Carreiras

15 especialidades para o Fisioterapeuta: a atuação além da pandemia

Entre outras áreas, a Fisioterapia abarca a equipe multiprofissional, consultoria de práticas de qualidade e segurança, pesquisa científica, pediatria, UTI neonatal e gerontologia

Você já deve ter lido algumas vezes que a pandemia do novo coronavírus destacou, entre outras coisas, a atuação do Fisioterapeuta no atendimento e na recuperação de pacientes com COVID-19. Por aqui, já falamos também sobre a participação desses profissionais dentro e fora do ambiente hospitalar.

Mas o papel dos Fisioterapeutas vai muito além desse cenário. Conforme a Coordenadora de Fisioterapia do Departamento Materno-Infantil e da Clínica de Especialidades Pediátricas do Einstein. Dra. Cristiane do Prado, o Fisioterapeuta tem ampla frente de trabalho, podendo atuar em várias áreas hospitalares e estabelecimentos. “Após concluir a Graduação, ele pode optar por cursos de especialização ou fazer residência. Esses dois caminhos o direcionam tanto para a especialidade quanto ao local onde ele gostaria de exercer suas funções”.

Se analisarmos por especialidades, são 15 reconhecidas atualmente pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO): Acupuntura, Aquática, Cardiovascular, Dermatofuncional, Esportiva, Gerontologia, do Trabalho, Neurofuncional, Oncologia, Respiratória, Traumato-Ortopédica, Osteopatia, Quiropraxia, Saúde da Mulher e Terapia Intensiva (pediátrica e adultos).

Esse cenário permite à carreira do Fisioterapeuta progredir em diferentes direções, sempre com foco em proporcionar desenvolvimento, manutenção e recuperação da mobilidade e da capacidade cinética funcional, melhorando a qualidade de vida do paciente.

Como todas as profissões na área da saúde, sempre é possível seguir em frente. Após a residência ou curso de especialização lato sensu, o Fisioterapeuta pode ingressar em programas de mestrado – profissional ou acadêmico – e de doutorado. “E mesmo depois dessas formações ele pode continuar aperfeiçoando-se, pois a busca pelo conhecimento não tem fim”, ressalta a Dra. Cristiane.

Para ela, a melhor forma de desenvolver essa carreira é, desde o seu início, por meio da participação no desenvolvimento de pesquisas. As informações necessárias sobre a produção de estudos científicos, além da prática baseada em evidências, devem ser estimuladas já nas disciplinas da Graduação. “Esse interesse pela ciência eleva o profissional para outro patamar”, diz a Dra. Cristiane, que no Einstein também atua como docente do Mestrado Profissional em Ensino em Saúde e do Mestrado Profissional em Enfermagem, além de Coordenadora da Pós-graduação em Fisioterapia Neonatal e Pediátrica.

Ela costuma dizer que, para um bom preparo, o futuro Fisioterapeuta precisa ter já na Graduação uma fundamentação técnica e científica sólida, mediada por uma articulação entre ensino, pesquisa e prática assistencial.

Dessa forma será possível formar profissionais capazes de disseminar o conhecimento, serem líderes com habilidades para a tomada de decisão clínica e com competência para desenvolver um trabalho em equipe, em diferentes níveis de complexidade e atenção. “Na minha opinião, eles devem ser agentes transformadores pautados por valores e ética, atuando para garantir a integridade da assistência”.

A Fisioterapia no Einstein

Conforme a Dra. Cristiane explica, no Einstein o Fisioterapeuta tem um plano de carreira consistente, focado em atender o paciente com muita segurança e qualidade. Ao receber a sua primeira promoção ele continua atuando na assistência como Fisioterapeuta Referência, podendo evoluir para cargos de liderança como Coordenador de Fisioterapia ou Coordenador Assistencial de Equipe Multiprofissional.

Fora da assistência, ele também pode ser um Consultor de Práticas de Qualidade e Segurança ou um Consultor de Projetos, além de Tutor de Residência Multiprofissional e Pesquisador. Em qualquer carreira que o Fisioterapeuta decida seguir, é fundamental que tenha a visão global do paciente e flexibilidade para auxiliar a equipe em diversas frentes.

