Enfermeiras mostram-se versáteis nas diversas áreas da profissão

Quando o novo coronavírus teve a sua primeira divulgação, em 09 janeiro de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelas autoridades chinesas, rapidamente um alerta ocorreu aqui no Brasil e o Escritório de Excelência Einstein passou a trabalhar intensivamente no enfrentamento da anunciada pandemia.

Prontamente havia alguns caminhos a percorrer “por conta de um padrão da Joint Commission International (JCI), na qual nossa Instituição é acreditada. Desde 1998, já tínhamos um programa estruturado de preparação para emergências, a fim de responder a doenças de alta transmissibilidade”, conta a Enfermeira Lital Moro, Consultora de Qualidade e Segurança do Escritório de Excelência Einstein e ex-aluna da Graduação em Enfermagem da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

A partir daí, as medidas de controle foram aceleradas e as suas etapas passaram a ser revisitadas e implantadas. Entre elas, a Enfermeira cita a estruturação de treinamentos sobre paramentação e desparamentação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), planos de isolamento e de fluxos de atendimento, aferição de temperatura de pacientes, acompanhantes, visitantes e colaboradores do Einstein, além de um plano robusto de comunicação sobre os procedimentos destinados a casos suspeitos de COVID-19 desde o autoatendimento até internações, se necessárias, entre outros.

Na verdade, esse projeto foi fomentado e profundamente estruturado em 2008 para o atendimento de pacientes da gripe H1N1. “Por isso já tínhamos ações testadas que foram baseadas em um plano de catástrofe para doenças de alta transmissibilidade que nos ajudaram muito agora com essa pandemia”, conta a Enfermeira Pryscila Bernardo Kiehl, Consultora de Qualidade e Segurança do Escritório de Excelência e também ex-aluna da Enfermagem do Einstein.

Apesar disso, elas não imaginavam a expansão da pandemia. Mas, ao primeiro caso confirmado no Brasil, que foi justamente no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), todas as fases do projeto já estavam finalizadas.

Essa expertise também foi levada para o Hospital de Campanha do Pacaembu, a fim de contribuir com a eficiência no atendimento dos casos de COVID-19 pela rede pública municipal da cidade de São Paulo. “Apoiamos a montagem desse hospital e, agora, continuamos a contribuir com as melhores práticas lá também”, diz a Enfermeira e ex-aluna da FICSAE, Roberta Gonçalves Marques, Consultora de Qualidade e Segurança do Escritório de Excelência.

Lá, a Enfermeira contribui com o Núcleo de Segurança do Paciente, auxiliando o time na análise de possíveis eventos adversos e no auxílio da logística de suprimentos e demandas de engenharia clínica, para que todos os materiais, equipamentos e medicamentos necessários à assistência segura sejam disponibilizados.

Mas de onde vêm todas essas competências?

As três Enfermeiras revelam orgulhosamente que a motivação pelo pioneirismo, o zelo por oferecer qualidade, segurança e melhor experiência aos pacientes e seus familiares e colaboradores, a flexibilidade para se adaptar aos diferentes contextos e o conhecimento tanto na área administrativa quanto na assistencial foram impulsionados em suas formações acadêmicas.

Lital Bass, Pryscila Kiehl e Roberta Marques contam que saíram da FICSAE formadas com todas essas visões muito aguçadas. Por isso, tiveram muita facilidade em fazer predição, aprender coisas novas, além do empoderamento para assumir desafios, engajar-se profissionalmente e acessar rapidamente ferramentas de ponta, conforme a necessidade.

Para elas, algumas das contribuições da época da faculdade foram: a formação de líder em saúde, a construção de uma visão sistêmica como Enfermeiras e o conhecimento de todos os processos internos, tanto na parte assistencial quanto de gestão. “Nos preparamos para atuar em hospitais, clínicas e em diferenciadas áreas da saúde. E é inclusive em uma dessas vertentes variadas que hoje somos gestoras de projetos”.

Pryscila Kiehl formou-se em 1996 e atualmente trabalha na área de experiência e cuidado centrado na pessoa, envolvendo projetos para o paciente e para o colaborador. Ela iniciou sua carreira na assistência, vivenciando o cuidado em saúde, mas sempre tendo uma visão crítica, que possibilitou a detecção de soluções para o sistema de saúde. “Isso me trouxe ferramentas para ajudar pessoas, criando processos mais seguros e com mais qualidade e consequentemente que melhoram a experiência e o cuidado em saúde”.

A Enfermeira atua como consultora da Certificação Internacional Planetree, baseada no tripé: compaixão, qualidade e parceria no cuidado. “Partimos sempre da pergunta: O que importa para você? E a partir daí trabalhamos para suprir a demanda apresentada dentro do contexto hospitalar, que, em alguns casos, pode ser a de receber uma visita de seu pet no hospital”.

