Dia Mundial do Diabetes: diagnóstico precoce permite mais cuidado com o paciente
Em torno de 90% das crianças com diabetes têm o tipo 1, diferente do que ocorre com adultos
O Diabetes Mellitus (DM) é um importante e crescente problema de saúde para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento. Em 2017, a Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes Federation, IDF) estimou que 8,8% da população mundial entre 20 e 79 anos de idade (424,9 milhões de pessoas) viviam com a doença. Se as tendências persistirem, o número de pessoas com diabetes pode alcançar a projeção superior a 628,6 milhões em 2045.
A crescente prevalência do diabetes em todo o mundo é impulsionada por uma complexa interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos. O aumento contínuo deve-se, em grande parte, a mais casos do diabetes tipo 2 e progressivos fatores de risco relacionados, que incluem níveis maiores de obesidade, dietas não saudáveis e falta de atividade física. No entanto, já se considera a elevação do diabetes tipo 1, com início na infância.
Neste Dia Mundial e Nacional do Diabetes, é importante lembrar que dentre as etiologias do diabetes pode-se classificá-lo em:
- Diabetes tipo 1 (DM1)
- Diabetes tipo 2 (DM2)
- Diabetes gestacional (DMG)
- Outros tipos são decorrentes de defeitos genéticos associados com doenças ou com o uso de medicamentos.
Segundo a Endocrinologista Pediátrica do Einstein, Dra. Carolina de Olivera Ramos, em torno de 90% das crianças com diabetes têm o tipo 1. “É diferente do que costumamos ver nos adultos, pois esse quadro apresenta deficiência grave de insulina devido à destruição das células beta relacionadas à autoimunidade, ocasionando um desequilíbrio entre a glicemia e o hormônio”, explica a Médica.
Diabetes Mellitus tipo 1
O DM1 é mais comum em crianças e adolescentes. A sua apresentação clínica é mais rápida, com propensão à cetoacidose e necessidade de insulinoterapia plena desde o diagnóstico ou após um curto período da descoberta da doença no paciente. Ao longo da vida é responsável por 5% a 10% dos indivíduos com diabetes.
A cetoacidose diabética é uma das complicações mais graves do DM1 com maior morbimortalidade. “É de suma importância o cuidado do paciente com diabetes assim como a capacitação de profissionais de saúde para reconhecer e tratar essa grave intercorrência”, alerta ela.
Conforme a Endocrinologista, a classificação do Diabetes Mellitus é fundamental para que haja o tratamento adequado e definição de estratégias de rastreamento de comorbidades e complicações crônicas.
Diabetes Mellitus tipo 2
O DM2 é o mais comum e está frequentemente associado à obesidade e a pacientes mais velhos. Tem início lento e é caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, além de alterações na secreção de incretinas (hormônios estimuladores de insulina).
Diabetes Mellitus Gestacional
O DMG é uma doença metabólica caracterizada pela intolerância à glicose que se inicia durante a gestação, em mulheres com glicemia normal antes da gravidez. Essa condição é definida pelos níveis elevados de açúcares no sangue.
O que causa o diabetes durante a gestação?
Alguns hormônios produzidos pela placenta diminuem a efetividade da insulina em reduzir a glicose do sangue, visando aumentar a oferta de nutrientes para o feto. Por isso as futuras mamães precisam produzir mais esse hormônio do que o habitual. Dessa forma seu organismo poderá controlar seus níveis de açúcar. Algumas mulheres, por fatores individuais, podem não conseguir atingir esse equilíbrio, correndo o risco de desenvolver a doença.
Entre os fatores de risco que predispõem o desenvolvimento de diabetes gestacional estão:
- Sobrepeso ou obesidade antes e durante a gestação; cansaço excessivo
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP); uso de medicamentos hiperglicemiantes
- Hipertensão arterial sistêmica; hipertrigliceridemia
- Acidentes obstétricos, como perdas gestacionais prévias, história de Diabetes gestacional prévio, recém-nascido anterior com peso igual ou maior a quatro quilos.
É importante dizer que grande parte dos casos são assintomáticos, sendo necessário realizar os exames de diagnóstico para identificar e confirmar a condição.
Quais as grandes preocupações dos profissionais da saúde em relação ao Diabetes?
A primeira parte é saber reconhecer o paciente com diabetes, investir em um bom rastreamento da doença para começar o tratamento mais adequado com foco em controlar os sintomas, prevenir o seu descontrole e reduzir suas consequências aos pacientes.
De acordo com a Médica, hoje é propício refletir sobre o diabetes. “Porém todos os momentos são necessários para planejar e executar treinamentos contínuos dos profissionais de saúde no que tange à prevenção e promoção de cuidados relacionados em seus diversos aspectos emocionais e físicos, de modo a contribuir com a menor morbimortalidade”.
Hoje em dia os pacientes com a doença podem viver mais e melhor?
A indústria farmacêutica tem investido na fabricação de medicações que melhoram o controle glicêmico e a qualidade de vida dos pacientes com diabetes. É fundamental conhecer e saber como usar tais medicamentos, bem como buscar a atenção das autoridades responsáveis por criar e aplicar as políticas públicas de saúde. “Ensinar, informar a população, garantir suprimento farmacológico e investir na formação adequada da equipe multidisciplinar são ações ideais para proporcionar o melhor cuidado ao paciente com diabetes”, finaliza a especialista.
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