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Simulação realística traz segurança e prática para educação em saúde

​Metodologia de ensino utiliza simuladores, manequins e atores com o objetivo de preparar profissionais para situações críticas, mas pouco usuais no dia a dia.

Graduado em Medicina em 2005, o pediatra Thomaz Bittencourt Couto fez parte de uma das últimas gerações de médicos formados no Brasil que quase não tiveram aulas com simulação realística – metodologia de treinamento que, apoiada pela tecnologia, tem se tornado cada vez mais fundamental para a educação em saúde.

“Hoje o ensino é bem diferente. Os simuladores estão em várias disciplinas de Medicina e de várias outras profissões na área da saúde”, observa. “E agora percebo o quanto teria sido útil poder praticar, simulando a realidade, antes de começar a atender meus pacientes”, avalia.

Segundo Dr. Couto, embora a simulação realística possa ser utilizada em muitas situações, ela geralmente se mostra como diferencial para a prática de casos não frequentes no dia a dia, como a reanimação cardiopulmonar. “O atendimento de pacientes com parada cardiorrespiratória não é rotineiro, mas, quando acontece, temos que estar aptos para fazê-lo rapidamente e bem”, exemplifica. “Poder acertar e errar com segurança, sem expor o paciente, é um dos grandes diferenciais dessa metodologia de ensino”, acrescenta.

As simulações realísticas podem fazer uso da tecnologia, como simuladores, manequins e programas de computador, e de atores para replicar um cenário da vida real, permitindo experiência prática, em ambiente seguro e monitorado, seguido de reflexão guiada.

Simulação realística para gerenciamento de crises e conflitos

Coordenadora do Centro de Simulação Realística (CSR) do Einstein, Joyce Barreto explica que a simulação realística pode ser utilizada por qualquer profissional ou aluno, seja ele da área da saúde ou não, que precise treinar competências técnicas ou comportamentais a partir de situações baseadas na realidade.

No Einstein, por ser uma instituição de excelência em saúde, o uso dessa metodologia de ensino acaba sendo mais frequente por profissionais que atuam em setores de emergência e terapia intensiva, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, informa Joyce. No entanto, o CSR já ajudou a formar profissionais das áreas administrativa, atendimento ao cliente, comercial e educacional. “Além de atendimentos assistenciais em saúde, a simulação realística é eficaz para o treinamento de competências comportamentais, como liderança, comunicação, trabalho em equipe, tomada de decisões e gestão de conflitos”, comenta.

Com mais de dez anos desde a sua fundação, o CSR do Einstein tem contribuído para a formação de profissionais e alunos da instituição, assim como de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outros hospitais privados.

Em 2015, o CSR deu início a uma nova metodologia de ensino com simulação realística, o programa in situ, cuja proposta é levar os simuladores até os locais onde devem ser feitos os treinamentos. Nesse tipo de simulação, as equipes nem sempre são informadas. Elas são convocadas a atender um paciente e quando chegam ao local encontram um simulador ou um ator para o início do treinamento. “Isso tem permitido preparar os indivíduos para o trabalho em equipe e analisar a estrutura e os processos da instituição”, explica Joyce.

Segundo a coordenadora, “a simulação in situ possibilita, por exemplo, a identificação de falhas nos processos de atendimento, como acesso inadequado aos pacientes, dificuldades na manobra das macas pelas áreas comuns do prédio e demora nas equipes de apoio”, conta Joyce.

​Ensinar as melhores práticas em simulação realística vai ao encontro de uma das principais missões da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que é a disseminação de conhecimento.

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