Recentemente o Einstein criou dois cargos novos: o de Especialista em Fisioterapia Respiratória e o de Especialista em Fisioterapia Motora. Os dois trabalharão em conjunto com os Coordenadores da área, envolvendo desde a gestante e seu bebê, passando pela mãe, recém-nascido, a criança, o adolescente e o adulto com casos de baixa, média e alta complexidades. “O objetivo é aprimorar as melhores práticas assistenciais”, revela a Dra. Cristiane, que juntamente com a Fisioterapeuta especialista, Luciana Assis Vale, escreveu o livro ‘Fisioterapia neonatal e pediátrica’.

A atuação do Fisioterapeuta do futuro

Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o trabalho dos Fisioterapeutas nos hospitais sofreu uma grande mudança em vários níveis. No organizacional, a crise sanitária demandou uma realocação dos profissionais de acordo com as situações de emergência e treinamentos específicos para desempenharem papéis importantes nos setores com pacientes em estado crítico, como nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Durante a pandemia, os fisioterapeutas foram mais envolvidos no processo de tomada de decisão e em situações que exigiam habilidades de comunicação e trabalho em equipe.  Planejamento, organização, foco em segurança e visão sistêmica foram fundamentais perante a imprevisibilidade e complexidade das circunstâncias. Essas são competências necessárias para o profissional se destacar na carreira e devem ser desenvolvidas durante a graduação.

A atuação na linha de frente resultou em mais visibilidade do profissional e aperfeiçoamento do plano de carreira. O tratamento de pacientes internados com COVID-19 apontou para a sua importância em três diferentes momentos. Na fase aguda, com o suporte respiratório e de oxigênio; no estado de intubação, demonstrando papel importante na discussão e manejo da ventilação mecânica, além da preocupação com as funções musculares e articulares, por meio de posicionamentos específicos e outras técnicas de mobilização precoce do paciente; e na extubação, em que um dos principais critérios é o restabelecimento de parâmetros ventilatórios adequados, quando o paciente já está em respiração espontânea, conforme explica o Fisioterapeuta Referência da Unidade Coronariana do Einstein, Eduardo Colucci.

Além disso, o Fisioterapeuta agora é ‘peça’ importante para fornecer informações que ajudem na tomada de decisões. Dentro da UTI, por exemplo, ele aplica técnicas respiratória, de mobilização, recuperação neuromuscular e controle da dor. “Elas auxiliaram na redução do tempo de internação e, principalmente, na diminuição das complicações devido à imobilidade prolongada nos pacientes com COVID-19, agravada pelas comorbidades”.

A mobilização precoce em pacientes críticos é uma técnica para evitar o descondicionamento físico, a atrofia e a fraqueza muscular esquelética, entre outros fatores. Também é de responsabilidade do Fisioterapeuta desenvolver planos ideais de cuidados, os quais acompanham o paciente da internação em uma UTI até o pós-alta.

O especialista em Fisioterapia Respiratória e Fisiologia do Exercício ressalta também a habilidade de trabalhar com a equipe multiprofissional, a fim de garantir uma atenção mais completa. O trabalho com o Nutricionista, por exemplo, é essencial para verificar a dieta e suplementação que possam auxiliar o paciente na recuperação de massa muscular e força, após ter sido acometido pela COVID-19.

Estar presente também no Departamento de Emergência demonstrou o quanto é importante o trabalho do Fisioterapeuta no pronto-atendimento. “A pandemia evidenciou essa necessidade e possibilitou antever desafios e desenvolver novas expectativas referentes ao papel do Fisioterapeuta do presente e do futuro”.

A telerreabilitação foi outro fator de mudança na atuação desse profissional. A implantação dessa ferramenta foi acelerada com o intuito de atender mais pacientes e das mais longínquas regiões. Fisioterapeutas de todo o país foram treinados rapidamente para cuidar da grande demanda gerada pela pandemia. Agora, esse legado possibilita atender mais pacientes com variadas patologias.

Educação continuada

Em sala de aula ou como autodidata, o bom Fisioterapeuta investe em sua atualização. Nesses dois momentos, a Dra. Cristiane aconselha a leitura de artigos científicos, já que a área da saúde apresenta inúmeras publicações todos os anos com dados incrementados, inovações, novas práticas e descobertas. “Participar de congressos nacionais e internacionais também contribui para mais conhecimento e até discussões sobre como aprimorar os processos de certas especialidades”.

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