Ciência e Vida

Alunas conquistam prêmio sobre inovação ao tratar de Bullying

Inovação e empreendedorismo atraem alunas de Medicina e Enfermagem preocupadas com a saúde mental de estudantes universitários

O que motiva um jovem a inovar? As alunas da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) – Giovanna Beneduzzi Dertochi, 18 anos, 2º semestre da Graduação em Enfermagem, Hedra Marques Santos, 21 e Mariana Negruci dos Santos, 19, respectivamente no 4º e 2º semestres da Graduação em Medicina, encontraram no Grand Open Innovation Challenge (GOIC) 2023 a alavanca inicial para a criação de um projeto focado no bullying. O grupo foi vencedor.

As estudantes conquistaram a premiação de R$ 35 mil, já reservados para apoiar o início da transformação da ideia em realidade.

O GOIC, uma iniciativa do Centro de Inovação em Saúde Mental (CISM), teve a sua primeira edição neste ano. Seu objetivo foi promover novas soluções envolvendo a saúde mental, a partir do incentivo a projetos realizados por jovens de 14 a 24 anos.

A competição elegeu três temas que foram disputados nas categorias pessoa física e pessoa jurídica: bullying, sintomas depressivos e uso de substâncias: álcool e drogas.

Como surgiu a vontade de participar da competição?

Giovanna, Hedra e Mariana venceram o GOIC como pessoas físicas, apresentando o projeto de uma plataforma de acolhimento e empoderamento a vítimas de bullying que frequentam a universidade.

Acostumadas com as competições e programas de inovações e empreendedorismo em saúde na FICSAE , elas fizeram a inscrição para o GOIC motivadas pela necessidade de continuar investindo em suas habilidades de empreender e criar possibilidades.

“Ficamos sabendo do evento pouco tempo antes de 04 de outubro, último dia para submeter um projeto. Então nos reunimos no final de setembro, nos inscrevemos, desenvolvemos a nossa ideia e a enviamos para a organização”, conta Giovanna.

“Também precisamos, rapidamente, buscar um professor-orientador, como exigência da competição. Ele nos ajudou a estruturar o conteúdo e a ter mais clareza sobre os caminhos a seguir”, completa Hedra.

O projeto e a inovação

Ao longo do desenvolvimento do projeto, Mariana conta que as três chegaram ao consenso de criar um software baseado em serviços. “Por meio de uma plataforma gratuita, que conectará vítimas de bullying a Psicólogos voluntários, esses estudantes poderão reverter ou aprender a lidar com o sofrimento psíquico causado pela ação”.

Elas também pensaram em disponibilizar informações de qualidade sobre o tema, vídeos sobre práticas de meditação, yoga, exercícios que promovam saúde e bem-estar e cursos sobre desenvolvimento pessoal. “Pretendemos abrir um espaço para que alunos da Graduação em Psicologia em diversas universidades possam contribuir com conteúdo para a plataforma”, adianta Giovanna.

O projeto das alunas é viável e inovador, pois não se discute o suficiente sobre o bullying nas universidades. “Como esse ambiente é composto por jovens e adultos, infelizmente, esse tipo de violência, muitas vezes, tende a ser naturalizado”, esclarece o orientador do projeto, docente da FICSAE e Coordenador da nova Graduação em Psicologia Shirley Silva Lacerda.

Ele valoriza a inciativa das estudantes em se interessarem pelo edital do CISM e, de forma independente, tomarem a decisão de participar do GOIC. “Em curto prazo, elas me apresentaram um trabalho bem desenhado, com sugestões muito claras. Em conjunto, inserimos temas relacionados à ética e barreiras como ponto de atenção na implantação da plataforma, lapidando a ideia do grupo”.

De acordo com o Psicólogo, é muito relevante saber como o aluno se sente em determinados ambientes universitários, assim como a necessidade de haver o acolhimento em certos casos. “As alunas estudaram profundamente o assunto e buscaram soluções para diferentes momentos. O resultado foi o reconhecimento merecido”, conclui Shirley.

Por que é importante acolher alunos universitários, vítimas de bullying?

 As três alunas produziram um rico material de pesquisa sobre o tema com a finalidade de entender o assunto a partir de abordagens científicas, de modo consistente e que realmente possa ajudar as pessoas. “O nosso foco é mitigar e talvez eliminar danos à saúde mental, o máximo possível”, afirmam elas.

O bullying, em qualquer idade, pode levar a problemas como:

  • Síndrome do pânico;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Dificuldade de socialização
  • Ideação suicida e suicídio, entre outros.

Próximos passos dessa inovação

As alunas já apresentaram o projeto para estudantes de outras universidades e profissionais que atuam no sistema de saúde pública da cidade de São Paulo.

Agora estão trabalhando para estabelecer um protocolo, aprofundar as pesquisas científicas sobre a eficácia da plataforma e planejar as rodadas de investimentos. “Temos o prazo de um ano para finalizar a proposta e contaremos com a ajuda do nosso orientador. Essa experiência está sendo extremamente válida para nós, que estamos apenas começando nossas Graduações”, declaram.

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