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Como o Ensino Einstein passou a transmitir aulas durante o isolamento social imposto pelo coronavírus?

​Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) investe em aulas a distância para garantir que estudantes tenham acesso ao conteúdo e grade de aulas.

Nesse momento em que os setores da economia buscam alternativas para continuar oferecendo bens, produtos e serviços à população, concomitante à gestão dos riscos relacionados à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), instituições de ensino preocupam-se em dar continuidade às aulas, sem ameaçar a segurança e a qualidade das aulas para seus alunos e professores.

Fortalecendo esse anseio, o Ministério da Educação (MEC) autorizou no dia 18 de março a substituição de exposições presenciais das instituições federais de ensino, juntamente com alguns colégios, universidades e faculdades privadas, por aulas virtuais. Para isso, foi necessária uma adaptação no currículo, pois toda a parte prática e laboratórios serão repostos quando a situação se normalizar. A medida foi publicada em portaria no Diário Oficial da União (DOU), válida por 30 dias ou enquanto durar a situação de emergência, declarada pelas autoridades governamentais.

Com base nessa decisão e na importância de oferecer aos estudantes a continuidade de seu aperfeiçoamento e sua formação educacional, o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) criou uma estrutura para a realização das aulas a distância.

Segundo o diretor do IIEP, Felipe Spinelli, “o objetivo é seguir as recomendações das autoridades para evitar a exposição e aglomerações dos estudantes e do quadro de docentes tanto no ambiente escolar quanto público, garantindo a continuidade da grade curricular e estimulando a construção do conhecimento com a mesma qualidade e inovação, virtudes que já fazem parte da filosofia do Einstein”.

Na semana passada as aulas já começaram a ser transmitidas no modelo híbrido (ainda com alunos no modelo presencial e a distância). Isso significa que cada professor tem cumprido a programação de disciplinas e ministrado o conteúdo teórico no mesmo dia e horário em que aconteceriam as exposições presenciais.

Para isso, um time com 10 pessoas – liderado pela Gerente de Ensino Digital, Sandra Oyafuso Kina, com o apoio dos setores de Tecnologia, Compras e todas as demais gerências do Ensino – montou toda a estrutura em tempo recorde. “Foi um grande desafio colocar para funcionar todas as salas virtuais em poucos dias. Mas é um dos projetos mais motivadores e gratificantes, pois tenho certeza de que será um marco positivo de grande mudança de todo o setor do ensino em relação às tecnologias digitais de educação”, afirma Sandra.

Ela relata que, em menos de uma semana, o seu time conseguiu reunir a equipe do projeto, definir o modelo de sala virtual (software e equipamentos), comprar os artefatos, realizar os testes de qualidade dos aparelhos e instalar os dispositivos, realizando as devidas verificações. “Nesse período ainda desenvolvemos ações para capacitar e comunicar os docentes para associarem os seus métodos acadêmicos a toda tecnologia utilizada”. Em menos de 10 dias as aulas já estavam acontecendo.

A preparação de cada professor contou com workshops online, além da disponibilização de uma tutoria virtual detalhada sobre todas as ações, para que o docente tivesse o apoio e o desenvolvimento adequados de todas as tarefas contidas em seus cronogramas.

Tecnologia

A partir da decisão pelas aulas a distância, a área de Ensino Digital comprou 120 câmeras de alta definição e capacidade sonora, acompanhadas por tripés, luminárias e cabos, os quais equiparam 98 salas.

“Nosso driver principal era optar por uma solução escalável e de fácil uso. Buscamos uma ferramenta intuitiva, para conseguir capacitar todos os nossos docentes, e com capacidade para mais de 100 alunos por sala”, diz Sandra Kina. Para ela, essa combinação associada a um aplicativo de videoconferência pode explicar os bons resultados durante os testes dos equipamentos, além do suporte do Canvas, que é uma plataforma de aprendizagem já utilizada pela instituição.

Assim, desde 23 de março, mais de 7 mil alunos do IIEP já estão interagindo com seus professores e colegas de classe a distância, como se estivessem em sala de aula. Eles acompanham o conteúdo, fazem perguntas, discutem casos, baixam material de estudo e recebem o feedback dos docentes. Em algumas turmas existe a subdivisão em grupos para atividades colaborativas.

Esse formato engloba todos os níveis: o Ensino Médio Integrado ao Técnico, a Escola Técnica, as graduações em Medicina e Enfermagem da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, os cursos de pós-graduações, Master Business Administration (MBA) e o Mestrado.

As aulas virtuais nesse modelo são diferentes da estrutura dos cursos de Ensino a Distância (EAD) fornecidos também pela área do Ensino Digital. As aulas a distância são constituídas com forte presença do professor-tutor e materiais em vídeos, conteúdo interativo, infográficos, exercícios de fixação, caderno de atividades, fórum de discussão, entre outras atividades contínuas e intercaladas ao longo da formação.

Já “a produção de um curso de EAD pode variar de dois a três meses, pois leva em conta a participação não só do docente (autor), como também da equipe de designers gráficos, designers instrucionais, pedagogos, equipe de tecnologia e multimídia”, afirma a Gerente. Segundo ela, essa experiência prévia com EAD foi o diferencial para estruturar as classes virtuais e orientar os docentes

Além da transmissão das aulas colaborar com o isolamento do aluno, servindo como barreira para a expansão do contágio da COVID-19, manter o contato dos docentes e alunos usando as novas tecnologias e modelos inovadores de aulas é fundamental para continuar disseminando o conhecimento. “Também sabemos que manter as atividades rotineiras é muito importante para a manutenção da saúde mental de todos os envolvidos neste momento de crise”, explica.

Para Sandra Kina, apesar de o momento ser de grande preocupação para saúde no Brasil, o que estamos vivendo será um marco muito importante e de grande transformação para o ensino. “Com certeza não ensinaremos mais como antes. Tudo isso irá passar e os ganhos das novas tecnologias irão permanecer”, diz. O próximo passo, já em fase de finalização da implantação, está em otimizar os recursos a fim de que todos os docentes possam ministrar suas aulas também de onde estiverem.

Dicas para estudar

  • Organize a sua rotina
  • Aprimore a disciplina e a determinação
  • Cumpra os prazos e tarefas
  • Cumpra os horários como se estivesse em sala de aula
  • Faça perguntas
  • Escolha um local calmo e sem interferência de pessoas
  • Mantenha a concentração, evitando distrações
  • Esteja com os seus recursos tecnológicos em dia
  • Dedique-se aos estudos para não perder o entusiasmo e a espontaneidade
  • Descanse! Esse momento vai passar!

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