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Projetos para otimização de recursos são fundamentais nas instituições de saúde

​Criação de planos estratégicos que possibilitem a revisão de processos e mudanças estruturais é uma alternativa para enfrentar um mercado altamente dinâmico.

Mesmo com limitações financeiras, diversas instituições da área de saúde buscam alternativas para melhorar os serviços prestados à população e, para isso, utilizam cada vez mais projetos que visam a otimização dos recursos disponíveis. É diante desse cenário que o planejamento estratégico apresenta papel fundamental nos objetivos de curto, médio e longo prazo das organizações, e se desdobra em diversas ações por meio de projetos em hospitais, clínicas e demais instituições do setor.

Gerente do Escritório de Projetos Corporativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Juliana Pan diz que os projetos nas instituições de saúde “costumam nascer a partir de uma dor ou oportunidade”. Ou seja, detecta-se algum tipo de dificuldade em determinada área e buscam-se planos para resolver o problema. O mesmo ocorre quando se observa um possível potencial atrativo de mercado para a instituição. “Gosto sempre de lembrar a etimologia da palavra ‘projeto’ em latim, que quer dizer: lançar para a frente”, comenta. “Os projetos visam o futuro das instituições”, enfatiza.

Segundo Juliana, graças à padronização dos projetos, tem sido possível também agilizar e mensurar a concepção dos planos no setor da saúde por meio de ferramentas específicas de gestão, como a 5W2H. “Com essa ferramenta, conseguimos estruturar ações importantes, como checklist de atividades, prazos de entrega e responsabilidades que devem ser desenvolvidas por vários profissionais, proporcionando uma maior clareza e legitimidade na definição dos objetivos dos projetos”, detalha.

No setor de saúde, alguns exemplos de benefícios que costumam ser obtidos a partir da implementação de projetos com metodologias de gestão são:

  • ​Diminuição no tempo de espera nos serviços de Pronto Atendimento.
  • Otimização do uso das salas cirúrgicas.
  • Melhor uso dos insumos médicos disponíveis nos estoques.
  • Detalhamento no controle dos ganhos e dispêndios financeiros.

Processos precisam de revisão contínua

Apesar de focar no futuro, os projetos nem sempre conseguem cumprir, no decorrer das atividades programadas, as metas estabelecidas durante sua criação. Por isso, a revisão e a melhoria contínua dos processos e operações são fundamentais para qualquer organização.

Éderson Almeida, gerente do Programa e Academia Einstein de Excelência Operacional, explica que a reavaliação contínua de processos-chave é fundamental. “A revisão contínua dos processos na área de saúde permite ganhos de eficiência, reduções de desperdícios e uma melhor experiência no cuidado do paciente”, exemplifica.

Segundo o especialista, existe uma espinha dorsal para o desenvolvimento e a revisão dos processos. “Essa base envolve a definição e a mensuração do problema, a análise das causas envolvidas naquele problema, a implementação de melhorias e a gestão de resultados”, exemplifica.

Muitas vezes é preciso inovar

Mesmo com vários tipos de projetos, o dinâmico setor da saúde pode exigir ainda a criação de mecanismos alternativos ou totalmente diferentes dos que estão em operação, e para isso a área da inovação tem ganhado espaço nos últimos anos. Ela traz um novo olhar sobre como usar os recursos disponíveis, outras formas de executar os processos e propõe melhorias de eficiência e qualidade.

No Einstein, a área da inovação conta com uma diretoria e dezenas de especialistas em gestão, propriedade intelectual, engenheiros, cientistas da computação, designers, pesquisadores e profissionais de saúde. “A partir de demandas observadas nos projetos, pensamos em soluções eficazes que possam se tornar produtos aplicáveis em outros ambientes e instituições”, explica a coordenadora do Centro de Inovação, Denise Rahal Lobato. “Nosso olhar é voltado ao empreendedorismo e inovação aberta, que nos ajuda a realizar parcerias estratégicas com indústrias, universidades e principalmente startups”, acrescenta.

Um dos produtos mais conhecidos com origem na Diretoria de Inovação do Einstein é a ferramenta on-line Escala. Criado pelo intensivista Rodrigo Octávio Deliberato há alguns anos e divulgado no periódico Plus One em 2017, esse recurso tecnológico tinha por objetivo melhorar e dar agilidade no planejamento e no gerenciamento das escalas médicas, até então feitas em papel. No entanto, o produto obteve tanto sucesso que o Escala se tornou uma empresa independente (spin-off) e atualmente propõe soluções tecnológicas para grandes jornadas de trabalho e plantões em diversas áreas além da saúde, como ensino, call centers, transporte, vigilância, limpeza e hotelaria.

Formação e troca de experiências internacionais

Alguns dos principais cases de sucesso de projetos no setor da saúde no mundo serão apresentados e discutidos durante o III Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Processos e Inovação na área da saúde, que ocorrerá entre os dias 29 e 31 de maio em São Paulo. O evento contará com convidados internacionais, workshops e minicursos sobre metodologias e ferramentas bastante usuais em projetos na área da saúde, como Lean Six Sigma, PMDome® e Design Thinking.

Presente em todas as edições do simpósio, Éderson Almeida acredita ser uma ótima oportunidade para profissionais que trabalham na área se atualizarem, fazerem networking e levarem para as instituições onde atuam as últimas novidades no setor. “Iniciativas como essa contribuem muito para acelerar a profissionalização e o desempenho na gestão de projetos no contexto da saúde”, comenta.

Para a coordenadora do Centro de Inovação do Einstein, o Simpósio é também um ambiente propício para o entendimento completo do ciclo de produção de inovação na área da saúde. “Discutiremos todo o ecossistema da inovação. Ou seja, como surgem as demandas dos nossos colaboradores, como elas são interpretadas pela nossa equipe e transformadas em produto, como são testadas, melhoradas e depois lançadas no mercado”, explica Denise.

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