Dia do Radiologista: como preparar um Médico nessa especialidade?

Em 08 de novembro celebramos o Dia Nacional e Internacional do Radiologista, profissional Médico com a missão de diagnosticar doenças ao interpretar imagens de exames radiológicos. Além da detecção de uma vasta variedade de patologias, o Radiologista também pode atuar na etapa dos tratamentos, a partir da chamada radiologia intervencionista, que utiliza procedimentos minimamente invasivos guiados pelos métodos de imagem para ações terapêuticas.

A origem da Radiologia

A Radiologia como é conhecida hoje teve início em 1895, quando o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen realizava experimentos com radiação. Considerado o primeiro Radiologista, ele conseguiu, em dezembro daquele ano, “radiografar” os ossos da mão de sua esposa, criando assim o que conhecemos hoje como Raios-X. Ele conquistou o Prêmio Nobel de Física em 1903 por essa invenção que revolucionou a Medicina.

De lá para cá, a Radiologia seguiu avançando, sempre com o auxílio da tecnologia. O Médico Radiologista, Supervisor do Programa de residência em Imagem e Gerente Médico da área de Diagnóstico por Imagem do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Ronaldo Hueb Baroni, explica que desde a sua invenção essa especialidade esteve ligada a equipamentos e desenvolvimento tecnológico.

“Por isso, a formação desse profissional no passado era focada muito fortemente no aprendizado técnico-científico. Mas o cenário atual exige várias habilidades”.

De acordo com ele, o aprendizado nesse campo do conhecimento precisa abordar os diferentes sistemas do corpo humano e os diversos métodos de imagem (como Raios-X, Ultrassonografia, Tomografia e Ressonância Magnética), além de conhecimentos em:

• Ensino, Pesquisa e Inovação, incluindo Inteligência Artificial
• Relacionamento colaborativo com outros profissionais da saúde
• Gestão clínica e de pessoas, conhecimento de finanças, reputação profissional e carreira
• Técnicas de concentração, com foco em produtividade
• Saúde mental e competências socioemocionais

Esses aspectos compõem uma formação holística, posicionando o especialista moderno de forma positiva tanto no ambiente pessoal quanto profissional.

“Sem dúvida isso traz uma satisfação interna, que repercute externamente com mais produtividade e qualidade, gerando um ambiente de trabalho com segurança psicológica e equilíbrio mental, com benefícios em toda a cadeia do cuidado”, enfatiza o Dr. Ronaldo.

Conforme ele, essas habilidades podem ser adquiridas pelo Radiologista a partir de um ensino que priorize tais enfoques. “Essa aprendizagem deve começar na Graduação em Medicina, continuando na residência em Radiologia (níveis R1, R2 e R3) e expandindo-se no aprimoramento avançado (R4 e R5).

Competências para o profissional de Radiologia

O Médico ressalta ainda dez competências, conhecidas como EPAs (do inglês Entrustable Professional Activities), que o aluno deve adquirir ao longo de sua formação em Radiologia no Einstein, partindo do R1. São elas:

1. Interação multiprofissional
2. Operação em console
3. Relatórios radiológicos
4. Capacidade diagnóstica
5. Segurança do paciente
6. Interação com o paciente
7. Profissionalismo
8. Ensino
9. Outros conhecimentos (Gestão, Tecnologia da Informação, Inovação, Inteligência Artificial)
10. Pesquisa

Os níveis R4 e R5 correspondem a especializações mais profundas em subespecialidades, como Radiologia Abdominal, Torácica, Mamária, Cardíaca, Musculoesquelética e Neurorradiologia, entre outras. É o momento de aprimorar todos os aprendizados do R1 ao R3 e investir em novos conhecimentos.

Na residência do Einstein esses itens são continuamente avaliados por um time de ensino, responsável por fornecer feedbacks para que o aluno possa, além de aprender, aplicá-los em sua rotina de trabalho.

“Esses temas estão dedicados a fornecer uma formação completa e global como ser humano, Médico e Radiologista, incorporado às habilidades técnicas”, finaliza o Dr. Baroni.