alunos do Ensino Einstein passaram a ter aulas teóricas a distância, por meio da transmissão digital ao vivo, nos mesmos dias e horários habituais de cada disciplina.

A partir daí começou o investimento para viabilizar as aulas práticas a distância. Dessa forma, os alunos do Ensino Einstein das Graduações em Medicina e Enfermagem, da Escola Técnica e dos cursos de Pós-graduação e de Atualização passaram a receber ensinamentos baseados na metodologia ativa, por meio da Telessimulação (simulação de cenários clínicos a distância).

Antes da pandemia, 100% dos treinamentos práticos eram realizados no modelo presencial. Com ela foi necessária uma reformulação para atender os estudantes nessa fase de isolamento. A solução foi passar todo esse conhecimento de modo virtual, com as aulas organizadas conforme a grade de suas disciplinas.

E como promover a adesão e o engajamento dos alunos nesse novo formato?  Profissionais do Centro de Simulação Realística Albert Einstein criaram um planejamento, uma bateria de testes e o resultado foi a continuidade das aulas de uma forma inovadora e com a mesma qualidade do modelo presencial.

Trata-se de uma adaptação da metodologia ativa para o formato a distância, possibilitando também a discussão sincrônica com especialistas e o uso de recursos que permitem o envolvimento, a participação efetiva e o compartilhamento de experiências e conhecimentos entre todos os inseridos nesse contexto.

Essa ressignificação possibilitou que a Telessimulação atuasse com uma estratégia voltada a aguçar o pensamento crítico, a tomada de decisão e a comunicação, uma vez que propicia a interação e fomenta a frequência dos estudos, por meio de videoconferência.

“Chegamos à Telessimulação com o espírito que temos no Centro de Simulação Realística (CSR), levando o mesmo modelo do treinamento presencial para o virtual”, explica o Médico do CSR, Dr. Thomaz Bittencourt Couto, também docente da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

Conforme ele, as classes no formato online são dispostas de acordo com o padrão presencial, ou seja, grupos com menos de 15 alunos são alocados em diferentes salas virtuais. Assim, em cada um desses espaços, os estudantes visualizam os pacientes atores e o instrutor que demonstra na prática os procedimentos clínicos e as reações da pessoa assistida.

Essas aulas, conforme o professor, têm promovido a troca de ideias de forma bastante colaborativa. “O feedback deles está sendo muito positivo. Todos discutem as formas de atendimento ao paciente e verificam as lições aprendidas, nos mesmos moldes que fazíamos antes e isso é muito gratificante”.

A Coordenadora do Centro de Simulação Realística, Joyce Barreto, ressalta o fato de a metodologia criada para o treinamento prático a distância ser mais um importante ganho. “Creio que estamos caminhando para consolidar a telemedicina e a Telessimulação abre mais um espaço ao treinamento eficaz, colaborando com mudanças significativas na área da saúde”.

Conforme o Dr. Thomaz Bittencourt, o novo formato propicia uma capilaridade muito maior do que antes. “Ao ponto de estarmos treinando duas equipes de alunos da Graduação em Medicina diretamente nos Hospitais M’Boi Mirim e Vila Santa Catarina, onde fazem atividades supervisionadas no serviço público de forma colaborativa, vencendo a barreira de 15 quilômetros de distância entre uma instituição e outra”.

Segundo Joyce Barreto, todos os tópicos das disciplinas estão sendo abordados. Os que possuem ligação a procedimentos mecânicos, motores e habilidades manuais mais complexos serão aprofundados presencialmente, tão logo for possível.

Para os dois profissionais, com o ganho em escala da Telessimulação é possível continuar treinando a distância todos os alunos do Ensino Einstein, bem como levar as boas práticas em saúde para mais pessoas da área. “Facilmente poderá ser um produto para atender estudantes e profissionais de outras instituições também”, finaliza a Coordenadora.

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