Segundo ela, se o paciente achar que é muito importante para o seu tratamento estar com o seu animal de estimação, desde que seja possível o ajuste para isso, a equipe implantará todas as normas a fim de que esse momento no hospital seja seguro para todos os envolvidos. E se for um animal de grande porte? “Aí nós vamos trazer a experiência, o sentimento, um vídeo, ajustar a visita na saída do hospital, o que fizer bem ao paciente e sua família”.

Já Lital Bass teve a sua formação como Enfermeira em 2008. Ainda na faculdade, estagiou na área de epidemiologia hospitalar e, ao se graduar, foi contratada como analista nessa área. “Eu fui direto para o setor administrativo, onde eu sempre quis atuar”.

Hoje em dia o seu maior interesse é por projetos em acreditações e certificações. Com a experiência das 26 acreditações e certificações do Einstein, ela fornece consultoria para que outras instituições de saúde também obtenham esses títulos que atestam competência e qualidade.

A Enfermeira ainda desenvolve sua profissão como Consultora Planetree, assim como Pryscila e Roberta. Essa certificação é voltada para o cuidado centrado na pessoa. “Para nós é importante que o paciente tenha a percepção real da qualidade, segurança e de sua participação efetiva no tratamento.

No país desde 2013, o Escritório Planetree Brasil tem a sede no Escritório de Excelência Einstein. Ele é responsável por disseminar e treinar as instituições de saúde de língua portuguesa interessadas em obter a certificação Planetree, por meio da implementação do “Programa de Certificação do Cuidado Centrado na Pessoa”.

Roberta Marques teve a sua formação em Enfermagem em dezembro de 2006 e, em março de 2007, já estava trabalhando como Enfermeira júnior no Einstein. Antes de ser transferida para o Escritório de Excelência, ela também exerceu funções como Enfermeira sênior assistencial e analista sênior de práticas de qualidade e segurança do paciente. “Dos 14 anos que trabalho aqui, dez foram na área assistencial. Sem dúvida prestar 10 anos de assistência aos meus pacientes me deu a base para hoje conseguir atuar com melhoria de processos focados em qualidade e segurança”.

Segundo ela, o Escritório inclusive oferece oportunidade para contribuir com o Sistema Único de Saúde (SUS), “com a qualidade Einstein, levando uma gota Einstein para os diversos setores da saúde em todo o nosso país. A frente de trabalho é bastante ampla. Nós da Enfermagem sem dúvidas gerimos a saúde e somos o alicerce do sistema”.

Nesse segmento, ela trabalha no Projeto Colaborativa, focado em saúde pública, que reúne outros quatro hospitais de excelência, além do Einstein, atuando na melhoria de processos assistenciais multidisciplinares para 119 instituições de saúde do SUS. No caso da Instituição, o foco está em 24 hospitais que recebem esse suporte, em que o papel do enfermeiro é primordial, pois garante que seus processos sejam mais assertivos, com foco no paciente e em uma assistência mais segura.

O objetivo principal desse trabalho é a redução de infecção hospitalar em trato urinário, corrente sanguínea e pneumonia associada à ventilação mecânica, fazendo visitas locais monitoradas. “Nós vamos às Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) e checamos a implantação dos bundles de prevenção dessas três infecções. Cada processo é avaliado e pontuado em tempo real para as lideranças das instituições, garantindo assim as melhores práticas”.

O projeto começou em 2017 e deve terminar em 2020. “Notamos mudanças muito significativas na diminuição dessas três infecções”. Agora com a COVID-19, esse trabalho continua, com a construção de informativos e infográficos que o time do Escritório de Excelência Einstein vem trabalhando durante a pandemia. Assim, estão sendo disponibilizadas informações técnicas e psicológicas para essas instituições públicas, além do suporte de telemedicina e videoconferências educativas realizadas com cada hospital.

Conforme Roberta Marques, as ações no momento voltaram-se para a crise gerada pelo novo coronavírus. O hub Einstein vem discutindo item a item nas chamadas ‘sessões de aprendizagem virtuais’, porém abordando a pandemia. “Temos disseminado as melhores práticas desde a entrada até a alta do paciente e feito vários projetos paralelos envolvendo informativos, orientações e condutas para melhor protocolar procedimentos”.

Também formadas em Ciência da Melhoria pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), elas concordam que a vocação, a motivação por ajudar as pessoas e o estudo são componentes fundamentais na trajetória de valor profissional dentro da Enfermagem.

Além dessa formação, Lital Bass, com 35 anos, tem Pós-Graduação em Saúde Pública e MBA de Gestão em Saúde. Já Pryscila Kiehl, 45, fez residência em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Einstein, Pós-Graduação em Administração Hospitalar e MBA em Gestão em Saúde, e Roberta Marques, 36 anos, possui duas Pós-Graduações, uma em UTI e a outra em Controle de Infecção Hospitalar.

Juntas, elas não medem esforços para ver um sorriso no rosto dos pacientes, de suas famílias e dos colaboradores da Instituição e nem para apoiarem e desenvolverem as áreas assistenciais, garantindo a cada dia um atendimento mais seguro, de qualidade e que traga a melhor experiência para todos.